domingo, 24 de maio de 2009

O agradecimento transforma


Como é poderosa a energia da gratidão! Vivemos numa época em que nos habituamos a cobrar, a julgar e a criticar. Sempre as coisas, tudo, poderiam ser diferentes e melhores. Não estamos quase nunca satisfeitos com nada - com a atitude das pessoas, com os serviços que nos prestam, com nossos salários, com nossas vidas.

E assim vamos caminhando, carregando este enorme peso criado por nossa insatisfação e frustração.

De repente, me pego a pensar que não me ocorre, quase nunca, que cada objeto que tenho a meu serviço, em minha casa, foi fabricado por outros seres humanos como eu, que também sonham, que também sofrem, que têm suas dores, suas tristezas e suas decepções, que se sentem cansados, muitas vezes e precisam se concentrar no que estão fazendo, apesar de tudo isto, para ganharem algum dinheiro que lhes permita viver, ou mesmo, sobreviver.

Se eu precisasse fabricar tudo que preciso, como seria? Se me deparasse, de repente, com a situação repentina de estar numa ilha desabitada, como conseguiria me sair nesta experiência?

Enfim, cheguei à conclusão de que precisamos viver agradecendo por tudo que temos e por todos aqueles, anônimos seres humanos, que nos ajudaram a melhorar as nossas vidas. Nós também, em contrapartida, os ajudamos, doando-nos no trabalho específico que desempenhamos - seja lá o que for que estivermos fazendo. E assim é a vida! Uma troca constante.

Se cada um colocasse naquilo que faz, amor e dedicação, certamente o outro que recebesse o fruto deste trabalho receberia MUITO!

Se cada um de nós, em compensação se lembrasse de agradecer por tudo que nos chega às mãos, aos olhos, aos ouvidos, ao paladar, no silêncio de nossos corações, todos os envolvidos, mesmo sem o saber, receberiam essas vibrações amorosas, que diminuiriam as suas dores e incertezas, o seu cansaço.

É tão bom quando conseguimos viver na energia da gratidão! Quando deixamos pelo menos um pouco de criticar - mesmo que seja apenas em pensamento...

Quando dizemos "obrigado" a alguém que nos faz qualquer serviço. Quando olhamos os outros, com mais compreensão e empatia e com menos julgamentos, menos exigências...

Que as máquinas precisam ser azeitadas, ajustadas, sabemos.
Elas podem e devem ser precisas em tudo que foram programadas para executar.
Mas, nós seres humanos, não somos máquinas e precisamos ser tratados com mais tolerância, mais empatia, mais paciência.

Todos os que nos servem, no local que for, estão num planeta cheio de problemas, sentem calor, frio, fome, saudade, medo... Talvez estejam cruzando os nossos caminhos em um desses momentos em que estão nos dando tudo que podem, naquela circunstância. Talvez não seja exatamente tudo que nos foi prometido, talvez não esteja tão correto como esperávamos e achamos que merecíamos...

Mas era o possível, pois os homens, todos nós, temos emoção, sentimos, sofremos e erramos. NÃO SOMOS COMO AS MÁQUINAS E NÃO PODEMOS SER COMPARADOS A ELAS. Elas existem para nos ajudar e não para criar para nós um parâmetro de perfeição e exatidão que nos seja cobrado a todo instante.

Que o padeiro seja abençoado, pois acorda muito cedo, enquanto dormimos, para fazer o nosso pão tão desejado. E assim o motorista do ônibus que nos leva ao trabalho, o garçom, o presidente da companhia, a sua secretária, enfim, todos. O que custa olhar todos com agradecimento, tentando andar pela vida como alguém que realmente vê em qualquer outro o próximo que precisa ser respeitado e se possível, amado?


Por Maria Cristina

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