quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo !!!


Um Feliz Ano Novo com muita Luz, Paz, Harmonia, Equilíbrio, Saúde, Prosperidade, Amor, Perdão, Paciência, Tolerância, Misericórdia e ÁGAPE no coração de todos !!!

Estamos em recesso retornando as postagens em meados de janeiro, até lá e muito obrigada a todos que contribuem para o sucesso do blog.


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Autoconhecimento



O autoconhecimento é um processo lento que pede, antes de tudo, confiança. A espera necessária para alcançar aquilo que buscamos - uma profunda consciência acerca de quem, de fato, somos - só será suportada se existir dentro de nós a confiança de que a semente inevitavelmente germinará.

Se não estivermos preenchidos por essa certeza, nenhum resultado poderá ser obtido e desistiremos diante do primeiro obstáculo que surgir. E eles serão muitos, pois a mente nos coloca inúmeras armadilhas para nos convencer de que viver sob seu domínio é a única forma de existência possível.

A confiança, porém, não pode vir acompanhada de ansiedade ou expectativa, porque estas constituem os principais entraves para um estado de relaxamento e paz. Aqueles que já se encontram nesse caminho, sabem que ao invés de ansiar pelo resultado final, devemos usufruir de cada instante que vivermos durante essa jornada, pois ela em si já se constitui numa grande bênção.

Se focarmos nossa energia na ânsia por obter algum resultado, certamente deixaremos de enxergar os momentos preciosos que a vida vai colocando em nosso caminho. A serenidade e a alegria são os principais critérios para sabermos se estamos de fato no caminho de volta para nosso verdadeiro ser.

Quanto mais preenchidos por estes sentimentos nos mantivermos, mais perto estaremos da fonte original de onde eles emanam: o divino, a dimensão onde o ego e a mente perderam todo o poder e somente a consciência de uma profunda união com tudo o que existe permanece.

Da observação à não-mente
... Uma vez que um homem esteja em um estado de não-mente, nada pode desviá-lo de seu ser. Não há poder algum maior que o da não-mente. Nenhum mal pode ser feito a tal pessoa.
Nenhum apego, nenhuma cobiça, nenhuma inveja, nenhuma raiva, nada pode surgir nele. A não-mente é absolutamente um céu puro, sem qualquer nuvem.
Existe uma lei intrínseca: pensamentos não têm vida própria. Eles são parasitas; eles vivem na sua identificação com eles. Quando você diz, 'eu estou com raiva', você está despejando energia vital na raiva, porque você está ficando identificado com ela.
Mas quando você diz: 'eu estou observando a imagem da raiva na tela da mente dentro de mim', você não está mais dando qualquer vida, qualquer alimento, qualquer energia à raiva. Você será capaz de vê-la porque você não está identificado, a raiva é absolutamente impotente, não tem qualquer impacto sobre você, não muda você, não afeta você. Ela é absolutamente oca e morta. Ela passará e deixará o céu limpo e a tela da mente vazia.

... E uma vez que você começa a se mover no caminho certo, o seu êxtase, as suas belas experiências vão se tornar mais e mais profundas, mais e mais amplas, com novas nuances, novas flores, novas fragrâncias.

... Esses são os caminhos e o critério de como escolher: se você se move em algum caminho, usa alguma metodologia e isso lhe traz alegria, mais sensitividade, torna-o mais observador e lhe dá uma sensação de imenso bem estar, esse é o único critério de que você está indo no caminho certo. Se você estiver se tornando mais miserável, mais raivoso, mais egoísta, mais ambicioso, mais luxurioso, estas são as indicações de que você está se movendo num caminho errado.

No caminho certo, a sua felicidade irá crescer dia após dia e suas experiências de belas sensações irão tornar-se tremendamente psicodélicas, muito coloridas, com cores que você nunca viu no mundo, com fragrâncias que você nunca experimentou. Então, você poderá seguir no caminho sem qualquer medo de que possa estar indo errado...

... A meditação com certeza leva à não-mente, assim como todo rio se move em direção ao mar, sem qualquer mapa, sem qualquer guia. Todo rio, sem exceção, finalmente, alcança o oceano. Toda meditação, sem exceção, finalmente, alcança o estado de não-mente.

... Não-mente é uma palavra simples, mas ela significa exatamente iluminação, liberação, liberdade de todas as escravidões, experiência de imortalidade.
Essas são palavras grandiosas e eu não quero que você fique assustado, por isso eu uso uma palavra simples, não-mente. Você conhece a mente... e você consegue conceber um estado em que essa mente esteja sem funcionamento.
Uma vez que esta mente esteja sem funcionamento, você se torna parte da mente do cosmos, da mente universal. Quando você é parte da mente universal, a sua mente individual funciona como uma bela serviçal. Ela terá reconhecido a mestra e ela trará novidades da mente universal para aqueles que ainda estão presos à mente individual.

Quando eu estou falando para vocês, é na verdade o universo que está me usando. As minhas palavras não são minhas palavras, elas pertencem à verdade universal. Esse é o poder, o carisma e a magia delas."
OSHO - Satyam, Shivam, Sundram - tradução: Sw.Bodhi Champak

Por Elisabeth Cavalcante

Ritual de Queima do Karma



Logo mais estaremos no ano novo, e será que isso significa vida nova?
Sinceramente, acho que depende da forma que cada um está lidando com a vida e com suas experiências. Para a vida ser nova, precisamos nos reformular, fazer diferentes escolhas, mudar sentimentos, conseguir perdoar e nos limpar de mágoas. Aí, sim, a vida se renova, seja no meio do ano, no mês de março ou de setembro. Na verdade, não faz diferença a época do ano quando, de alguma forma, mudamos algo impactante dentro de nós.

Porém, a mudança de ciclo, e no caso de ano, é um marco importante, pois muita gente se liga neste ritual e quer fazer seus votos darem certo. Roupas brancas para o novo e para a paz, calcinhas coloridas para várias intenções; lentilha e outros grãos para fartura etc. Tudo isso acaba tendo uma força já que tanta gente coloca esperanças nessas simpatias, mas se não nos comprometemos numa ligação íntima e continuada para mudanças, desejos não passarão de desejos. A concretização depende de nós.

Sim, amigo leitor, você é co-autor do seu destino. Deus está junto de você criando e recriando seus caminhos. Em cada dia, você e Ele podem fazer diferente, lidar com a vida de outra forma, encarar os infortúnios com menos emoção e mais coragem.

Não gosto de desiludir as pessoas, pois acredito no poder dos banhos de ervas, das orações, de acender velas, ancorando a energia dos seres de luz pedindo bênçãos e oportunidades, pois tudo isso realmente funciona, mas não quando se faz numa única vez sem o compromisso de se dedicar a expansão dessa força íntima e do contato espiritual. Assim, como as ondas levam nossos pulos e oferendas, a mãe das águas carregará nossos sonhos, mas e nós como vamos nos portar? O que faremos para promover o bem em nossas vidas? Como lidaremos com os desafios, com os karmas que enfrentaremos nesse próximo ciclo que 2011 inaugura?

Os ensinamentos da Fraternidade Branca orientam que no final do ano os Mestres se reúnem e analisam o nosso karma. Este encontro com os Senhores do Karma é esperado por muita gente que deseja ter seus compromissos aliviados e, nesses momentos especiais, mantêm um diálogo profundo com os mentores, pedem luz, sabedoria, amor em suas vidas. É comum também escrever uma carta, passando a vida a limpo, comentando fatos e pedindo compreensão e alívio por dores e sofrimento.

Se você deseja entrar nessa sintonia, aproveite esse momento em que muita gente faz uma auto-análise, e também escreva sua carta, peça libertação e coloque seus compromissos. Veja o quanto você está disposto a também mudar suas atitudes frente aos desafios. Mas não seja cruel, não seja duro nesta avaliação pessoal, pois vejo que muita gente se culpa, se prende às coisas difíceis e quando se deparam com os fatos do ano se deprimem.

Uma vez, li que o final do ano é uma época com muitos suicídios. O que é muito triste, porque a vida não é fácil para ninguém, já que não há quem não enfrente seus desafios, suas sombras. Mas se a natureza é cíclica, se depois de uma noite escura, o sol se mostra novamente, porque não acreditar no amanhã?

Assim, amigo leitor, desejo que o vento da mudança bata suave nas suas costas trazendo aragens doces, cheias de carinho para você ter força, coragem e sabedoria para ser mais feliz na sua vida. Aproveite para no dia 31 escrever sua cartinha para os Mestres e peça muito amor e luz. Faça uma oração e, depois de ler atentamente, queime o seu escrito. Entregue sua energia e peça transformação, sempre lembrando que você atua o tempo todo para concretizar o bem que deseja viver.

Boa sorte!

Por Maria Silvia Orlovas


Liberdade de ser Você



AME VOCÊ!

Eis que um óvulo foi fecundado. Neste momento, toda uma herança de dois seres está se juntando para dar vida a um outro. Genética e ancestralidade, físicas e espirituais se unem. Existe aqui todo um contexto social, religioso, cultural, uma época em que este novo visitante se encontrará. Toda a sua estrutura psicológica se manifestará conforme o todo que ele estiver inserido e ao nível de conexão que ele tem com sua história ligada a outros tempos.

Nada conseguimos só, porque desde o nosso nascimento a dualidade foi demonstrada. As religiosidades de todos os tempos vislumbraram, através dos Mestres criadores de seus seguimentos, a Aurora de um tempo glorioso, um tempo em que o homem tem livre-arbítrio e o direito à eternidade.

Contudo, esta não é a nossa realidade de uma forma geral. "Os bonsherdarão a Terra", disse Jesus. Sim, o Paraíso é aqui, mas por que não conseguimos enxergá-lo? Pelo mesmo motivo que faz de tempos em tempos nascerem homens e mulheres que tentam nos despertar para nós mesmos, para a realidade suprema de nosso ser. Esse também é o papel das catástrofes, das mudanças climáticas súbitas, das doenças, de tudo que nos impacte de alguma forma.

Ser um Buda é estar consciente de Si Mesmo, do seu Self, como disse o psiquiatra suíço Jung. É saber quem e o que você é. É integrar a sua realidade física com a sua realidade espiritual, de forma equilibrada e centrada, é liberar todas e quaisquer amarras que ainda o prendem num estado de total dependência e cegueira em relação à Verdade.

"Em verdade, em verdade vos digo, quem não nascer de novo não entrará no Reino nos Céus". Um Mestre que esteve na Grécia alguns anos antes de uma das manifestações do Cristo afirmava para seus discípulos que o Céu e o Inferno são estados de consciências e que estão dentro de cada um de nós.

Assumir só o lado Céu não inteligente de nenhuma parte, porque como diziam os sufis: "quem não morrer não poderá conhecer Deus". Existe coisa mais terrível que a morte? Mas, ela é inevitável e é real. Acontecerá você querendo ou não. Mas, a morte que os sufis falam é simbólica, é a morte para a inconsciência, para a inércia do espírito.

Todas as religiões antigas se dividiam em duas partes: uma aberta e outra esotérica, fechada para poucos. E era nessa parte fechada que se encontram os sacerdotes, os estudantes dos Mistérios da Vida, os esotéricos e os magos.

Elas não visavam retirar o homem da realidade física. Mas, trazer a espiritualidade para o mundo manifesto, o mundo físico, porque só assim seremos úteis para a espiritualidade.

A Verdadeira Comunhão Cósmica não ocorrerá enquanto estiver presos aos velhos e ultrapassados conceitos, formulados por idealistas que já se arrependeram do que disseram em outras vidas. Tem que liberar, soltar, romper, desbloquear, deixar ir tudo o que não serve mais.

Vivemos presos ao que fomos e a onde estamos. Temos medo de ousar e de entrar em nós mesmos. Temos pavor do que podemos encontrar. A Sombra é tudo aquilo que negamos e se intensificará a medida que negarmos olhá-la.

Libertar-se significa curar a si mesmo e toda a sua linhagem física e espiritual que está em você com toda a coragem e a desbravadura de um Guerreiro que sabe o que quer e onde quer chegar. Os caminhos são muitos e nem sempre são fáceis. Porque os grandes rompimentos acontecem conosco, com tudo o que nós acreditamos ser corretos, com nossos julgamentos e idéias preconcebidas, com valores mofados e éticas que só valorizam o seu comodismo.

Ter a Liberdade de Ser Você é a promessa Divina, Divindade essa que habita o nosso coração, o nosso Ser, que somos nós mesmos, que é o outro, que é o Tudo.

Por Nelson Matheus Silva


Dez conselhos para viver a religião


1. Religue-se. Evite o solipsismo, o individualismo, a solidão nefasta. Religue-se ao mais profundo de si mesmo, lá onde se cultivam os bens infinitos; à natureza, da qual somos todos expressão e consciência; ao próximo, de quem inevitavelmente dependemos; a Deus, que nos ama incondicionalmente. Isto é religião, re-ligar.

2. Tenha presente que as religiões surgiram na história da humanidade há cerca de oito mil anos. A espiritualidade, porém, é tão antiga quanto a própria humanidade. Ela é o fundamento de toda religião, assim como o amor em relação à família. Busque na sua religião aprimorar a sua espiritualidade. Desconfie de religião que não cultiva a espiritualidade e prioriza dogmas, preceitos, mandamentos, hierarquias e leis.

3. Verifique se a sua religião está centrada no dom maior de Deus: a vida. Religião centrada na autoridade, na doutrina, na ideia de pecado, na predestinação, é ópio do povo. “Vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, disse Jesus (João 10,10). Portanto, a religião não pode manter-se indiferente a tudo que impede ou ameaça a vida: opressão, exclusão, submissão, discriminação, desqualificação de quem não abraça o mesmo credo.

4. Engaje-se numa comunidade religiosa comprometida com o aprimoramento da espiritualidade. Religião é comunhão. E imprima à sua comunidade caráter social: combate à miséria; solidariedade aos pobres e injustiçados; defesa intransigente da vida; denúncia das estruturas de morte; anúncio de um “outro mundo possível”, mais justo e livre, onde todos possam viver com dignidade e felicidade.

5. Interiorize sua experiência religiosa. Transforme o seu crer no seu fazer. Reduza a contradição entre a sua oração e a sua ação. Faça pelos outros o que gostaria que fizessem por você. Ame assim como Deus nos ama: incondicionalmente.

6. Ore. Religião sem oração é cardápio sem alimento. Reserve um momento de seu dia para encontrar-se com Deus no mais íntimo de si mesmo. Medite. Deixe o Espírito divino lapidar o seu espírito, desatar os seus nós interiores, dilatar sua capacidade amorosa.

7. Seja tolerante com as outras religiões, assim como gostaria que fossem com a sua. Livre-se de qualquer tendência fundamentalista de quem se julga dono da verdade e melhor intérprete da vontade de Deus. Procure dialogar com aqueles que manifestam crenças diferentes da sua. Quem ama não é intolerante.

8. Lembre-se: Deus não tem religião. Nós é que, ao institucionalizar diferentes experiências espirituais, criamos as religiões. Todas elas estão inseridas neste mundo em que vivemos e mantêm com ele uma intrínseca interrelação. Toda religião desempenha, na sociedade em que se insere, um papel político, seja legitimando injustiças, ao se manter indiferente a elas, seja ao denunciá-las profeticamente em nome do princípio de que somos todos filhos e filhas de Deus. Portanto, temos o direito de fazer da humanidade uma família.

9. A árvore se conhece pelos frutos. Avalie se a sua religião é amorosa ou excludente, semeadora de bênçãos ou arauto do inferno, serva do projeto de Deus na história humana ou do poder do dinheiro.

10. Deus é amor. Religião que não conduz ao amor não é coisa de Deus. Mais importante que ter fé, abraçar uma religião, frequentar templos, é amar. “Ainda que eu tivesse fé capaz de transportar montanhas, se não tivesse o amor isso de nada me serviria”, disse o apóstolo Paulo (1 Coríntios 13, 2). Mais vale um ateu que ama que um crente que odeia, discrimina e oprime. O amor é a raiz e o fruto de toda verdadeira religião; e a experiência de Deus, de toda autêntica fé.


Por Frei Betto

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Carta ao Amor



Um filho "emprestado" muito amado e querido, escreveu esse belo texto, prova de um sentimento puro, um amor incondicional, que mesmo distante nunca deixou de amar. Um amor silencioso, único, profundo que vai além do plano terreno, incompreenssível para muitos ... vividos por poucos.
Uma dádiva de Deus!


A solidão rasga a alma humana como uma faca na manteiga.
Podemos ter mil a nossa volta e ninguém ao nosso lado.
Felicidade e tristesa são sentimentos permeados por quem ama e acredita no amor.
Há 7 anos atras escrevi uma carta descrevendo o sentimento dentro de mim.


"Carta ao amor.

O que será isso que sinto dentro de mim, que faz minhas mãos suar, o peito acelerar e ao mesmo tempo apertar, fazendo com que eu sinta o sangue correr pelas veias, assim como a água percorre o leito de um rio.

Algo que te leva da tristeza á alegria ou vice-versa em frações de segundos, nos permitindo chorar de emoção ou alegria, nos tirando o fôlego fazendo com que não tenhamos a capacidade de pensar ou até mesmo enxergar nada do que esta em nossa volta como se pudéssemos olhar somente para uma direção.

Sensação que te faz pegar fogo sem se queimar, e no momento em que nos deparamos com o protagonista de todo esse sentimento, é como se todas essas sensações se transformassem numa só, e havendo reciprocidade os dois ardem em fogo vivo sem se queimar, isso é o amor."

A vida nos prega peças boas e ruins cabe a nós encarar e ficar de pé.

Por TS

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Você é Necessária ou Importante?



O texto abaixo mostra uma visão, muito interessante, bem esplanado, principalmente nos relacionamentos atuais onde temos a tendência de colocar nosso porto seguro em cais que não o nosso. Vale a pena conferir.

Hoje o meu marido me ligou para dizer que estava com saudades. Fiquei emocionada, pois é muito bom saber que somos importantes na vida de alguém e, no meu caso, 13 anos casada ainda consigo viver esses momentos de agradáveis surpresas e muita sensibilidade.

Pensei na publicação anterior onde fala “... ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.”. E meu marido consegue isso. Sinto-me verdadeiramente amada e importante em sua vida!

Após desligar o telefone, fiquei pensando sobre essa relação importância X necessidade. O que de fato importa: ser importante ou ser necessário? Dizer que alguém é necessário em sua vida é uma grande responsabilidade que você passa à pessoa. No meu ver, necessário é o ar que respiramos, a água que bebemos, o alimento e todas as coisas que fazem com que a vida não acabe. São coisas vitais de fato. Ninguém pode ser necessário a ponto de determinar que a sua vida tenha sentido ou razão de ser. Transferir essa incumbência à outra pessoa faz com que você se torne dependente e não há nada mais prejudicial para o crescimento do que a dependência. A liberdade é fundamental para as escolhas e para o próprio rumo da vida.

Ser importante já é muito diferente! Significa que a sua existência tem um valor especial na vida das pessoas (e aí eu uso o plural porque você pode ser importante para muitas pessoas e não estar preso apenas a uma). Significa que a sua presença faz diferença, que a sua forma de ser e pensar contribui e tem relevância.

Eu gosto de ser importante e não necessária. Gosto de pensar que faço falta, mas não a ponto de matar alguém. Fico feliz por saber que fui lembrada e que a minha ausência causou saudades; mas ficaria muito triste se alguém me tornasse tão necessária, como se eu fosse a salvação da morte iminente. “Você é o ar que respiro!”. É bonito, mas como metáfora, apenas nas poesias.

Você precisa ser importante! E só será quando enxergar-se da mesma forma. Não nascemos para ser necessário aos outros. Construímos relações ao longo da vida e o modo como agimos é que nos diferencia uns dos outros. Através do que experimentamos e conhecemos, compartilhamos com os outros e aí podemos complementar, ajudar ou até mesmo ensinar. Assumimos um papel de importância, mas não de necessidade. O necessário é viver! E que cada um também viva a sua própria vida. Somos seres individuais e complementares.

Quando alguém disser que tem necessidade de você, faça-o refletir e entender que não é sua a tarefa de dar sentido à vida dessa pessoa. E, por outro lado, se você sentir necessidade de alguém, busque os elementos que são vitais, de fato, para a sua existência. Não entregue a sua vida nas mãos de outra pessoa, pois somente você tem essa grande chave. Abra corações, construa relações, acrescente conhecimento, doe amor... Seja apenas importante! Perceba-se importante a si e entenda que o necessário não mora na pessoa ao lado. Faça o que for necessário para a construção de uma vida melhor. Necessidade é viver… e importante é saber-se importante.

“Que a importância esteja no teu olhar, não naquilo que olhas.”

(André Gide)


Texto extraído do http://fenix-mulheres.blogspot.co


Sobre outro olhar:

"A diferença entre necessária e importante acredito que seja também um processo de terminologia e visão entre necessidade de algo, ligado mais a ações de precisar de alguma coisa, e a importância ser não de algo mas somente de alguem , pelo que você é, pelo seu valor existencial, porem, tratando-se do ser humano, a coisa fica complicada, temos uma visão bem distorcida desse diferencial onde o que separa é uma fina e tênue linha, entre sentimento e utilização.
Amamos ou possuímos? Gostamos ou nos é útil? Até que ponto somos amados pelo que somos e não pelo que fazemos? Gostamos realmente e tão somente ou achamos que gostamos porque temos alguem que faça aquilo que não fazemos? Pense nisso, você é importante ou necessária? Fica aqui uma reflexão."
Bel Bezerra





domingo, 28 de novembro de 2010

Intimidade consigo mesmo



Você já se pegou sonhando em ser outra pessoa, vivendo em outro lugar? Quando nos distanciamos de nossa realidade, distanciamo-nos de nós mesmos. Então, é hora de perguntar: por que está tão difícil levar adiante a vida?

Aceitar estar nesta vida, com este corpo. A falta de contato conosco cria a sensação de solidão e isolamento. O prazer de estar consigo mesmo cria a disponibilidade para estar com o outro. Uma pessoa chata é aquela que não consegue estar consigo mesma e espera que o outro a tolere!

Se pararmos para observar o que pensamos sobre nós mesmos, iremos nos dar conta do quanto nossa auto-avaliação possui o poder de nos aproximar ou nos distanciar de nós mesmos. Para termos uma relação saudável, próxima e direta com nós mesmos, precisamos parar de nos auto-rejeitar.

Quando estamos bem, sentimo-nos confortáveis em nosso corpo: a respiração flui, a barriga está relaxada e as costas estão naturalmente eretas. Quando negamos a nós mesmos, nosso corpo reage, expressando dor. Podemos pensar que estamos bem, mas se nosso estômago começar a doer, irá revelar nossa ansiedade e confusão emocional.

Portanto, se tivermos um relacionamento superficial com nossas emoções, poderemos momentaneamente negar nossos sentimentos, mas nosso corpo irá revelar que estamos, na realidade, nos abandonando.

São muitas as vezes em que dizemos o que não sentimos verdadeiramente. Isso ocorre porque não sentimos o que pensamos! Reconhecer que não estamos sentindo o que deveríamos sentir ou gostaríamos de estar sentindo é um desafio interior que devemos enfrentar.

No entanto, na maioria das vezes buscamos pensar algo justamente como um mecanismo de defesa para não sentir nossos sentimentos. Isto é, em simplesmente senti-los sem julgá-los como ruins ou bom. Senti-los com a intenção de conhecê-los. Sermos abertos para com nossos sentimentos demanda sinceridade e compaixão.

Não basta querer não pensar em algo para deixar de senti-lo. Os sentimentos não desaparecem só porque são indesejáveis. Aliás, pensar e sentir são duas funções que precisam estar harmonizadas entre si. Podemos pensar em nossas emoções, mas será necessário senti-las para que elas possam fluir. No entanto, não são os sentimentos em si que nos proporcionam sabedoria, mas sim o processo de abrirmo-nos a eles.

John Ruskan, em seu livro Purificação Emocional (Ed. Rocco), escreve sobre a importância de saber entrar em contato com nossos sentimentos sem a intenção de analisá-los imediatamente: Lembre-se de que você não está entrando no sentimento com a intenção de analisá-lo e compreendê-lo. Não tente compreender porque o evento ocorreu, o porquê de suas ações ou sentimentos, o que há de aprender com o evento, etc... Essas compreensões virão espontaneamente como resultado da integração que a experiência direta trará. Por enquanto, limite-se a experimentar plenamente os sentimentos do evento. Se você persistir em tentar analisar, a integração será inibida.

Portanto, o segredo está em confiar que você obterá o que necessita saber de uma experiência no ato de acolhê-la. Ou seja, podemos nos propor sentir o que rejeitamos como processo de autoconhecimento e não como um sentença de condenação.

Não podemos nos obrigar a sentir nossos sentimentos. Não há necessidade de forçar nada.
O objetivo é integrar as diferentes partes de nossa mente e criar intimidade, isto é, proximidade com a própria mente. E não necessariamente analisá-la. Enquanto a análise estiver contaminada do hábito da auto-acusação, é melhor mantê-la de fora.

A chave é manter uma relação direta consigo mesmo. Pois só assim poderemos apreciar a energia fluida e agradável que existe naturalmente dentro de nós.

Ser sincero com você mesmo é um ato de coragem. Pois o autoconhecimento nos leva a tomar decisões ousadas e irreversíveis. Lembro-me certa vez quando consegui assumir conscientemente algo que precisaria de muita coragem para reconhecer o que, de fato, estava sentindo. Entrei no meu quarto, apaguei a luz, deitei na cama, cobri meu rosto com a coberta, e perguntei a mim mesma: o que você quer fazer nesta situação?

Apesar de saber que já conhecia a resposta, ter agido assim fez com que eu me aproximasse da decisão. Não havia mais como negar a mim mesma. Depois que escutamos o que queremos, não dá mais para fugir. Pelo menos de nós mesmos. Podemos estrategicamente continuar fingindo para o mundo algo que ainda não estamos prontos para expressar, mas internamente não podemos nos enganar.

Quando finalmente relaxamos, comunicamo-nos com nosso mundo interior sem mais rodeios e rompemos as barreiras das palavras, permitindo que a nossa mente e o corpo se unam. Aos poucos, percebemos que é possível relaxar em nossa própria energia. Quando o corpo e a mente estão unidos, participamos plenamente do mundo e podemos nos comunicar com ele num nível ainda mais amplo e sutil.

Quanto mais transparência houver dentro e fora de nós, melhor será. Ocorrerão menos interferências negativas, pois aquele que não teme ser autêntico está em harmonia com o mundo à sua volta. Pois está conectado com o mundo, aberto e interessado em interagir.

Por Bel Cesar


Quando os sentimentos tornam-se inadmissíveis



Em tibetano, a palavra Chog Shes significa aceitação da vida simplesmente como ela é, isto é, manter um relacionamento direto com nossas experiências sejam de alegria, medo, expectativas ou ressentimentos. Chog Shes é, portanto, a ausência de neurose, pois, quando estamos neuróticos, fazemos exatamente o contrário: rejeitamos a vida como ela é.

Em geral, quando algo nos desagrada, nossa primeira reação é dizer: Não acredito!. Na tentativa de não sofrer, buscamos, sem nos dar conta, métodos para nos anestesiarmos da frustração eminente. Alguns desses métodos podem funcionar temporariamente, mas quando somos tomados pela indignação estamos fadados a sofrer mais, pois estamos exagerando, pondo fogo no fogo de emoções que já estão fervilhando dentro de nós.

Quando lidamos com as emoções tal como elas chegam até nós, começamos a atenuar nossa visão neurótica da vida. O segredo está em não resistir ao que emerge em nós e, ao mesmo tempo, saber não adicionar algo a mais a esta experiência.

Mas não é tão simples assim, uma vez que fomos educados para sermos bons e eficientes e, por isso, aprendemos a ver nossos defeitos como inaceitáveis!

Não aprendemos a nos auto-acolher ou a termos compaixão por nós mesmos. Como não sabemos como lidar com nossos defeitos, passamos a rejeitá-los, e rejeitando a nós mesmos, rejeitamos a vida!

Podemos reconhecer que estamos nos perdendo quando exageramos nossas reações emocionais. Por exemplo, quando nos pegamos dizendo: Eu não devia estar sentindo isso, Não acredito que fiz isso de novo, Que vergonha, nunca mais quero mostrar minha cara ou mesmo Que raiva que ele fez isso comigo de novo...

Se algo é visto como inaceitável, não tem reparo nem negociação. Então, instintivamente escondemos e negamos estes impulsos inaceitáveis. Assim, mais uma vez nos afastamos de nós mesmos.

O medo de não ser capaz de lidar com nossa sombra ou de sermos excluídos pelo outro, caso ele a veja, nos leva cada vez mais a negar nosso lado não desenvolvido. O que não combina com o desenvolvimento do nosso ego ideal, torna-se sombra. Neste sentido, na medida em que procuramos ser bons e fazer o bem, vamos reforçando uma imagem idealizada de nós mesmos. Desta forma, vamos criando polarizações cada vez mais distintas: sou assim e não assado. Vamos empurrando para longe de nós o que não somos e sem nos darmos conta, deixamos de cuidar de nossas sombras!

Por isso, quando surgem os sentimentos inadmissíveis, temos a oportunidade de encarar de frente o que, até então, estávamos evitando. Só quando aceitamos sentir o inadmissível, voltamos a ser ‘um’ em nosso mundo interno. Dizem que Jung teria perguntado a um de seus pacientes: Você prefere ser inteiro ou bom?

Por Bel Cesar


Superar a dor



Segundo os mestres budistas, a vida é constituída de duas matérias essenciais: o prazer e a dor. Desde muito cedo aprendemos a evitar qualquer experiência que nos cause sofrimento, e a buscar as que aumentem nossa sensação de prazer.

Como fazer, então, quando a vida nos apresentar situações que gerem dor? Se não temos o poder de evitá-la, precisamos aprender a lidar com ela de modo a transcendê-la.

Uma das formas de fazermos isto é permanecermos alertas e receptivos, para perceber o que aquela experiência pode nos ensinar. Ao invés de nos afundarmos na angústia e na infelicidade, podemos, sim, fazer de qualquer sofrimento uma vivência transformadora.

Mas esta capacidade ainda está inacessível para a maioria de nós. Infelizmente, muitos se mantêm por longos anos aprisionados à situação geradora de sofrimento, esquecendo-se de outra verdade inexorável acerca da existência: nada é permanente.

A dor e o sofrimento podem também ter um fim. Entretanto, este é um resultado que depende muito de nossa própria atitude. Eles só se tornarão permanentes, se nos agarrarmos a eles de maneira cega, sem permitir que qualquer outra realidade possa ser criada em nossa vida.

Precisamos desejar, com toda a força de nosso coração, vivenciar o outro lado da moeda e recuperar a alegria. Estes dois opostos são essenciais para que possamos viver em plenitude.

O sofrimento, por mais que neguemos, ensina-nos lições fundamentais, fortalece nosso espírito e traz à tona um poder interior que nem sonhávamos possuir. E a alegria, por sua vez, renova nossa conexão com a fonte inesgotável de amor, de onde tudo emana.

"Alegria é a sua natureza

Todo mundo passa a sua vida em busca de uma coisa: como livrar-se do sofrimento. Como obter felicidade e alegria? Você quer buscar alegria, mas o que você pagará por isso? O que você dará em troca daquilo que conseguiu?

....Sem sacrificar-se, você não conseguirá dar nem mesmo um passo. Se as suas mãos estão cheias de lama, de seixos e de pedras e você quer diamantes, você terá que abandonar as pedras. Para agarrar o objeto desejado, as suas mãos deverão estar vazias. Você deverá deixar as coisas inúteis.

.... Assim como eu disse que a busca de todo mundo é por alegria, também existe algo que todos têm em abundância: o sofrimento. Você tem uma quantidade suficiente de sofrimento, mais do que você precisa.

...Eu gostaria que você largasse seus problemas, renunciasse aos seus problemas... E se você puder desistir de seus problemas, aí o caminho para a alegria poderá ser aberto.

....Eu digo a você que o sofrimento não o está segurando; você é que está segurando o sofrimento. E se você puder fazer uns experimentos, aceitando o que eu estou dizendo, você irá compreender por si mesmo...E quando tornar-se bom na arte de abandonar o sofrimento, você irá perceber o que estava arrastando consigo.

...Uma criancinha quer chorar.... Sempre que uma tensão cresce dentro de uma criança, ela, ao chorar, atira para fora as suas tensões.... Mas nós ensinamos a criança a não chorar. Nós tentamos todas as maneiras para impedi-la de chorar. Aquela tensão que poderia ter sido liberada pelo choro, não é liberada e vai sendo guardada....

Quem sabe quantas tensões você acumulou? ...... Os seus ramos querem se abrir mas eles não são capazes disto. As folhas querem brotar para todos os lados, mas elas não são capazes disto . A sua árvore ficou atrofiada. O nome dessa dor acumulada , dessa dor não liberada, é inferno. E você segue arrastando esse inferno ao seu redor.

...atire para fora todo sofrimento que você tiver em seu coração..... Problemas, dores, culpas; qualquer coisa que estiver dentro tem que ser jogada para fora. Você tem que atirá-las tão totalmente quanto for possível.

...Compreenda uma coisa mais: foi de fora que você pegou as dores e as trouxe para dentro de si. Por favor, volte com elas para o lado de fora. A dor não é interna; todas as dores são trazidas do lado de fora.

.... E a segunda coisa: na medida que você joga fora a dor, que a envia de volta para fora, de onde ela veio, a alegria começa a brotar dentro de você. A alegria está dentro. Ninguém a traz de fora. Ela não vem de fora, ela é a sua natureza, ela é você. Ela está escondida dentro, ela é a sua alma.

....Se você reprimir a dor, ela cresce... Com a alegria ocorre totalmente o oposto: se você reprimir a alegria, ela diminui; se você a expressar ela aumenta. .Você tem que se tornar como uma criancinha, que não tem qualquer preocupação a respeito do passado, nem qualquer questão a respeito do futuro, que nem mesmo sabe o que os outros estão pensando a seu respeito.

...Um pouco de coragem é requerida e você poderá abandonar o seu inferno - exatamente como um homem que se sujou na rua e volta para casa para tomar um banho e a sujeira é lavada.

Da mesma maneira, a meditação é o banho e a dor é a sujeira. Assim como depois do banho a sujeira foi lavada e você se sente fresco, da mesma forma você terá um vislumbre, sentindo dentro de si a felicidade e alegria que é a sua natureza".

OSHO - The Sadhna Sutra.

Por Elisabeth Cavalcante


Por que comigo?



Quando estamos sofrendo é muito comum fazer esta pergunta. Porque parece que só a gente está sofrendo, que só conosco que as coisas dão errado. Parece até que Deus nos esqueceu ou que nunca se lembrou da gente. Mas isso não é real.

O fato é que quando sofremos nos centramos no sofrimento, nos envolvemos, ficamos com dó de nós mesmos, ficamos com raiva de quem nos destratou ou das coisas ruins que aconteceram, enfim, é muita energia perdida passando por nós e reverberando em nossas sombras.

Já pensar no bem, na felicidade, exige uma energia diferente, uma vibração em expansão. Pode fazer um teste.
Observe que quando você pensa em algo muito feliz, muito bom para sua vida, sempre esse sentimento envolverá outras pessoas. Quem sabe um namorado, ou um filho dando certo na vida, seu esposo ou esposa, alguém que você ama se curando, você sendo promovido e ganhando mais para realizar sonhos, enfim, sempre que pensamos em coisas boas pensaremos nos outros. Em nós e nos outros.

Já o sofrimento é egoísta, pode até ser que soframos por uma outra pessoa, por não dar certo no amor ou por sermos demitidos, mas terminamos por nos fechar, por não falar mais no assunto, por guardar tudo aquilo que nos aborrece dentro de nós. É claro que não devemos sair por aí semeando a cizânia, ninguém merece conviver com pessoas revoltadas, magoadas e rancorosas, mas nós também não merecemos e não devemos guardar essa raiva dentro de nós. Pois a raiva pode matar, gerar um câncer, destruir relacionamentos e fazer um grande estrago na nossa evolução espiritual.

Foi nesta sintonia que recebi Sonia, mulher bonita dos seus 40 anos, bem nascida, formada em direito e casada pela segunda vez. Aparentemente bem, porém, na sessão de vidas passadas veio uma história muito triste de uma moça que se casou para cumprir regras; o pai fazendeiro arrumou um casamento para a filha com um homem bem situado. Ela, buscando uma harmonia, fez tudo para o casamento dar certo. No entanto, o marido era um tipo machista, dono da verdade e, na época, isso era sinônimo de falta de respeito e educação.

Essa moça foi muito mal tratada, apegou-se aos filhos para conseguir viver, porém, guardando muita raiva e desgosto; sem ter como soltar essa energia morreu ainda jovem.

Ouvindo tudo isso, ela se emocionou bastante, pois muitas situações se repetiram nesta existência e seu desafio era se abrir e dialogar com a dor. Essa moça não sabia se queria ou não permanecer casada, e já sabia que essa resposta não viria de alguém e, sim, dela mesma.

A sessão serviu para ela entender a importância de se libertar da raiva, pois apesar de ainda sentir amor pelo marido, tinha muitos conflitos. Ora sentia raiva porque ele fez uma série de negócios tumultuados e perdera o emprego várias vezes. Ora sentia pena e um sentimento maternal. Os conflitos internos eram muitos. Mas, agora, ela sentia que precisava de foco na sua cura, em abrir sua energia para ouvir seu coração. Percebeu que morreu cedo na vida passada justamente por se ressentir e se fechar.
Pois é, amigo leitor, abrir-se não é fácil, perdoar também não, mas cada um tem sua parte e deve fazer tudo o que for possível para se libertar da dor.

Por Maria Silvia Orlovas

Três fósforos

Jacques Prévert

Três fósforos um a um acesos na noite

O primeiro para ver o teu rosto inteiro

O segundo para ver os teus olhos

O terceiro para ver a tua boca

E toda a escuridão para recordar tudo isso

Apertando-te nos braços