quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

AHIMSA



Ahimsa significa etimologicamente abstenção de prejudicar. Nesta acepção negativa, a palavra é hindu e a própria virtude, cultivada por toda a parte nas Índias, pelos sábios e pelo povo, desde a época mais remota.

...Em sua acepção positiva, tal como Gandhi a definiu, e praticou, a Ahimsa é uma virtude cristã e não se distingue em nada da caridade. É, inicialmente, uma benevolência deslumbrada e misericordiosa com relação a tudo o que está vivo.

É o primeiro dos mandamentos, aquele que resume todos. É um despertar contínuo do espírito, um trabalho infatigável do coração, uma fonte de ações sempre brotante. É a ordem da liberdade, pois aquele que ama só tem a fazer aquilo que quer, para cumprir a lei. É o esquecimento do desejo e do apego, que são nossas trevas, é o apagar de nossa ignorância e da dos outros, é a reparação de nossas injustiças e a correção das dos outros. É a abolição das barreiras e dos limites, é a dádiva perpétua sem perda e o sacrifício total e sem dor, que assemelham nossa natureza à da luz. É a única entrada do Reino, pois Deus é Verdade e Verdade é a meta, mas o Amor é a via. É por isso que o amor de Deus, que não se exprime pelo serviço do homem, é um engodo.

Como método revolucionário e como arma de combate, a Ahimsa é uma revelação quase sem precedentes, o evento mais significativo que nossa época perturbadora e cheia de aventuras inauditas conheceu”. (Lanza del Vasto, p.152-153)


Texto extraído do livro Nova linguagem holística; pontes sobre as fronteiras das ciências físicas, biológicas, humanas e as tradições espirituais - Pierre Weil – Ed.Espaço e Tempo.

Pierre Weil é doutor em Psicologia pela Universidade de Paris e especialista em Psicoterapia de Grupo e Psicodrama. É muito conhecido também pelas suas pesquisas em Psicologia Transpessoal. Dedica-se inteiramente às questões ligadas à paz interior e mundial e ao desenvolvimento de uma visão holística dos problemas humanos.

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