sexta-feira, 23 de julho de 2010

Do desconhecido... Todas as possibilidades...


Nós filtramos a nossa realidade com o filtro das nossas Memórias e vemos as coisas que nos acontecem de uma forma muito distorcida... assim a realidade que captamos, às vezes, tem um peso enorme que é dado pelos nossos medos.
Quanta coisa criamos em cima de situações que nos chegam, e que sofremos horrores por elas, e depois vamos ver que não era nada daquilo que estávamos pensando?
Criamos histórias e mais histórias em cima do que percebemos e sofremos por essas histórias como se elas fossem a mais pura realidade... e nos relacionamos o tempo todo com pessoas que fazem o mesmo... projetam a realidade ditada pelas memórias.

Nossos julgamentos se baseiam nas nossas experiências passadas e são feitos quase sempre com esse filtro distorcido... o que nos impede de estar vazios no presente.


Recentemente, passei por uma experiência onde, por não entender dinamarquês, pensei que algo muito grave estivesse acontecendo... e, baseado no que pensei, sofri horrores, pelo que deduzi do movimento das pessoas e da forma com que elas falavam.

Depois, conversando com minha filha, ela me conta o que realmente estava acontecendo... e pude constatar que não tinha nada a ver com o que eu havia criado... pelo contrário... estava acontecendo algo muito positivo e eu interpretei como algo muito negativo e sofri por aquilo... por pouco tempo... mas um sofrimento muito grande.

Aqueles minutos de dúvida foram tão fortes e criei tanto sofrimento em cima do que percebia, que, depois... quando ela me contou o que realmente estava acontecendo, eu só pude rir de mim mesma e de como preenchi com equívoco a pequena parte de realidade que percebia...


Depois, fiquei pensando em como fazemos isso o tempo todo... percebemos só uma pequena parte da realidade com nossos cinco sentidos e criamos o resto... interpretamos a realidade baseados nas nossas memórias e acreditamos naquilo... sofremos por aquilo e criamos mais e mais memórias de sofrimento...

Quando nos deparamos com uma situação qualquer, geralmente preenchemos as lacunas e completamos o que falta com nossas memórias... e quase sempre com o lado ruim... interpretamos a realidade quase sempre pelo lado negativo e quase nunca optamos pelo lado bom, que pode estar se manifestando ali e com isso sofremos... sofremos por pura ilusão que nós mesmos criamos.
E mesmo em acontecimentos que são dolorosos nossas memórias se encarregam de tornar ainda pior o que já é aparentemente tão ruim.

Parece que não conseguimos conviver com o desconhecido das situações e logo criamos todo o enredo com nossas memórias... não nos sentimos seguros se não colocarmos o conhecido, por pior que seja, e vamos criando realidades ilusórias que nos limitam e nos prendem a um sofrimento sem fim...


Depois dessa experiência, onde sofri horrores por algo que pensei ser ruim e na verdade era muito bom, passei a me observar mais diante das situações, diante das pessoas, buscando não interpretar tanto a realidade... Procuro observar o que se apresenta... sabendo que tem sempre muito mais em tudo... aceitando mais o desconhecido por entender que é do vazio que se manifestam todas as possibilidades.


Quando retornei, ouvi algo do livro As sete leis espirituais do sucesso do Deepack Chopra, que adorei...


... O conhecido nada mais é do que a prisão dos velhos condicionamentos. Não há qualquer evolução nisso- absolutamente nenhuma. E quando não há evolução, há estagnação, desordem, ruína. A incerteza, por sua vez, é o terreno fértil para a criatividade e para a liberdade. Incerteza significa entrar no desconhecido em todos os momentos de nossa existência. O desconhecido é o campo de todas as possibilidades, sempre frescas, sempre abertas à criação de novas manifestações. Sem a incerteza e o desconhecido, a vida é apenas repetição viciada de memórias velhas. Você se torna vítima do seu passado e seu torturador de hoje é o que sobrou de você ontem. Renuncie ao apego ao desconhecido, entre no desconhecido e você estará no campo de todas as possibilidades...


Por Rúbia Dantés

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