quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Síndrome do Pânico



Síndrome do Pânico

“De repente, senti uma tremenda onda de medo por nenhuma razão aparente! Meu coração estava batendo forte, meu peito doía, e foi ficando mais difícil de respirar. Pensei que iria morrer.”

A descrição que vimos acima resume bem o que sente um paciente com síndrome do pânico durante uma crise. Hoje vamos saber mais a respeito deste transtorno que acomete 260 milhões de pessoas no mundo todo. Confira.

O que é síndrome do pânico?

A crise ou ataque de pânico é um episódio súbito de medo intenso que desencadeia reações físicas graves, quando não há nenhum perigo real ou motivo aparente. Os ataques de pânico são assustadores, pois causam a sensação de que a pessoa está perdendo o controle, tendo um ataque cardíaco, e a leva até mesmo a acreditar que está morrendo.

Muitas pessoas têm apenas um ou dois episódios de pânico em suas vidas, o problema vai embora espontaneamente, geralmente quando determinada situação estressante termina. Porém, se o indivíduo tem crises recorrentes e inesperadas e vive temendo outro ataque, esta condição é chamada de síndrome do pânico.

A síndrome do pânico não causa riscos de morte, mas afeta negativamente a qualidade de vida chegando a casos muito extremos de agorafobia (medo de sair de casa ou estar em público).

Sintomas da síndrome do pânico

Uma crise de pânico pode durar até 10 minutos, e seus sintomas incluem:

Dificuldade para respirar;
Coração acelerado ou dor no peito;
Sentimento intenso de medo;
Sensação de asfixia ou sufocação;
Tonturas ou sensação de desmaio;
Tremores;
Suor;
Náuseas ou dor de estômago;
Formigamento ou dormência nos dedos das mãos e dos pés;
Calafrios ou ondas de calor;
Sensação de morte iminente.
Além dos próprios ataques, o sintoma principal da síndrome do pânico é o medo frequente de ataques futuros.

Causas da síndrome do pânico

Apesar de não ser muito esclarecido, psicólogos acreditam que a combinação de fatores biológicos e ambientais pode dar uma pista para descobrir a causa da síndrome do pânico, como:

Histórico familiar;
Anormalidades neurológicas ou cerebrais;
Abuso de substâncias;
Abstinência;
Situações estressantes.
Tratamentos para síndrome do pânico

Geralmente uma combinação entre as seguintes terapias é recomendada para tratar a síndrome do pânico:

Psicoterapia

É considerado um tratamento de primeira escolha eficaz para a síndrome do pânico. O psicólogo ajuda o paciente a entender suas crises e descobrir maneiras de lidar com a situação.

Terapia cognitivo-comportamental

Este tipo de tratamento pode ajudar o paciente a aprender através da sua própria experiência que os sintomas de pânico não são perigosos. Durante as sessões de terapia, o psicólogo irá ajudá-lo a recriar os sintomas de um ataque de pânico de uma forma segura, gradual e repetitiva. Uma vez que as sensações físicas de pânico não aparentam mais ser ameaçadoras, a síndrome do pânico começa a ser eliminada. O tratamento também pode ajudar a superar o medo de situações que o paciente evita por conta das crises.

Em alguns casos, o acompanhamento de um psiquiatra paralelamente à terapia também é indicado, com a administração de medicamentos específicos. O bom resultado dos tratamentos requer tempo e esforço. Os sintomas costumam a reduzir dentro de semanas, e diminuem significativamente ou desaparecem por completo dentro de alguns meses.

Quem possui os sintomas da síndrome do pânico, deve procurar ajuda médica o mais rapidamente possível. Os ataques de pânico, enquanto altamente desconfortáveis, não são perigosos, porém são um problema difícil de lidar por conta própria, e tendem a piorar se não houver tratamento.


Por Dr. Cyro Masci - Psiquiatra



domingo, 6 de agosto de 2017

Ciúmes




O ciúme é um sentimento desconfortável que nos desequilibra e enfraquece. Tomados pelo ciúme, sentimos que somos traídos por nós mesmos: afinal, sentimos que não deveríamos sentir o que estamos sentindo!

O ciúme nos divide internamente. Enquanto um lado de nosso ser clama por atenção ao sentir-se excluído, outro lado nos reprova por esta mesma atitude, pois o ciúme ameaça destruir a ordem e o equilíbrio emocional de um relacionamento.

Apesar de ser poucas vezes admitido, o ciúme é uma emoção comum, que faz parte do cotidiano de todas as relações humanas. Reconhecer o ciúme e lidar diretamente com ele é uma ação interna saudável, que acelera o processo evolutivo do autoconhecimento. No entanto, ele passa a ser patológico quando nos leva a perder a capacidade de fazermos nossas escolhas.


Por isso, o ciúme não deve ser considerado como um sentimento banal e infantil que com o tempo passa, mas, sim, ser visto como uma doença que compromete o bom funcionamento do sistema imunológico emocional de uma pessoa, assim como a dinâmica de seus relacionamentos.


Se o fogo do ciúme não for contido, ele nos queima e traz sérias conseqüências: alimentados pela desconfiança e pela agressão, geramos ansiedade, raiva, humilhação, vergonha, depressão e até desejo de vingança.

O foco de infecção a ser tratado será o da auto-estima, pois quando ela está rebaixada nos causa a sensação constante de insegurança e impotência, e, conseqüentemente, deixamo-nos levar pela imaginação - aliás, sempre voltada para o negativo.

O ciúme surge como um sinal de alerta que nos anuncia que uma ameaça real ou imaginária está invadindo nosso território afetivo. Nosso instinto de preservação procura eliminar todo e qualquer risco de perda do ser amado ou situações que nos remetam a sentir-nos seguros e protegidos.

Encontrei no livro “A simetria oculta do amor” (Ed.Cultrix), de Bert Hellinger, uma interessante explicação sobre a dinâmica do ciúme: a pessoa ciumenta deseja inconscientemente que o(a) parceiro(a) se vá.

Hellinger é um psicoterapeuta alemão, hoje com 81 anos, criador de uma nova abordagem da psicoterapia sistêmica conhecida como Constelação Familiar, na qual a origem dos conflitos de uma pessoa não é vista por uma ordem psicológica individual, mas sim por uma ordem sistêmica gerada por seu histórico familiar.

Segundo ele, algumas das dinâmicas sistêmicas inconscientes que nos levam a repelir nossos parceiros são:

- Para confirmar uma antiga crença de que não merecemos o amor, por exemplo, ou de que iremos causar infelicidade. Certas pessoas têm medo de serem abandonadas e, inconscientemente, afastam os parceiros. Criam o que receiam, como se o abandono fosse preferível à separação voluntária.
- Para ser fiel às crenças e exemplos da família: digamos, agir como agiram os pais quando não conseguiram se aceitar plenamente, quando se separaram ou quando um deles morreu no começo de um relacionamento.
- Para operar uma identificação inconsciente com outra pessoa prejudicada pelo sistema. Por exemplo, uma mulher não se casou porque tinha de cuidar dos pais já velhos. Sua jovem sobrinha identificou-se inconscientemente com ela e também não se casou.
- Para cumprir uma obrigação pessoal. Um homem abandonou a antiga família para assumir o atual relacionamento. A segunda esposa, muito enciumada, quis abandoná-lo também. Na constelação familiar, percebeu claramente que se sentia obrigada para com a primeira família do marido, solidária com ela. Isto é, neste caso, o ciúme não surge devido aos atos do marido, mas sim, do secreto reconhecimento de sua dívida para com a antiga parceira.

Neste sentido, a cura consiste inicialmente em tomar consciência do papel que estamos exercendo no conflito familiar e em seguida parar de atuar como coadjuvante deste mesmo drama. Isto é, ao compreendermos como nossa história pessoal está contaminada pela repetição de um conflito geracional não resolvido, decidimos não repeti-lo, redefinindo nossas posições. Assim como escreve Hellinger em seu livro: “Quando ‘des-cobrimos’ uma ordem, a ordem correta - digo-o para provocar -, então ela de algum modo cura ou resolve o sistema. Às vezes, uma ordem está oculta. Uma árvore, por exemplo, cresce de acordo com uma ordem e não pode desviar-se dela. Se o fizesse, não mais seria uma árvore. Os homens e os sistemas de relacionamentos humanos também se desenvolvem segundo determinadas ordens. As verdadeiras ordens da vida e dos relacionamentos estão ocultas, inseridas nos fenômenos vitais. Nem sempre podemos encontrá-las imediatamente, mas pior seria inventá-las para se coadunarem com nossos desejos”.

A consciência de nosso papel no sistema familiar é a meta desta técnica terapêutica conhecida como Constelação Familiar, que já vem sendo aplicada por vários profissionais no Brasil.

No entanto, aqui vai uma dica para quem sente que o ciúme vem atrapalhando a sua vida: comece por perceber quando e como o ciúme surge. Observe, como quem levanta dados para uma pesquisa científica, como você reage diante do ciúme. Ao fazer isso, verá que gradualmente deixará de ter reações exageradas, pois ao observar a si mesmo estará aprendendo a preservar um olhar sadio, capaz de discernir entre imaginação e realidade.
A melhor maneira de diminuir a intensidade do ciúme é deixar de interpretá-lo como um drama e passar a expressá-lo de modo natural, isto é, como mais uma experiência de sofrimento emocional. Ser honesto consigo mesmo e abrir-se com o outro de modo simples e sincero costuma ser uma solução positiva, porque a sinceridade é em si um antídoto do desejo de manipular e controlar o outro.

Ao conversarmos com nosso parceiro sobre a experiência de ciúme deixaremos de usar nosso sentimento como uma arma de defesa ou de ataque para manter nosso parceiro sob controle.

Se usarmos o ciúme como um meio de controlar nossos parceiros, iremos afastá-lo cada vez mais de nós. Mas é importante não negarmos nossos sentimentos, pois ao ocultá-los seremos nós quem naturalmente irá se isolar, causando um mal ainda maior, pois quanto mais nos afastarmos, mais o nosso ciúme tendencialmente irá crescer. O melhor é buscar ajuda para melhorar nossa auto-estima e lidar diretamente com a realidade!

A desvalorização de si mesmo é uma das causas mais importantes do ciúme intenso. Pessoas seguras de seu valor costumam não se deixar levar por seus sentimentos de ciúmes, aliás, como elas não temem seus conflitos emocionais usam-os em proveito próprio como lenha que aquece o seu fogo do autoconhecimento.

Resumindo, se expressarmos nossas experiências emocionais com a intenção de aprofundar nossos relacionamentos, iremos cultivar a abertura e a honestidade, atitudes que exigem constante amor e dedicação!



Bel Cesar é terapeuta e dedica-se ao atendimento de pacientes que enfrentam o processo da morte.
Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O Livro das Emoções e Mania de Sofrer pela Editora Gaia.

Estamos com fome de amor



O que temos visto por ai? Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.
Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plasticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???

Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.

E não é só sexo não!
Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama... sexo de academia...

Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalisticas...

Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...

Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir". Só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "FACEBOOK", "PAR-PERFEITO" e tantos outros. Veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!". Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário... Pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, familias preconceituosas... Alô, gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...

Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado... "Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor... Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois... Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?

Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens; e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...

O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in... Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros. Eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa... Mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.

Queira do seu lado a mulher inteligente: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora; mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

Por que ter medo de dizer isso? Por que ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo"? Então, não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas, do que ser infeliz para si mesmo!

(JORNAL O DIA, Arnaldo Jabor)

Medo da solidão



Você já sentiu medo alguma vez, na vida?

É comum ouvirmos as pessoas confessando o sentimento de algum tipo de medo. Seja medo de ficar só, medo da morte, medo da solidão e outros mais.

Dentre as várias nuanças do medo, vamos destacar o medo da solidão, que é muito comum na sociedade hodierna.

Diz um grande pensador, que "a solidão do homem da metrópole não é a solidão que o rodeia, mas a solidão que o habita."

Há pessoas que se sentem sós mesmo estando rodeadas de gente. Por essa razão, percebemos que o problema não é externo, mas da intimidade do ser.

E por que é que se sente só, mesmo não se estando a sós?

Talvez a solidão se instale na alma porque encontre nela um vazio propício a agasalhá-la. Se não houvesse espaço, é bem possível que ela ali não fizesse morada.

Mas, afinal, como é que podemos preencher esse vazio e espantar a solidão?

A fórmula é bem simples. É tão simples que talvez por isso mesmo ninguém acredite na sua eficácia.

Há quase dois milênios ouvimos falar dela, portanto não se trata de nenhuma descoberta recente.

Estamos falando da caridade, como a prescreveu Jesus.

Se abandonássemos o nosso estreito mundo, e buscássemos o contato com nossos irmãos carentes e infelizes, por certo preencheríamos o vazio em nossa intimidade, de tal forma, que a solidão não encontraria ali espaço para se acomodar, embora tentasse.

E isso acontece de forma tão natural que, ao nos envolvermos com os sofrimentos alheios, tentando aliviá-los, esquecemos de nós mesmos e isso causa uma satisfação muito salutar.

Quem ainda não experimentou essa terapia, tente.

Vale a pena! E não custa nada, a não ser o investimento da vontade firme e da disposição de vencer a solidão.

E nesse caso, o campo é muito vasto. É fácil encontrar alguém que precise de você.

Seja um doente solitário num hospital, uma criança num orfanato, uma pessoa idosa abandonada pela família, uma mãe que precise de ajuda para cuidar dos filhos, um pai desesperado com os filhos cuja mãe faleceu, um estômago vazio para saciar, um corpo tiritando de frio para agasalhar, e assim por diante...

Não é outra a razão pela qual Jesus recomendou o amor ao próximo como condição para quem deseja conquistar o reino dos céus que, como Ele mesmo afirmou, está dentro de cada um de nós.

Pense nisso!

Se você está triste porque perdeu seu amor, lembre-se que há tantos que não têm um amor para perder.

Se você está triste porque ninguém o ama, lembre-se que o amor é para ser ofertado e não para ser exigido.

Se para você a vida não tem sentido, oferte-a a alguém, dedicando-se aos infelizes que lutam por um minuto a mais de existência física.

E se lhe faltam as forças necessárias para lutar contra a solidão, abra o seu coração ao Divino Pastor e peça-Lhe para que o ajude nessa empreitada.

Lembre-se sempre que foi o próprio Cristo que assegurou: "aquele que vier a mim, de forma alguma eu lançarei fora".

Autor:
Equipe de Redação do Momento Espírita.
www.reflexao.com.br

Como dominar a ansiedade


Como dominar a ansiedade
Por Marjorie Umeda

Viver com a mente agitada, aflita com o que pode acontecer entre o agora e o daqui a pouco e com a sensação de que alguma coisa está errada. Sentir a respiração acelerada e o coração batendo mais forte.

Todo mundo já passou por isso. Por mais incômodo que seja, não há mal em experimentar um pouco de apreensão e expectativa em momentos específicos, como aquele que antecede um novo trabalho.

“Na dose certa, a ansiedade nos impulsiona e nos ajuda a buscar soluções para os contratempos”, diz Leonardo Gama Filho, psiquiatra, chefe da psiquiatria do Hospital Municipal Lourenço Jorge, no Rio de Janeiro.

O problema aparece quando, dia após dia, sem um motivo aparente, você é vítima desses sintomas. Sentir um misto de medo e agitação tem o seu valor e garantiu a evolução da nossa espécie.

“No tempo das cavernas, por exemplo, a ansiedade sinalizava que era hora de tomar uma atitude – se defender ou atacar”, explica Mariângela Savóia, psicóloga do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Nos dias de hoje, entretanto, o risco iminente de ser surpreendida por um animal selvagem não existe mais, ainda assim, por causa das tarefas a cumprir e dos papéis a desempenhar, muitas de nós vivemos com a sensação de que o perigo está à espreita. Segundo dados do Ambulatório de Ansiedade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, 25% da população tem, teve ou terá o transtorno de ansiedade – sendo que há três mulheres para cada homem com o problema.

Esse quadro aparece quando o sentimento fica fora de controle e pode se manifestar na forma de fobias ou até mesmo como a síndrome do pânico. Os sintomas são fisiológicos (como taquicardia e falta de ar), comportamentais (quando você evita lugares e pessoas) e psicológicos (uma sensação de inquietude). Entre uma leve apreensão e o transtorno diagnosticado, existe um estado intermediário – e é desse que vamos ajudá-la a sair. É aquela ansiedade que não compromete profundamente a sua vida, mas atrapalha as relações, porque você vive sob tensão.

O desconforto aumenta sempre que se sente mais requisitada, como no fim do ano. Se está nesse estágio, calma, ainda dá para virar o jogo. Coloque em prática as dicas a seguir e passe a encarar a vida com mais equilíbrio!

1. E se...
A ansiedade sempre aparece quando você antecipa – tragicamente – uma situação. Como se uma voz interna criasse, incessantemente, versões cada vez mais complicadas da realidade. Num momento de crise, a ansiosa começa a pensar:

“E se eu perder o meu emprego? E se eu não conseguir pagar o aluguel? E se eu for despejada?” Perceba: sempre que há um pensamento ansioso, capaz de alimentar sua mente com possibilidades assustadoras (e pouco prováveis de acontecer), a frase começa com e se... Nessa conversa interna, você superestima as conseqüências de um problema ao mesmo tempo que subestima a sua capacidade de lidar com ele.

“É preciso reconhecer o perigo do discurso ‘e se’ para reassumir o controle da situação. Esse é o primeiro passo”, diz o psicólogo americano Edmund Bourne, autor do livro Acabe com a Ansiedade Antes Que Ela Acabe com Você, editora Gente. A etapa seguinte é desmontar racionalmente, frase por frase, todos os argumentos que estimulavam a sua inquietação.Identifique os pensamentos distorcidos Escreva em um papel tudo o que você fica se dizendo que começa com as palavras e se.

Avalie probabilidades. Seja sincera consigo mesma e veja qual é a probabilidade real do seu pensamento ser coerente com a realidade. Se você pensa, por exemplo, que pode perder o emprego por causa da crise econômica mundial, avalie qual é o risco disso realmente acontecer. Uma vez que ocorra, imagine qual é a possibilidade de você ficar sem teto do dia para noite. Faça esse questionamento com qualquer pensamento negativo que aparecer. Coloque fé no seu valor .Olhe para sua capacidade.

Se o pior acontecer, quem disse que não haveria chances de se reerguer? Se muita gente passa por isso, por que você seria a única a não reagir? Ao fazer esse exercício, consegue olhar com mais clareza para o presente e ter uma previsão menos ameaçadora do futuro mais próximo. Com isso, o nível de ansiedade diminui.

2. Respire certo!
Preste atenção na sua respiração agora. Quando você está ansiosa, respira mais rapidamente, com a parte de cima dos pulmões, de modo curto. Isso não acontece só durante uma crise de ansiedade, mas quando você anda preocupada demais.
O problema é que, respirando assim, dificilmente consegue relaxar. “Exercícios de respiração são importantes porque é impossível acalmar os pensamentos com a respiração descontrolada”, diz a psicóloga Mariângela Savóia.

Três minutos por dia, só três minutinhos (o tempo que você leva para fazer o exercício abaixo), trazem um efeito calmante que interfere no seu dia inteiro. Pode ser até menos – quanto estiver nervosa, pare e respire profundamente.
Reservar um tempinho para prestar atenção na respiração, no movimento do seu tórax, tira o foco dos pensamentos e faz você se conectar também com o seu corpo. Isso, por si só, já a aproxima da realidade e tem um efeito muito relaxante.- Sente-se em um local confortável. - Coloque a mão sobre o abdômen. - Inspire bem lentamente, tentando levar o ar para a parte de baixo dos pulmões – até sentir a mão apoiada no abdômen subir. - Perceba que, ao inspirar, o abdômen se expande e o seu peito quase não se move. - Expire – pelo nariz ou pela boca. - Repita dez vezes. Para manter um ritmo lento e constante, conte até quatro para inspirar e também para expirar.

3. Seja flexível
Resiliência é uma palavra que está na moda, mas que nem todo mundo sabe o que quer dizer. É um misto de resistência e flexibilidade. Pense em um bambu no vendaval. Ele quase encosta no chão (flexibilidade), mas não quebra (resistência). E depois que o vento passa, volta para o lugar. “Ser resiliente é lidar bem com as adversidades do dia-a-dia. Você consegue fazer isso olhando para o fato em si, sem se ater ou se deixar levar pela emoção que ele causa”, diz a psicóloga Mariângela.

Esse não é um passo fácil de ser dado nem é de execução imediata. Envolve uma mudança importante no modo como você aceita e reage a uma situação frustrante. Mas, uma vez que consegue ser mais flexível com a realidade, que nem sempre é como deseja, menor o risco de viver ansiosa. Veja abaixo as sugestões da psicóloga. Ao ter um problema, olhe para ele “Fazer de conta que uma situação desagradável não existe, só afasta mais você da realidade e também rouba tempo para resolver a questão da melhor maneira”, fala a especialista. Foque sua atenção na situação. Independentemente da emoção que determinado contratempo traz a você, concentre seus esforços em buscar uma solução, em vez de se perder em devaneios, questionando o seu valor só porque tem uma adversidade.

Acredite que você está mais forte Guarde cada problema resolvido como repertório para sua vida. Ninguém gosta de ter problemas, mas, se você passa por eles, sai mais forte e melhor preparada para os próximos – que sempre virão!

4. Rasge a fantasia de mulher-maravilha!
Em outras palavras, diminua a expectativa que você mesma coloca sobre os seus ombros de ser sempre mais e melhor. “A necessidade de ser perfeita em tudo gera muita ansiedade”, fala Leonardo. Isso tem a ver, claro, com as expectativas da sociedade em que vivemos, mas também com o discurso interno de cada um, que diz, por exemplo, que você não pode fazer ginástica porque precisa trabalhar mais e mais e mais. Para sair dessa armadilha, escolha em que papel você quer se dedicar mais agora – o que não signifi ca que não pode mudar de idéia depois.

“A gente quer ser inteligente, rica, bonita, bem relacionada, ótima mãe, filha exemplar, esposa nota 10 e funcionária do mês. Precisa priorizar onde você quer ser boa mesmo”, diz Cecília Russo Troiano, psicóloga, de São Paulo, e autora do livro Vida de Equilibrista – Dores e Delícias da Mãe que Trabalha, editora Cultrix. Quando você aceita que não dá para ser ótima em tudo o tempo todo, espera menos de si mesma e deixa de ser vítima fácil dessa apreensão.

Deus de Misericórdia !



Deus de Misericórdia!

Não nos permitas pedir para fazer aquilo que ainda não podemos,
mas fortalece-nos para fazermos todo o bem de que sejamos capazes,
principalmente em auxílio dos que ainda não podem compreender e
trabalhar tanto quanto nós. E, sobretudo, ó Pai de Infinita Sabedoria,
quando viermos a sentir dificuldade para fazer o que podemos, faze-nos
reconhecer que não nos confias tarefa superior às nossas forças e renova-
nos a certeza de que, se buscarmos estar contigo, nenhuma insuficiência
nos abaterá, de vez que em teu amor tudo é possível.


Fonte: XAVIER, Francisco C. Correio Fraterno. 6. ed. FEB: 
Rio de Janeiro, 2004,
cap. 59, p. 136.

A dor do abandono


Por trás de uma insegurança pessoal, de uma enorme falta de autoconfiança e auto-estima, pode estar escondida a dor do abandono.
Uma tristeza enorme preenche o nosso ser e dela não conseguimos nos livrar, ela nos acompanha dia-a-dia, como fosse nossa sombra.
E muitas vezes nos lançamos em aventuras malucas, que não preenchem o nosso ser, somente pela necessidade de aplacar essa dor interna que grita sem parar.
Se passarmos a gastar descontroladamente em bens materiais na tentativa de nos sentirmos melhor, estaremos tentando preencher o vazio de nosso ser com coisas que jamais nos proporcionarão amor. Com o desgaste destas coisas a sensação de vazio passa mais uma vez a fazer parte de nossa alma.
Este é mais um dos muitos casos em que a dor do abandono pode estar presente.

O fato de não se sentir amado e valorizado como ser humano, faz com que essa necessidade seja preenchida das maneiras mais absurdas possíveis.
A dor do abandono também se faz presente quando tentamos nos relacionar afetivamente um sem número de pessoas, na tentativa descontrolada de encontrar aquela que nos preencha, que nos ame de verdade. No entanto, essa tentativa se torna frustrante, pois na realidade o amor que procuramos não se encontra nessas pessoas e sim naquela que um dia nos abandonou.

A sensação de estar invisível e imperceptível aos outros também pode carregar em seu bojo a dor do abandono. Em determinado momento de nossa vida podemos ter passado por uma situação de rejeição ou abuso que fez com que decretássemos ao nosso subconsciente que não mais desejaríamos nos aproximar de alguém e sofrer novamente... A partir desse momento nossa energia se expande desta forma e passamos então de maneira inconsciente a nos afastar das pessoas.

Ora, não se sinta único nesse universo de abandono, isso é muito mais comum do que possa parecer; a tristeza que você pode estar sentindo hoje é somente um alerta para que a sua vida se transforme. A tristeza nunca pode passar a fazer parte do nosso cotidiano, ela deve ser apenas encarada como sintoma de uma doença que necessita de atenção e tratamento. O mais duro de tudo isso não é se sentir triste... é nada fazer para eliminar essa tristeza de sua vida! Creia, muitas pessoas convivem anos a fio com essa aflição e acham que isso é algo normal em sua existência.
Tomar as rédeas de nossa vida significa assumir o controle de nossas emoções e eliminar tudo que possa estar interferindo em nossa felicidade.

A Radiestesia, através da Mesa Radiônica, entra justamente nesse momento de identificação, é através desta técnica que identificamos os bloqueios energéticos e os eliminamos. Na grande maioria dos casos que atendo em meu consultório, existem sempre de dois a três tipos de bloqueio, que se repetem ao longo da vida e na maior parte deles o que encontro é a dor do abandono.
A eliminação da energia bloqueada nesses momentos repetitivos é fundamental; todavia, aliado a esse processo de desbloqueio, colocamos o perdão como fonte de ligação com o Todo, com o Universo, com um Deus maior que a tudo coordena.
Aqueles que de alguma forma nos magoaram um dia são nossos maiores mestres, pois eles delimitam nossa capacidade máxima de perdoar. A sua evolução se dá de fato quando você se concentra nas suas próprias lições. Perdoar significa então entender o que você também fez e que de alguma maneira contribuiu para essa situação de conflito. O crescimento pessoal evolutivo se efetiva em nossa vida quando desejamos da maneira mais profunda possível nos mantermos longe de qualquer situação ou emoção pesada que possa nos causar sofrimento.

Atendi no começo deste ano em meu consultório um moço que se dizia muito infeliz, não realizado e com síndrome do pânico. Dizia que sentia que as pessoas não o amavam de fato. Havia passado por três casamentos que terminaram com traições de sua parte.
Comecei então identificando de maneira profunda todas suas frequências energéticas e corrigindo-as. A seguir passei a identificar os vícios de comportamento por trás de cada frequência que precisei equilibrar. Passei então a identificar os bloqueios energéticos.
- O primeiro bloqueio se originara em sua infância, ele então me contou que naquele determinado momento o pai havia abandonado a família sem nada dizer, simplesmente saíra para o trabalho e não voltou mais.
- O segundo bloqueio coincidia com a data de sua primeira separação, que se originou por traição de sua parte.
- O terceiro bloqueio também estava relacionado a uma data de separação e abandono da sua filha de apenas oito meses.

Eliminei a seguir e tratei energeticamente todos os bloqueios identificados na Mesa Radiônica.
Convidei-o a participar dos meus Cursos de Radiestesia e Radiônica no intuito de fazê-lo entender melhor os mecanismos da Radiestesia, para com isto ensiná-lo a trabalhar objetivos e alcançar metas em sua vida, motivando-o ao crescimento pessoal, financeiro e afetivo.
Passados alguns meses ele me procurou novamente e me trouxe o depoimento feliz de um homem recuperado e equilibrado que não mais sentia aquela enorme ansiedade por preencher um amor que um dia lhe havia sido tirado.
Desta forma a dor do abandono foi eliminada de sua vida, vindo ele a resgatar assim sua felicidade, autoconfiança e auto-estima.

Por Maria Isabel Carapinha

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A hora do lobo




A hora do lobo


"Existe um predador no interior de todos nós. Ele não existe para predar outras pessoas, mas para caçar a nós mesmos, devorando nosso discernimento, afastando a sabedoria. Foi criado a partir de nossos hábitos e padrões de comportamento insalubres, de nossas vaidades e egoísmos, e se alimenta de nossa energia mental, emocional e espiritual.

Como todo predador, ele não age aleatoriamente e sem estratégia; fica à espreita e somente nos domina quando estimulado pelas circunstâncias, emoções e pensamentos que excitem sua ira. E nesta hora, como afirma Thich Nhat Hanh, o grande mestre budista do zen vietnamita, fazemos coisas que não queremos fazer, dizemos coisas que não queremos dizer, pensamos coisas que não gostamos de pensar.

Magoamos a nós mesmos e a outros, incapazes de agir com consciência plena. Esta é a Hora do Lobo, o momento em que caímos na mais lamentável cadeia de ações inconscientes e ignorantes, fundamentadas nos vícios de atitude que desenvolvemos ao longo de nossa vida. E essa triste queda devora nosso discernimento e percepção, e nos nega a sabedoria.

(…)

O fato é que na vida vivemos sob a ditadura das paixões. (…) E, bem, a paixão na verdade não abriga nenhum amor, nenhuma alegria de viver, em si mesma. Os processos passionais são sempre desgastantes, e em algum momento este desgaste se tornará evidente, não há como escapar disso.

Festas frenéticas, viagens apressadas, muitas atividades cotidianas, consumo exagerado, relacionamentos superficiais intensos ou afetos racionalizados em um sem-número de projeções e carências (…).

O exercício das paixões através das fantasias dos sentidos parece mais fácil do que a conquista da felicidade através do equilíbrio da consciência.

Além disso, quem afinal compreende o sentido da vida? Quem realmente pode se valer do inefável sentimento de contentamento?

(Para a mente viciada em hábitos egoístas) Mais valiosas são as excitações imediatas, a luta para conquistar mais beleza física, mais domínio, mais poder, mais dinheiro e fama, mais intelectualidade, mais corroboração de nossos pontos de vista (…).

O predador (…) é o agente das nossas atitudes insalubres, que nos faz sentir menores diante da vida. Ele habita nossos corações e mentes, esperando o momento de nos dominar. E quando nos defrontamos com um desafio, um gesto, uma palavra ou uma ideia que de alguma forma estimule os hábitos arraigados em nossa mente, o predador ataca nossa percepção com uma fúria e velocidade terríveis.
(…)

Liberte-se de seu predador. Observe meios de prática que podem desestimular os hábitos arraigados em você, e que são tão prejudiciais. E, por favor, abandone o vício de apenas procurar o predador nos outros; cada um de nós tem seu caminho, e não nos cabe a injustiça de sustentar nossos argumentos acusando a doença de comportamento alheia.

Saiba atingir o correto equilíbrio entre o reconhecimento do predador alheio e o melhor meio de se defender dele. E a melhor forma de nos defender do lobo que habita os corações dos nossos semelhantes é ter a coragem de apaziguar o nosso próprio lobo interior. Este é o segredo.
(…)

Somos muito mais do que presas de um predador. Podemos muito mais do que apenas agir com ignorância e intolerância. Podemos ser livres, serenos e fortes ao mesmo tempo. A vida é um sonho que pode ser vivido sem pesadelos.

Acredite nisso, e confie: não somos escravos de nossas paixões. O predador pode ser superado, ele pode ser derrotado. Basta termos a coragem de viver saboreando as belezas da vida com uma mente simples e dedicada, e não devorando com paixão e impulsividade a nossa própria liberdade…"

“A Hora do Lobo”, 2005 – KŌMYŌ, Claudio – “O Hóspede da Caverna”; 1ª Edição 

A armadilha da auto-sabotagem




A Armadilha da Auto-Sabotagem

Por Bel Cesar


"Há momentos da vida que reconhecemos que estamos prontos para dar um novo salto, para efetivar uma mudança profunda. Nos lançamos num novo empreendimento, numa nova relação afetiva, mudamos de cidade e até mesmo de apelido.

 Mas, aos poucos, nós nos pegamos fazendo os mesmos erros de nossa vida passada. É como se tivéssemos dado um grande salto para cair no mesmo buraco. Caímos em armadilhas criadas por nós mesmos. Nos auto-sabotamos. Isso ocorre porque, apesar de querermos mudar, nosso inconsciente ainda não nos permitiu mudar! 

Em nosso íntimo, escutamos e obedecemos, sem nos darmos conta, ordens de nosso inconsciente geradas por frases que escutamos inúmeras vezes quando ainda éramos crianças. Toda família tem as suas. 
Por exemplo: Não fale com estranhos é uma clássica. Como a nossa mente foi programada para não falar com estranhos, cada vez que conhecemos uma nova pessoa nos sentimos ameaçados.
 Uma parte de nosso cérebro nos diz abra-se e a outra adverte cuidado. 

Num primeiro momento, o desafio em si é encorajador, por isso nos atiramos em novas experiências e estamos dispostos a enfrentar os preconceitos. No entanto, quando surgem as primeiras dificuldades que fazem com que nos sintamos incapazes de lidar com esse novo empreendimento, percebemos em nós a presença desta parte inconsciente que discordava que nos arriscássemos em mudar de atitude: Bem que eu já sabia que falar com estranhos era perigoso. 

Cada vez que desconfiamos de nossa capacidade de superar obstáculos, cultivamos um sentimento de covardia interior que bloqueia nossas emoções e nos paralisa. 
Muitas vezes, o medo da mudança é maior do que a força para mudar. 
Por isso, enquanto nos auto-iludirmos com soluções irreais e tivermos resistência em rever nossos erros e aprender com eles, estaremos bloqueados. Desta forma, a preguiça e o orgulho serão expressões de auto-sabotagem, isto é, de nosso medo de mudar. 

Dificilmente percebemos que nos auto-sabotamos. Nós nos auto-iludimos quando não lidamos diretamente com nosso problema raiz. 

A auto-ilusão é um jogo da mente que busca uma solução imediata para um conflito, ou seja, um modo de se adaptar a uma situação dolorosa, porém que não represente uma mudança ameaçadora. 
Por exemplo, se durante a infância absorvemos a idéia de que de ser rico é ser invejado e assim menos amado, cada vez que tivermos a possibilidade de ampliar nosso patrimônio nós nos sentiremos ameaçados!
Então, passaremos a criar dívidas, comprando além de nossas possibilidades, para nos sentirmos ricos, porém com os problemas já conhecidos de ser pobres. Não é fácil perceber que a traição começa em nós mesmos, pois nem nos damos conta de que estamos nos auto-sabotando!

Na auto-ilusão, tudo parece perfeito. Atribuímos ao tempo e aos outros a solução mágica de nossos problemas: com o tempo a dor de uma perda passará; seu amado irá se arrepender de ter deixado você e voltará para seus braços como se nada houvesse ocorrido.
 No entanto, só quando passarmos a ter consciência de nossos erros é que não seremos mais vítimas deles!

Temos uma imagem idealizada de nós mesmos, que nos impede de sermos verdadeiros. Produzimos muitas ilusões a partir desta idealização. Muitas vezes, dizemos o que não sentimos de verdade. Isso ocorre porque não sentimos o que pensamos!

Muitas vezes não queremos pensar naquilo que sentimos, pois, em geral, temos dificuldade para lidar com nossos sentimentos sem julgá-los.
 Sermos abertos para com nossos sentimentos demanda sinceridade e compaixão. Reconhecer que não estamos sentindo o que deveríamos sentir ou gostaríamos de estar sentindo é um desafio para conosco mesmos.

 Algumas de nossas auto-imagens não querem ser vistas! 

É nossa auto-imagem que gera sentimentos e pensamentos em nosso íntimo. Podemos nos exercitar para identificá-la. Mas este não é um exercício fácil, pois resistimos em olhar nosso lado sombrio.
 No entanto, uma coisa é certa: tudo que ignoramos sobre nossa parte sombria, cresce silenciosamente e um dia será tão forte que não haverá como deter sua ação.

Portanto, é a nossa auto-imagem que dita nosso destino.

O mestre do budismo tibetano Tarthang Tulku, escreve em seu livro The Self-Image (Ed. Crystal Mirror): A auto-imagem não é permanente.
 De fato, o sentimento em si existe, no entanto o seu poder de sustentação será totalmente perdido assim que você perder o interesse por alimentar a auto-imagem.

 Nesse instante, você pode ter uma experiência inteiramente diferente da que você julgou possível naquele estado anterior de dor. É tão fácil deixar a auto-imagem se perpetuar, dominar toda a sua vida e criar um estado de coisas desequilibrado...

 Como podemos nos envolver menos com nossa auto-imagem e nos tornar flexíveis? Somos seres humanos, não animais, e não precisamos viver como se estivéssemos enjaulados ou em cativeiro. No nível atual, antes de começarmos a meditar sobre a auto-imagem, não percebemos a diferença entre nossa auto-imagem e nosso 'eu'. Não temos um portão de acesso ou ponto de partida. Mas, se pudermos reconhecer apenas alguma pequena diferença entre a nossa auto-imagem e nós mesmos, ou 'eu' ou 'si mesmo', poderemos ver, então, qual parte é a auto-imagem.

A auto-imagem pode representar uma espécie de fixação. Ela o apanha, e você como que a congela. Você aceita essa imagem estática, congelada, como um quadro verdadeiro e permanente de si mesmo, explica Peggy Lippit no capítulo sobre Auto-Imagem do livro Reflexões sobre a mente organizado por seu mestre Tarthang Tuku (Ed. Cultrix).

Na próxima vez que você se pegar com frases prontas, aproveite para anotá-las! Elas revelam sua auto-imagem e são responsáveis por seus comportamentos repetitivos de auto-sabotagem. Ao encontrar a auto-imagem que gera sentimentos desagradáveis, temos a oportunidade de purificá-la em vez de apenas nos sentirmos mal. O processo de autoconhecimento poderá então se tornar um jogo divertido e curioso sobre nós mesmos!"

O despertar de uma alma



Auto-acolhimento  -  O despertar de uma alma

"Não importa a razão: quando nos sentimos desajustados em nós mesmos, tornamo-nos reféns de nossa própria autocrítica. Muitas vezes, quando passamos alguma vergonha (seja por algum motivo relevante ou não) ficamos presos a um estado interno que nos coloca cada vez mais para baixo. O mesmo pode ocorrer quando somos agredidos ou simplesmente fomos mal atendidos. 

Quando o desconforto próprio ou alheio entra dentro de nós, só nos resta cuidar deste mal-estar. Se os outros (ou nós mesmos) nos tratam mal, ainda assim, podemos nos tratar bem! A alavanca para mudar este sistema é saber nos autoacolher.

Autoacolhimento é estar disponível para nós mesmos: abrir espaço interior para nos recebermos. Mas, se nossa linguagem interna soar hostil, não iremos querer nos autoescutar. Naturalmente, se nos sentirmos desconfortáveis, vamos querer cair fora, mas para onde ir quando o mal-estar está instalado em nosso íntimo?

A primeira coisa a fazer é parar de nos colocar para baixo. Dizer a nós mesmos repetidas vezes: "Ok, isso de fato ocorreu, agora cabe a mim diluir esse impacto, escolho me autoacolher". Quando agimos assim, acionamos nossa base interna de segurança, pois, passamos a estar disponíveis para nos receber ao invés de nos criticarmos ainda mais.

Autoacolher-se não quer dizer ser condescendente com os próprios erros. Mas, sim, tratar a nós mesmos com gentileza à medida em que admitimos nossas falhas. 

Autoacolher-se não quer dizer justificar nossa fraqueza como vítimas de consequências injustas. Mas, sim, dar a nós mesmos a chance de nos levantarmos assim que caímos. 

Quando pararmos de nos rejeitar, conseguiremos nos aproximar de nós mesmos a ponto de escutar nossas reais necessidades internas. A questão é que muitas vezes estamos tão sobrecarregados pela sensação de não nos sentirmos atendidos, que sequer conseguimos escutar nossos pedidos internos. Mas, à medida em que permanecemos ao nosso lado, mesmo que inconformados com o ocorrido, passamos a nos escutar.

Validar nossas necessidades é outra forma de nos autoacolher. Depois que reconhecemos o direito de nos darmos algo, agora precisamos agir de modo coerente para recebê-lo. Se quisermos ser respeitados em nossos limites, precisaremos inicialmente ser sinceros para reconhecê-los. 

Por exemplo, muitas vezes dizemos, sim, quando na realidade queríamos dizer não, simplesmente porque não levamos a sério nossos limites e necessidades. Isso ocorre porque não aprendemos a escutá-los. O medo de lidar com a decepção alheia é um reflexo da incapacidade de nos auto-acolhermos diante de nossos próprios limites!

Portanto, podemos sempre ampliar nossas possibilidades internas na medida em que nos mantivermos em contato com nossa base interior. Esta não é uma atitude egocentrada, na qual o outro não é levado em consideração. 
Mas, simplesmente, parte do processo diário do desenvolvimento interior. Sabermos nos respeitar é uma forma saudável de liberarmos o outro de nossas expectativas exageradas. 

Quando nos autoacolhemos, podemos ser quem somos. Livres da pressão interna de corresponder a expectativas que ainda não estamos prontos para cumprir, podemos relaxar e gradualmente gerar novas forças para seguir adiante. Uma vez confortáveis com nossa base interior, podemos nos preparar para receber melhor o outro, seja em sua alegria ou desconforto"

Bel Cesar
é psicóloga, pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano desde 1990. Dedica-se ao tratamento do estresse traumático com os métodos de S.E.® - Somatic Experiencing (Experiência Somática) e de EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares).



É possível resgatar uma relação infeliz?




É POSSÍVEL RESGATAR UMA RELAÇÃO INFELIZ?

Reflita se é hora de salvar ou terminar seu relacionamento

Por: Bruna Rafaele

No mundo em que vivemos, ainda é muito normal encontrar pessoas apegadas ao passado e sem ânimo para mudar a sua vida afetiva. Com isso, vivem acorrentadas a um relacionamento, com medo de se arrepender ao dar um ponto final, pelo fato de não terem certeza de que vão encontrar alguém melhor no futuro. Mas será que isso vale a pena? Será que é preciso ficar infeliz para sempre do lado de alguém só para manter o estado civil?

Há, ainda, aquelas pessoas que preferem acreditar na instituição "casamento" como um porto seguro, mas buscam o prazer carnal em relacionamentos extraconjugais, sem se soltarem do parceiro com quem casaram. Comportamentos desse tipo só demonstram o quanto há vários relacionamentos longos e infelizes na sociedade e como as pessoas não têm coragem de encarar o fato principal: elas não vivem felizes e ainda trazem para o relacionamento muita frustração e maiores desgastes.

Quem tem filho e passa por essa situação, costuma justificar esse tipo de comportamento com argumentos relacionados aos possíveis traumas que as crianças podem sofrer com a separação dos pais. Outra maneira de se sentir preso a esse tipo de relação ocorre quando as pessoas escolhem manter um relacionamento falido por medo de perder o conforto e a estabilidade financeira que conseguiram conquistar com o parceiro. Nesses casos, reflita: vale a pena viver do lado de alguém só por esses motivos? E onde fica o amor pelo outro e também o seu amor próprio?

Um fator que costuma unir as pessoas é a crença de que será possível contar com o outro até a velhice. Mas até que esse momento chegue, será que não há tempo suficiente para você cuidar de si mesmo? Não é justo usar o outro como uma bengala. Outro ponto importante para quem tem filhos: será mesmo que as crianças não vão sofrer mais ao perceberem que entre seus pais não há amor e sim outros fatores que os prendem e os fazem manter a relação?

ABRINDO MÃO DO PASSADO


"Imagine quanto mal as pessoas causam para si próprias quando vivem uma relação com alto nível de toxidade. Afinal, se não há amor, amizade e companheirismo, o que mais pode existir entre um casal?"


Imagine quanto mal as pessoas causam para si próprias quando vivem uma relação com alto nível de toxidade. Afinal, se não há amor, amizade e companheirismo, o que mais pode existir entre um casal?

Não seria melhor se houvesse mais desapego de ideias, de medos e de carências para escolhermos o nosso parceiro por toda uma vida?

Se soltar do passado é abrir mão de algo bom que passou. Mas acima de tudo é preciso viver no presente a liberdade de ser feliz, longe de prisões que não trazem mais benefícios do que a paz interior. Saber que você faz o melhor para ser feliz é ter certeza de que nada pode ocupar o lugar de um amor verdadeiro, puro e cheio de harmonia entre os pares. Então, por que você ainda teima em se amordaçar e em se fazer mal, ao invés de se abrir para o novo?

Se você tem dúvidas sobre o que se passa com você, se realmente seu relacionamento está por um fio sustentado apenas por valores externos ao amor, pergunte-se:

Existe a possibilidade de você enxergar um futuro melhor entre vocês dois?
Você está nesse relacionamento por amor a si mesmo e ao outro, ou só porque não acha que é capaz de ser amado por uma nova pessoa?
Você acha que faz mais mal a si mesmo mantendo essa relação sem amor do que se estivesse disposto a encarar a realidade?
E o outro, você acha que ele merece ter um relacionamento melhor do que vocês hoje podem se oferecer?
Você sente que está prendendo alguém a você por causa dos seus caprichos?

Se alguma de suas respostas foi positiva, reflita mais sobre o assunto e descubra se vale realmente a pena fechar esse ciclo e iniciar uma nova vida. A resposta está dentro de você.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O Diabo: Invisivel espelho da paixão

Por Zoe Camaris

O DIABO: INVISÍVEL ESPELHO DA PAIXÃO



Reflita sobre arquétipo do arcano e aprenda truque para fugir da armadilha do desejo

Nas questões de amor, o aparecimento da carta do Diabo é indício de uma paixão avassaladora. Embora nossos olhos brilhem, promessa de novas sensações e estremecimentos, a armadilha está montada. Submissos a um sentimento incontrolável, perguntamos: "Quem nos amarra assim, com tanta força?" O poeta francês Charles Baudelaire diz que o artifício mais hábil do Diabo é fazer de conta que não existe. Sim, ele é o rei dos disfarces.

Vamos analisar a cena do arcano XV no Tarô de Marselha? No primeiro plano, duas pessoas, agora transformadas em diabretes, estão atadas por uma corda a um pedestal. Encoleirados como animais, não se dão conta que sofrem uma gradual transformação. No segundo plano, sobre o pedestal, a figura hermafrodita do Diabo segura com a mão esquerda uma tocha, e com a outra, parece acenar para nós, sorrindo ironicamente. O casal não pode vê-lo, já que o Diabo se posta atrás deles. Nós, que observamos a carta, podemos ver claramente.

No entanto, a ideia da paixão é tão intensa que, mesmo olhando o cenário que a carta de Tarot nos apresenta, a imagem do cativeiro pode passar despercebida e ser substituída por uma exclamação de alegria: "Oba, isso significa que vou me apaixonar?"

Incrível, não? Este é o poder da paixão. A paixão cega. Todos nossos sentidos são tomados por um impulso incrível, elétrico, viciante. É como nascer de novo, um entusiasmo que ultrapassa os limites da razão. Nossas emoções difusas encontram um centro magnético que se traduz em disposição, vigor, alegria. "Como isso pode ser um mal se me faz tão bem?"

ENVOLVER-SE OU NÃO: É POSSÍVEL CONTER A PAIXÃO?

Depois de alguma experiência de vida, você pode até sentir um rastro de enxofre no ar, mas, em segundos, aquele cheiro estranho se transforma no perfume mais envolvente de toda a sua existência. É natural não querer se soltar, mesmo careca de saber que depois da bonança vem a tempestade, que os primeiros momentos de prazer são tão fortes em intensidade quanto o sofrimento decorrente.


Isso quer dizer que todo enamoramento é uma ação diabólica? Não. E existem formas de driblar o Diabo? Sim. O lance é descobrir o enredo. Então vamos lá:

- Desmontando a armadilha

As interpretações dos textos bíblicos e não-bíblicos relacionadas ao Diabo são complexas e não é da nossa alçada discuti-las aqui. Partimos então da imagem cristianizada do Tarot, mas levando em conta também o seu suporte mitológico e literário, ou seja, seu valor arquetípico.

Lúcifer, o anjo portador da luz, era o braço direito de Deus. Seu dom era a música e ele vestia-se das mais belas gemas. Em torno do querubim se alastrava um jardim de topázios, safiras, diamantes, ouro e esmeraldas. Como o Narciso da lenda grega, viu-se refletido nas pedras preciosas e encantou-se com sua imagem. Era puro brilho e fascínio, beleza e sedução. Tomado de orgulho e vaidade, desafiou o poderio do Amor. E foi lançado dos céus com uma legião de anjos aos abismos subterrâneos, um lugar escuro e vedado aos nossos olhos. O mais brilhante dos anjos escondido nas profundezas, no reino das sombras. E Lúcifer, agora chamado de Satanás, acirrou o ressentimento que já havia sentido de forma violenta contra aquele que era o seu melhor amigo.

Se pararmos para pensar um pouco sobre os traumas do Diabo, não é difícil chegar à conclusão de que ele é um ressentido e busca por reconhecimento. Não aprecia nem um pouco a ideia de que o Mal não existe; de que ele não passa da ausência do Bem. E vivendo sem luz, a luz que era o seu mundo e seu traço principal, resolve vingar-se de Deus e de sua criação.

A arma mais poderosa do Diabo é o espelho, o mesmo espelho em que ele se mirou um dia. Já parou para pensar que podemos ver qualquer parte do nosso corpo, menos o nosso rosto? A nossa face só se expõe ao olhar do Outro. Ou ao reflexo, que nos confunde.


Quando somos crianças e nos reconhecemos pela primeira vez no espelho, é natural que olhemos para trás, buscando um adulto como testemunha. Quando não viramos a cabeça é porque estamos presos na imagem do Duplo que o espelho apresenta. Mas o duplo é uma representação do nosso rosto. Não é o nosso rosto.

A primeira certeza que precisamos ter é que é muito fácil fascinar-se por si mesmo. E não temos ideia da força com que isso pode acontecer. O Diabo nos mostrou seu espelho.

- Atitude

Para driblar o Diabo, mostre que você o vê. Vire-se para trás e diga: "Eu o reconheço". Você tem medo de olhar? Não tenha. O medo se volta facilmente contra nós. É fácil olhar para anjos loiros e de cabelos encaracolados, Cupido voando no cartão do dia dos namorados. Lembre-se de que Lúcifer era o mais belo dos anjos. O que o Diabo quer é ser visto, e por isso mesmo é um artista da invisibilidade. Mas só quer ser reconhecido por quem pode identificá-lo.

E respeite-o. Considere seu poder de fogo. Ninguém coloca a mão na fogueira sabendo que vai se queimar. Ou seja, olhe para ele e em seguida se afaste, lentamente.

Imagine que tem um olho tatuado na nuca e mantenha essa imagem na sua tela mental. Reconhecimento e consideração são o que ele quer.

Essa é a forma de devolver para o Diabo o seu espelho. E agora, já distante, centre-se. Respire fundo. Perceba que o que ele estava lhe mostrando era uma imagem sua. Você se apaixonou pela sua própria força, intensidade, pelo fascínio que você emana. Todas essas qualidades são suas e se voltaram contra você com força duplicada. Por isso essa eletricidade toda. Agora é sua vez de dar-se conta do seu próprio poder, com todo o respeito e consideração, e responder a pergunta que não quer calar: "O que eu verdadeiramente desejo?" Nesse momento, uma transformação irá ocorrer. Quando nos damos conta de nossa individualidade e singularidade, a máxima alquímica "Só o que está separado pode ser verdadeiramente unido" entrará em ação. E você poderá olhar para o outro e abrir-se para a visão pura e real do amor - sem reflexos, ciente das suas projeções. Amar é muito melhor do que só apaixonar-se.

Agora, se nada deu certo e você caiu na armadilha, paciência. Aproveite o mel e o fel, pois esta também é uma oportunidade de autoconhecimento. O lado divertido do Diabo no Tarot é o Carnaval, mesmo que aconteça fora de época. Gargalhe, use suas máscaras e lembre-se: para se achar, muitas vezes é preciso se perder.

Como a autoestima influencia os relacionamentos



Por Daniela Martins

COMO A AUTOESTIMA INFLUENCIA OS RELACIONAMENTOS

Identifique sinais de autoestima desequilibrada e comece a mudar suas atitudes


Como você se sente em relação a si mesmo? A sua autoestima, a percepção do seu próprio valor, determina como você se relaciona consigo e com os outros. Quando a autoestima é saudável, é baseada no bom senso, em que você sabe reconhecer e aceitar o seu valor, sem exagero. Por outro lado, quando você não tem consciência do seu valor, fica sujeito à valoração atribuída pelos outros. E isso, em um relacionamento amoroso, é extremamente prejudicial para todos os envolvidos.

Entenda, por meio dos exemplos a seguir, como comportamentos e atitudes influenciados pela autoestima podem ser nocivos aos relacionamentos.

Quando a autoestima é rebaixada, é comum encontrarmos tais comportamentos:

submissão;
ciúmes e sentimento de posse;
medo de ficar só, o que leva a aceitar qualquer imposição do outro;
sofrimento antecipado (espera que as situações deem errado);
autossabotagem (por não se achar capaz, sabota-se);
vitimização (sente pena de si e coloca-se no papel de vítima).

No caso da autoestima desproporcionalmente elevada, as atitudes presentes são:

intolerância;
desvalorização do outro;
autossuficiência (não preciso de ninguém para viver);
arrogância e orgulho;
relação sem parceria, sem diálogo com o outro.


VALORIZE-SE NA MEDIDA CERTA PARA CONVIVER E SE RELACIONAR MELHOR


Se você se identificou com algum dos comportamentos descritos acima, que tal considerar pequenas mudanças nas suas atitudes? Uma autoestima rebaixada, por exemplo, pode ser equilibrada com um comportamento menos autocrítico em relação às próprias qualidades. Tente enxergar e valorizar o que você tem de bom e evite se comparar com outras pessoas, idealizando tanto o seu julgamento acerca das qualidades dos outros. Cada pessoa tem seu valor, sua potencialidade.

Já uma pessoa com a autoestima muito elevada precisa saber que valorizar os outros não implica em se diminuir. Seja mais flexível com você e com quem se relaciona. A Terra não gira ao redor do homem, lembra

Seja atento aos outros, pois você só tem a ganhar, principalmente em relação à qualidade de suas relações. A natureza humana é sociável, precisamos uns dos outros para viver!

Cuidar da autoestima dá trabalho, sim. É um cuidado diário, como higiene pessoal, atividade física e alimentação, e os ganhos são notáveis. A autoestima equilibrada vai facilitar as suas relações, desde a escolha de uma pessoa que provavelmente terá mais afinidade com você à diminuição das suas inseguranças e a uma maior flexibilidade das defesas, tornando a convivência com você mais agradável. Autoconfiança na medida certa é um poderoso afrodisíaco!