sábado, 5 de fevereiro de 2011

Relacionamentos Frustrados



Num tempo tão acelerado, com tantos apelos tecnológicos e tantos compromissos, parece que sempre estamos deixando alguma coisa para trás. E apesar de conviver com muitas pessoas, muita gente se sente sozinha, carregando o mundo nas costas sem condições de dividir tarefas ou pedir ajuda para quem está à sua volta.

Sempre me deparo com sentimentos assim em sessões de Terapia de Vidas Passadas. Um sentimento comum entre homens e mulheres de todas idades, porque conflitos emocionais e sentimentos não mudam muito de pessoa para pessoa. A solidão, o sentimento de não ser compreendido, a vontade de ser acolhido e amado é muito comum. Assim como é recorrente também a vontade de se livrar dos problemas.

Vânia, moça jovem e trabalhadora, vivendo o seu segundo casamento chegou até a mim reclamando de estresse. Disse sentir-se cansada de tantos compromissos, e de sempre entender as pessoas e ajudar, pois esperava que os outros também agissem assim com ela, porém, isso não acontecia. Infelizmente, esse sentimento de incompreensão aparece muitas vezes na terapia. Percebo que as pessoas querem muito ser amadas, terem suas faltas esquecidas, mas quando estão com raiva, ou magoadas, não querem mais focar a mente e o coração nas coisas boas e esquecer o mal. Nasce dessa mágoa uma grande incompreensão que já afundou muitos casamentos, empregos e relações de amizade.

Numa Vida Passada, Vânia tinha sido uma moça submissa como mandava o regime da época, cuidava da casa e repetia com o marido, que era um bruto, aquilo que sua mãe fazia. Cuidar, cuidar, cuidar sem reclamar de nada. Com isso ela foi se anulando e se sentindo inútil. Porém, nos tempos antigos, na vida rural, sem instrução, essa condição infeliz era natural. Hoje esse comportamento não tem mais lugar na nossa sociedade. Hoje é esperado que as pessoas se coloquem, digam o que pensam e mudem quando estão insatisfeitas. Claro que tudo isso dentro do equilíbrio e do bom senso, porque nem sempre temos a liberdade desejada. Afinal, como diz o velho ditado: A sua liberdade começa quando termina a do outro...

Seria fácil dizer para Vânia tomar uma atitude, separar-se, já que ainda era jovem, porque estava cheia de mágoas a respeito do atual marido. No entanto, será que essa moça tinha de fato tentado se comunicar da forma correta? Será que ela tinha feito a sua parte na relação afetiva? Ou estaria ela buscando um parceiro ideal que a compreendesse e amasse incondicionalmente?

Fiz essas perguntas a ela, porque sei que muita gente idealiza o amor e os relacionamentos e justamente por idealizar, frustra-se, cria mágoas, raivas e se retrai querendo jogar fora o sofrimento. Claro que existem muitas situações diferentes. Em alguns casos, o correto é mesmo se separar, criar um novo caminho para si mesmo, mas precisamos tentar entender porque certas coisas acontecem na nossa vida. Por que repetimos relacionamentos frustrados? Por que atraímos certo tipo de pessoa ou aprendizado?

São perguntas muito saudáveis no nosso processo de tomada de consciência e transformação. Porque o mal não está apenas fora de nós, nas atitudes das outras pessoas. As situações nascem conosco. Participamos fortemente da criação do nosso destino. Por isso, amigo leitor, antes de descartar as experiências, observe-se. Observe onde pode estar errando, reorganize a sua rota e boa sorte!

Por Maria Silvia Orlovas

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