domingo, 25 de setembro de 2011

Siga sua Natureza



Nas situações mais critcas da vida, quando precisamos tomar decisões que nos parecem uma questão de vida ou morte, geralmente nos sentimos perdidos.
Buscamos, regra geral, agir movidos pela razão, pois aprendemos que ela é a melhor conselheira, a que nos leva a tomar atitudes corretas e coerentes. Mas, aos poucos, vamos descobrindo que não é bem assim.

Quando nos sentimos verdadeiramente pressionados, não é a razão e sim a nossa intuição, a voz que fala em nosso interior, que nos dará o direcionamento mais seguro, aquele que fará com que nos mantenhamos fiéis à nossa natureza.

O que vem a ser a nossa natureza? Ela consiste na verdadeira essência do ser, a dimensão que nos liga ao divino, com a qual todos os seres humanos, indistintamente, vêm ao mundo. Porém, nos tornamos totalmente inconscientes deste dom, à medida que crescemos e passamos a ser direcionados unicamente por nossa mente.

Fazer o caminho de volta e nos desvencilhar deste condicionamento não é fácil, pois exige uma fé e uma confiança inabaláveis no poder que possuímos em nosso interior.
A maioria de nós ainda delega este poder a outros, a gurus, sacerdotes, professores ou qualquer outra figura que acreditam possuir mais sabedoria.

A única diferença entre um Mestre espiritual e o ser humano comum é que o primeiro vive de modo absolutamente consciente do poder divino que carrega dentro de si. E os demais permanecem na inconsciência, adormecidos e agindo como robôs, direcionados por diferentes forças exteriores.

Seguir nossa natureza consiste, acima de tudo, em reconhecer o poder que habita dentro de nós, confiar nele e basear nossas escolhas e decisões pelas intuições que ele nos enviar.

... O homem é um Deus em potencial, um bodhisattva. A sua natureza é tornar-se Deus... Você pode ter todo o dinheiro do mundo, todo o poder, todo o prestígio possível, e ainda assim você permanecerá vazio.
A não ser que a sua natureza divina floresça, abra os seus botões, a não ser que você se torne um lótus, mil pétalas de lótus, a não ser que a sua divindade seja revelada a você, você nunca estará satisfeito.

... Mas se você for para dentro, se você ouvir o seu coração, você irá alcançar um tal poder que nenhum poder na Terra poderá escravizá-lo de novo.
Siga a sua natureza. Mas como seguir a sua natureza, se você não sabe o que ela é? E não lhe é permitido saber o que ela é! Você recebeu instruções precisas sobre o que fazer: o que comer, quando levantar-se de manhã, quando ir para a cama...

E isso nunca permite a você se tornar consciente de que existe dentro de você uma fonte de infinita orientação e direcionamento. E é de lá que Deus fala.
Deus ainda fala, ele não parou de falar. Ele não é parcial. Não é que ele tenha falado a Maomé e a Moisés e que ele não fala a você.

Ele está falando a você tanto quanto ele falou para Maomé. A única diferença é que Maomé estava pronto para ouvi-lo e você não está pronto para ouvi-lo. Maomé estava disponível e você não está disponível.

Tornar-se disponível à sua própria natureza interior é o que eu chamo de meditação. A consciência é a sua natureza.
O homem de consciência tem um certo caráter, mas esse caráter segue a sua natureza. Não lhe foi imposto por alguém, esse caráter é a sua própria decisão. E ele não está preso a esse caráter, ele está totalmente livre para mudá-lo a qualquer momento. As circunstâncias mudam, a sua consciência lhe dá diferentes direções e ele muda o seu caráter.

... Um homem de consciência responde e suas respostas são espontâneas. Ele é como um espelho. Ele reflete tudo aquilo que se confronta com ele. E a partir dessa espontaneidade, a partir dessa consciência, um novo tipo de ação surge. Essa ação nunca cria qualquer escravidão, qualquer carma. Essa ação liberta você. Você alcança a liberdade se você ouvir a sua natureza.

... Toda a minha abordagem é existencial. Se você realmente quer saber o que significa ir para dentro... o caminho é: observe os seus pensamentos e não se identifique com eles. Simplesmente permaneça um observador, completamente indiferente, nem contra nem a favor.
Não julgue, porque qualquer julgamento traz identificação. Não diga, 'Estes pensamentos são errados' e não diga, 'Estes pensamentos são bons'. Não faça comentários sobre os pensamentos. Deixe que eles passem como se eles fossem apenas a passagem do tráfego e você está de pé ali ao lado da rodovia despreocupado, olhando o tráfego.

... É a sua energia que faz aqueles pensamentos se moverem. Quando a sua energia não os está alimentando, eles começam a cair, eles não conseguem se manter em pé por si mesmos.

E quando a rodovia da mente estiver completamente vazia, você está dentro. Isso é o que eu quero dizer quando eu digo 'Vá para dentro'. E isso é o que Buda quer dizer quando ele diz: 'Siga a sua natureza'."
OSHO - The Book of the Books.

Por Elisabeth Cavalcante


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