segunda-feira, 16 de agosto de 2010

UM NOVO E FASCINANTE CONCEITO SOBRE O AMOR


De entrada, vamos lhe desvendar um segredo maravilhoso sobre o amor e sua natureza: "Você deve transformar sua necessidade de amar e ser amado numa doação ao mundo. No centro de seu coração, deverá substituir o desejo egoísta de possuir uma pessoa capaz de amá-lo e fazê-lo feliz, pelo desejo altruísta de se associar afetivamente com ela, para que - entre os dois - seja criado um novo ponto focal de Luz e Amor".Esta idéia é extremamente fecunda, implicando em um ponto de vista radicalmente diferente de como tem sido encarado até agora o problema do amor humano por diversos autores. Expliquemos, pois, melhor seu significado.

Com efeito, no mundo conturbado de hoje onde impera um materialismo cru, a tendência de muitas pessoas é a de procurar um parceiro para construir com ele, não uma residência maravilhosa, rodeada de jardins e, sim, uma fortaleza que acaba se transformando em um cárcere. Troca-se, entre eles, necessidade de afeto e esse intercâmbio pode ser tão equilibrado que pode parecer amor verdadeiro. Mas o amor verdadeiro, autêntico, genuíno, é diferente da possessividade mútua. Ele não pode ser contido dentro de paredes nem muros de nenhuma classe; ele é um fluido que se expande e derrama por todo o ambiente, pois tem a natureza divina do Criador.

Quando você ama e é correspondido, gera-se um átomo de luz nos planos espirituais. É como um embrião, uma força potencial. Você pode colocá-lo em uma camisa de força e transformá-lo em um anão, ou pode alimentá-lo com os melhores sentimentos seus e de seu parceiro e fazê-lo crescer como um gigantesco eucalipto, transformando-o assim num maravilhoso foco de luz, num fulgurante canal de esperança, num belíssimo rio, impregnado de amor, harmonia e paz.

Em outras palavras, através da deliciosa experiência do amor humano, Deus abriu a porta mais simples, mais direta, para que o homem penetrasse em seu Reino. E quem percebeu, mesmo que tinha sido num vislumbre rapidíssimo, a beleza daquele Reino, não o trocará por coisa alguma, acima ou embaixo da Terra.

Deve ficar claro, então, que uma coisa é amor genuíno e outra possessividade. O amor genuíno se harmoniza com o Plano Divino; a possessividade foge dEle. Isto significa que o amor homem-mulher, que pode ser uma vivência maravilhosa, não se esgota em si mesmo. Ele é uma porta para entrar na radiante câmara do Amor Divino. Então, quando amamos nosso parceiro e somos amados por ele, de forma autêntica, criam-se átomos de luz nos planos espirituais, que na medida em que vão passando, formam um rastro luminoso que de alguma forma é percebido pelas outras pessoas. É a isso que chamamos de "novo ponto focal de luz e amor".

Pode-se apresentar tudo isto de outra maneira ainda. Sabemos que vivemos no seio de Deus, do Oceano Cósmico que tudo interpenetra, mas não estamos - geralmente - sintonizados com Ele. Seriamos como uma televisão fora da tomada; as ondas visuais e sonoras irradiadas pela emissora nos atravessam permanentemente, mas não podemos percebê-las. Mas se ligarmos a televisão na tomada, o fluido elétrico permitirá captar as imagens e os sons; e ainda através dos botões correspondentes obteremos o volume e o matiz exato. Em nossa analogia, o fluido é o amor, que permitirá vislumbres do Reino Divino.

Na medida em que entremos em sintonia com Ele e cada vez que focalizemos melhor, o perceberemos com maior plenitude. A única diferença nesta comparação é que não somos estáticos espectadores e, sim, dinâmicos operários cósmicos, pois através de nós é que circulará a Energia Divina, como se fossemos verdadeiros transformadores de voltagem.

Com efeito, a Energia Divina flui em altíssimas freqüências vibratórias que fulminariam qualquer ser humano que não tivesse o grau adequado de desenvolvimento espiritual. A missão cósmica do homem é ser um canal para a difusão destas Energias para o nível vibratório para aquele que esteja preparado; e o amor é o fator mais importante que influi sobre a intensidade deste nível. Ou seja, na medida em que aumentamos nossa capacidade de amar, podemos fazer circular energias mais vibrantes, mais potentes, mais benéficas. O amor se transforma, assim, numa ferramenta de verdadeiro progresso (espiritual) da Humanidade. Por isto dizemos que somos operários cósmicos.

Reflita, portanto, cuidadosamente sobre estes assuntos e não pense que o amor é apenas um assunto privado. O amor é o patrimônio, o motor e a tábua da salvação da Humanidade e cada um tem nele sua parcela de responsabilidade. Por isto afirmamos que amar e ser amado não são apenas um direito que temos e sim um fascinante dever. O dever de criar, neste negativo mundo do século XXI, um novo "ponto focal de luz e amor".


Professor José A Bonilla (Universidade Federal de Minas Gerais). Temas: A Arte de Amar e Ser Amado, Educação para a Vida e Vida Espiritual. Autor de 18 livros e 247 artigos científicos e de divulgação.


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