Quando somos crianças aprendemos muitas coisas, mas muito pouco compreendemos. Nosso racional ainda não está desenvolvido, somos puro sentimento e emoção. Quando nos tornamos adultos acabamos por pegar tudo o que aprendemos quando crianças – mas que não compreendemos muito bem (embora achemos que sim!) – e simplesmente reproduzimos como um modelo – igual ou contrário.
Reproduzimos fielmente aquilo que acreditamos termos concordado e com o qual nos identificamos, dando um toque pessoal, é claro! Aquilo que não concordamos fazemos ao contrário – exatamente ao contrário – embora possamos achar que estamos fazendo diferente.
Eis os modelos aprendidos e não compreendidos, instalados, atuados e atualizados em nossa vida, para a vida toda, por nós mesmos.
Então, andamos em círculos, agitados sem saber o por quê ou acomodados. E assim vamos vivendo. Podemos viver desta forma toda uma vida em círculos, agitados ou acomodados; a não ser que algo, quase por acaso nos faça parar. E aí, de um momento para outro, perdemos o rumo: instala-se o conflito.
Normalmente os conflitos são gerados por incompatibilidade entre as crenças internas e a vida que vivemos. Todos os atos antes praticados para se resolver determinada situação já não funcionam mais.
Por exemplo: sempre resolvemos as coisas gritando ou chorando ou nos colocando como vítima, etc. mas seja como for, não funciona mais! É preciso fazer diferente. Nem igual nem contrário: diferente! Não dá mais para se viver alienado de si mesmo.
Tem uma passagem da bíblia que diz: Orai e Vigiai.
Psicoterapia, como processo de autoconhecimento, é exatamente isto! Explico em tempo...
O que JESUS quis dizer quando disse Orai? O que é orar? O que significa o gesto de orar?
Orar quer dizer conversar com Deus.
A psicoterapia tem exatamente esta função: nos coloca numa posição de conversar com nosso Deus interior - nosso Eu superior - numa posição de interiorização. Temos a possibilidade de nos conectar com nossa essência – que Jung chamou de SELF – e que é aquela energia poderosa que está dentro de nós e que sabe mais que do nosso pobre ego o que é melhor para o seu próprio desenvolvimento e evolução.
Quando vamos buscar nesta fonte – no SELF (em DEUS) – a sabedoria necessária, saímos revitalizados e fortalecidos.
Passemos então para a segunda parte: Vigiai. O que podemos entender com essa colocação? O que isto quer dizer? O que Ele quis dizer quando sugeriu Vigiai?
Vigiai é olhar, observar atentamente.
O que devemos observar atentamente?
A nós próprios!
Faz parte do processo de autoconhecimento nos observarmos, prestando atenção aos nossos próprios comportamentos (nossas reações emocionais) e pensamentos (nossas crenças e opiniões sobre as coisas e pessoas), que revelam nossos sentimentos e crenças a respeito de nós mesmos.
Vigiai! Observe atentamente a você mesmo e às pessoas a sua volta: como você reage a elas e como elas reagem a você. Observe atentamente como você resolve as situações que vive. Observe atentamente cada gesto e movimento seu... seus comportamentos.
Vigiai! Observe atentamente como você julga as situações e as pessoas. Quais são os seus pré-conceitos? Observe a quê você dá valor. Perceba se seu comportamento e valores estão congruentes.
Poderá então constatar vários porquês; entre eles: porque sua vida está como está e seus relacionamentos estão como estão. Tudo está assim, pois é fruto de suas escolhas no decorrer da sua vida.
Perceberá, portanto, que tudo está como deveria estar, simplesmente!
Está feliz? Se está, vá em frente, caso contrário, mude. Não é uma empreitada fácil, mas é possível. Pois, por maior que seja o conflito, é possível mudar, redirecionar a vida e ser realmente feliz. Porque a verdadeira felicidade é construída com autoconsciência e auto-amor.
Quer a receita da felicidade?
- Orai e Vigiai!
Por Maria Aparecida Diniz Bressani
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