sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Você espera ou faz acontecer?


Com certeza, existe uma sabedoria em esperar e também em fazer as coisas acontecerem... E nada como viver e ir enfrentando os desafios da vida para, ora assumir uma postura, ora outra.

Depois de mais de dez anos, Ruth voltou a me procurar e fiquei triste com a sua vida atual, separada depois de dois casamentos, filhos criados, ela estava triste e amargurada com a vida.

Quis me ver novamente porque tinha esperança que esse contato com a espiritualidade, com os mentores pudesse aliviar sua dor e, de fato, vieram explicações sobre o seu sentimento de abandono e impotência.

Porém, se estamos encarnados para resolver nossas questões também temos uma ação importante no mundo objetivo e ela confessou que não tinha se dedicado o suficiente na lição de casa passada na época. E os mentores lembraram a Ruth do seu perfil guerreiro, lutador e pouco paciente, características que imperam em sua vida.

Ela confirmou, inclusive, fora orientada sobre uma mudança importante e que deveria aprender a lidar com mais paciência com as pessoas e desenvolver o amor, a tolerância que promovem a troca nos relacionamentos, coisa que não fez. Depois do nosso encontro, ela prometeu que iria tentar mudar, pois não queria mais sofrer.

Na mesma semana, encontrei Claudio, um cliente da mesma época, porém, com uma trajetória completamente diferente. Ele agiu como foi indicado, harmonizou-se com a família e começou encarar seus desafios de forma muito mais otimista. E olha que a vida dele não era nada fácil, estava preso a um casamento falido, consciente do sacrifício, pois queria criar o filho excepcional, junto com a mãe da criança.

Vejo que ele era uma pessoa muito especial, pois tudo o que ele fez exigiu muita doação e coragem. No decorrer desses anos, vendo a dificuldade em educar uma criança com problemas, criou uma ONG para ajudar famílias carentes com o mesmo tipo de questão. Sua esposa se formou professora e foi trabalhar na instituição. Hoje, seu filho está se formando e ele está feliz num segundo casamento. Conversando no supermercado, onde nos encontramos, ele me agradeceu pelo caminho que trilhamos juntos anos atrás.

"Sabe, Maria Silvia, na época foi duro compreender que a mudança estava em mim. Estava revoltado com o problema do meu filho e muito infeliz com a vida. Porém, quando compreendi que uma mudança dependia em primeiro lugar de minhas atitudes, comecei fazendo as pazes com a dor... e abrindo a mente e o coração para enxergar os outros. Estava sofrendo tanto que olhava apenas para o sofrimento e, justamente por isso, era egoísta, pois não conseguia ver o outro. Mudei bastante e o universo passou a conspirar a meu favor. Hoje, trabalho muito para manter tudo o que criei, mas sou feliz".

Pois é, amigo leitor, numa mesma semana, o desdobramento de duas histórias. Uma feliz e outra bem triste. A grande diferença entre elas foi como essas pessoas encararam o sofrimento. Um se abriu para a vida e fez acontecer, enquanto a outra esperou das pessoas e da vida soluções e, com isso, abriu mão do seu poder, da sua ação.

Assim, amigo, coragem! Faça sua parte e pare de reclamar porque isso não resolve nada. Torço para que Ruth tenha forças para fazer sua vida mais feliz e torço por você também, porque mudar a vida depende de cada um de nós.

Por Maria Silvia Orlovas

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