quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pactos: o poder das promessas secretas!



Nosso cérebro está preso aos condicionamentos do subconsciente: ordens, pactos e acordos que fizermos em nosso interior são levados sempre a sério. Por isso, de tempos em tempos, temos que rever as cláusulas de nossos compromissos internos.

Pactos que fizemos quando ainda éramos crianças não têm prazo de validade. Eles atuam até nos propormos um novo acordo! No entanto, para nos libertamos de promessas feitas em nosso interior, temos inicialmente que recordá-las e, então, dar-lhes um novo direcionamento.


Por exemplo, em nossa cultura ocidental, nos chocamos com a cultura palestina que incentiva os seres humanos a se tornarem
homens-bomba: armas para matar outros seres humanos em prol de um objetivo maior. No entanto, um fato recente me fez refletir sobre como nós, ocidentais, podemos ter um comportamento semelhante quando decidimos dar a nossa vida em prol da vida de outra pessoa.

Soube que uma pessoa, da qual gostava muito, teria confessado ao seu filho que
sabia que ela iria morrer jovem, pois havia feito um pacto com Deus, no qual entregaria sua própria vida a Ele se seu irmão sobrevivesse de um coma profundo causado por um grave acidente. Esta história é real. De fato, ele faleceu prematuramente.

Inicialmente, fiquei chocada ao ouvi-la, mas depois comecei a me lembrar dos depoimentos de pacientes terminais que também haviam
entregado suas vidas com a intenção de salvar outras. Pais, filhos, amantes, irmãos.

Não pretendo julgá-los, nem como heróis ou ignorantes, mas me senti compelida a escrever este artigo com a intenção de refletir sobre o poder que temos de nos autoprogramar por meio de nossos pensamentos.


Bert Hellinger, elaborador do método de terapia sistêmica
Constelação Familiar,
notou em seu trabalho que certas pessoas se propõem inconscientemente a morrer no lugar de outras com a intenção de ajudá-las a superar uma grande dor.

Nestes casos, Hellinger analisa a história da família de origem de seus pacientes até localizar a causa desencadeadora do fato.
Em uma entrevista, Hellinger esclarece: Quando as pessoas sentem este desejo na alma, não quer dizer que o sigam sempre. Sentem-no. Às vezes porque o sentem, desenvolvem estranhos sintomas. Por exemplo, ficam gravemente doentes ou têm acidentes ou pensamentos suicidas.

Muitas dificuldades e doenças progridem a partir de frases ditas silenciosamente no coração. Uma é: Sigo-te na morte. A outra é: Faço-o no teu lugar. Mas por que é que as pessoas querem fazer isto? Porque se sentem ligadas de modo muito profundo aos membros da sua família. Às vezes, vemos pessoas que estão zangadas com a família, que parecem estar contra a família, e podem sentir-se envergonhadas de terem tais sentimentos. Mas, quando a pessoa fica diante de sua família durante as sessões de constelação familiar, de repente vem à luz que estão ligadas à sua família por um amor profundo muito especial.

Por meio da consciência e do potencial de nosso amor, podemos reescrever a nossa história. No entanto, precisamos nos conscientizar de nossos impulsos. Muitas vezes, mal pensamos em determinado assunto e já nos posicionamos com uma resposta imediata e sem reflexão. Afinal, tornou-se hábito responder algo como: Tem que ser assim. Esta é uma frase que pode revelar uma sentença de autocondenação: algo que nos impomos de modo precoce e até mesmo destrutivo.


Sempre procuro prestar atenção ao que digo a mim mesma em voz baixa. Escutar a nós mesmos é de grande valia em processo de autoconhecimento e crescimento interno. Por meio da consciência podemos mudar nosso destino pré-formatado!


Por Bel Cesar

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