terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Liberdade de ser Você



AME VOCÊ!

Eis que um óvulo foi fecundado. Neste momento, toda uma herança de dois seres está se juntando para dar vida a um outro. Genética e ancestralidade, físicas e espirituais se unem. Existe aqui todo um contexto social, religioso, cultural, uma época em que este novo visitante se encontrará. Toda a sua estrutura psicológica se manifestará conforme o todo que ele estiver inserido e ao nível de conexão que ele tem com sua história ligada a outros tempos.

Nada conseguimos só, porque desde o nosso nascimento a dualidade foi demonstrada. As religiosidades de todos os tempos vislumbraram, através dos Mestres criadores de seus seguimentos, a Aurora de um tempo glorioso, um tempo em que o homem tem livre-arbítrio e o direito à eternidade.

Contudo, esta não é a nossa realidade de uma forma geral. "Os bonsherdarão a Terra", disse Jesus. Sim, o Paraíso é aqui, mas por que não conseguimos enxergá-lo? Pelo mesmo motivo que faz de tempos em tempos nascerem homens e mulheres que tentam nos despertar para nós mesmos, para a realidade suprema de nosso ser. Esse também é o papel das catástrofes, das mudanças climáticas súbitas, das doenças, de tudo que nos impacte de alguma forma.

Ser um Buda é estar consciente de Si Mesmo, do seu Self, como disse o psiquiatra suíço Jung. É saber quem e o que você é. É integrar a sua realidade física com a sua realidade espiritual, de forma equilibrada e centrada, é liberar todas e quaisquer amarras que ainda o prendem num estado de total dependência e cegueira em relação à Verdade.

"Em verdade, em verdade vos digo, quem não nascer de novo não entrará no Reino nos Céus". Um Mestre que esteve na Grécia alguns anos antes de uma das manifestações do Cristo afirmava para seus discípulos que o Céu e o Inferno são estados de consciências e que estão dentro de cada um de nós.

Assumir só o lado Céu não inteligente de nenhuma parte, porque como diziam os sufis: "quem não morrer não poderá conhecer Deus". Existe coisa mais terrível que a morte? Mas, ela é inevitável e é real. Acontecerá você querendo ou não. Mas, a morte que os sufis falam é simbólica, é a morte para a inconsciência, para a inércia do espírito.

Todas as religiões antigas se dividiam em duas partes: uma aberta e outra esotérica, fechada para poucos. E era nessa parte fechada que se encontram os sacerdotes, os estudantes dos Mistérios da Vida, os esotéricos e os magos.

Elas não visavam retirar o homem da realidade física. Mas, trazer a espiritualidade para o mundo manifesto, o mundo físico, porque só assim seremos úteis para a espiritualidade.

A Verdadeira Comunhão Cósmica não ocorrerá enquanto estiver presos aos velhos e ultrapassados conceitos, formulados por idealistas que já se arrependeram do que disseram em outras vidas. Tem que liberar, soltar, romper, desbloquear, deixar ir tudo o que não serve mais.

Vivemos presos ao que fomos e a onde estamos. Temos medo de ousar e de entrar em nós mesmos. Temos pavor do que podemos encontrar. A Sombra é tudo aquilo que negamos e se intensificará a medida que negarmos olhá-la.

Libertar-se significa curar a si mesmo e toda a sua linhagem física e espiritual que está em você com toda a coragem e a desbravadura de um Guerreiro que sabe o que quer e onde quer chegar. Os caminhos são muitos e nem sempre são fáceis. Porque os grandes rompimentos acontecem conosco, com tudo o que nós acreditamos ser corretos, com nossos julgamentos e idéias preconcebidas, com valores mofados e éticas que só valorizam o seu comodismo.

Ter a Liberdade de Ser Você é a promessa Divina, Divindade essa que habita o nosso coração, o nosso Ser, que somos nós mesmos, que é o outro, que é o Tudo.

Por Nelson Matheus Silva


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