terça-feira, 25 de maio de 2010

Sensibilidade


A idéia mais comumente relacionada ao conceito de sensibilidade é a de uma pessoa capaz de emocionar-se e expressar seus sentimentos sem restrições. Entretanto, o significado mais profundo do termo diz respeito a uma capacidade de estar atento e plenamente sintonizado com todas as dimensões da vida.

O sentimento de união com tudo o que existe, seres humanos, natureza, animais, preenche automaticamente aquele que começa a despertar de modo verdadeiro sua sensibilidade.

Quanto mais enraizados estivermos em nossa própria essência interior, mais fortemente perceberemos a ampliação desta qualidade. Ela nos torna abertos e receptivos para tudo o que de mais belo há no Universo.

A música, a poesia, a pintura, ou qualquer outra forma de manifestação artística se tornam, naturalmente, alvos de nossa atenção e, até mesmo aqueles que nunca se sentiram tocados de modo especial pela arte, passarão a percebê-la de um jeito totalmente novo.

Quanto mais sensíveis nos tornamos, mais fácil fica entrar em sintonia com qualquer forma de expressão que brote da alma de outro ser humano, e não seja apenas fruto de sua intelectualidade.

Nosso verdadeiro ser vibra em sintonia com o Cosmos e com a alma universal, que se expressa em cada pessoa de modo individual, mas que continua sendo uma parte essencial do Todo.

A meditação é o único caminho capaz de nos levar a este encontro e praticá-la ampliará cada vez mais a consciência de nossa própria sensibilidade. Os sentidos físicos se tornam mais aguçados e a emoção mais apurada, ou seja, deixamos de nos identificar de modo especial com os sentimentos negativos como a dor, a raiva, o ressentimento, e passamos a nos conectar mais facilmente com aqueles que nos tornam mais felizes, como o amor, a gratidão e a paz.

Nada neste caminho deve ser pesado ou obrigatório; ao contrário, devemos encará-lo como uma brincadeira, uma prática divertida e leve, que nos levará ao encontro da Fonte de alegria e inocência da qual nos originamos. A Arte de Viver

"O homem nasce para atingir a vida, mas tudo depende dele. Ele pode perdê-la. Ele pode seguir respirando, ele pode seguir comendo, ele pode seguir envelhecendo, ele pode seguir se movendo em direção ao túmulo - mas isso não é vida.

... Então, temos que entender primeiro o que eu entendo por 'vida'. Ela não deve ser simplesmente envelhecer. Ela deve ser desenvolver-se. E isso são duas coisas diferentes. Envelhecer, qualquer animal é capaz. Desenvolver-se é prerrogativa dos seres humanos. Somente uns poucos reivindicam esse direito.

Desenvolver-se significa mover-se a cada momento mais profundamente no princípio da vida; significa afastar-se da morte - não ir na direção da morte. Quanto mais profundo você vai para dentro da vida, mais entende a imortalidade dentro de você.

Você está se afastando da morte: chega a um momento em que você pode ver que a morte não é nada, apenas um trocar de roupas ou trocar de casas, trocar de formas - nada morre, nada pode morrer. A morte é a maior ilusão que existe.

Como se desenvolver? Simplesmente observe uma árvore. Enquanto a árvore cresce, suas raízes crescem para baixo, tornam-se mais profundas. Existe um equilíbrio; quanto mais alto a árvore vai, mais fundo as raízes vão. Na vida, desenvolver-se significa crescer profundamente para dentro de si mesmo - que é onde suas raízes estão.

... O primeiro passo na arte de viver será criar uma linha de demarcação entre ignorância e inocência....Sempre que você perceber que perdeu a oportunidade da vida, o primeiro princípio a ser trazido de volta é a inocência.

Abandone o seu conhecimento, esqueça as suas escrituras, esqueça as suas religiões, suas teologias, suas filosofias. Nasça novamente, torne-se inocente - e a possibilidade está em suas mãos.

Limpe a sua mente de todo conhecimento que não foi descoberto por você mesmo, de todo conhecimento que foi tomado emprestado dos outros, tudo o que veio pela tradição, convenção, tudo o que lhe foi dado pelos outros - pais, professores, universidades. Simplesmente desfaça-se disso. Novamente seja simples, mais uma vez seja uma criança. E esse milagre é possível pela meditação.

Meditação é apenas um método cirúrgico não convencional que corta tudo aquilo que não é seu e só preserva aquilo que é o seu autêntico ser. Ela queima tudo o mais e o deixa nu, sozinho embaixo do sol, no vento.

... O segundo princípio é a peregrinação. A vida deve ser uma busca - não um desejo, mas uma pesquisa: não uma ambição para tornar-se isso, para tornar-se aquilo, um presidente de um país, ou um primeiro-ministro, mas uma pesquisa para encontrar 'Quem sou eu?'. É muito estranho que as pessoas que não sabem quem elas são, estão tentando se tornar alguém.
Elas nem mesmo sabem quem elas são neste momento!

Elas não conhecem os seus seres - mas elas têm um objetivo de vir a ser. Vir a ser é a doença da alma. O ser é você e descobrir o seu ser é o começo da vida. Então cada momento é uma nova descoberta, cada momento traz uma alegria.

... Você se torna tão sensível que até a menor folha de grama passa a ter uma importância imensa para você. Sua sensibilidade torna claro para você que essa pequena folha de grama é tão importante para a existência quanto a maior estrela; sem esse folha de grama, a existência seria menos do que é. E essa pequena folha de grama é única, ela é insubstituível, ela tem a sua própria individualidade.

E essa sensibilidade criará novas amizades para você - amizades com árvores, com pássaros, com animais, com montanhas, com rios, com oceanos, com as estrelas. A vida se torna mais rica enquanto o amor cresce, enquanto a amizade cresce...

Quando você se torna mais sensível, a vida se torna maior. Ela não é um pequeno poço, ela se torna oceânica.... Toda essa existência se torna a sua família e a não ser que toda essa existência seja a sua família, você não conheceu o que é a vida. - porque homem algum é uma ilha, nós estamos todos conectados. Nós somos um vasto continente, unidos de mil maneiras. E se o nosso coração não está cheio de amor pelo todo, na mesma proporção a nossa vida é diminuída.

A meditação lhe traz sensibilidade, uma grande sensação de pertencer ao mundo... Em segundo lugar, a meditação irá lhe trazer um grande silêncio - porque todo o lixo do conhecimento foi embora, pensamentos que são partes do conhecimento foram embora também...

... Faça todas as coisas criativas, faça o melhor a partir do pior - isso é o que eu chamo de arte. E se um homem viveu toda a vida fazendo, a todo momento, uma beleza, um amor, um desfrute, naturalmente a sua morte será o supremo pico no empenho de toda a sua vida.

... Comece com a meditação e muitas coisas crescerão em você - silêncio, serenidade, êxtase, sensibilidade. E o que quer que venha com a meditação, tente trazer para a sua vida.

Compartilhe isso, porque tudo o que é compartilhado cresce mais rápido. E quando você atingir o momento da morte, você saberá que não existe morte. Você pode dizer adeus, não existe nenhuma necessidade de lágrima de tristeza - talvez lágrimas de felicidade, mas não de tristez.." OSHO (O Livro da Cura)


Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga,
Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.




Solidão da Alma


Navegando pela internet deparei-me com uma descrição fiel para essa dor profunda da alma, uma dor que nos dilacera sem sangrar, uma dor surda, pessoal e intransferível.

Talvez não haja no universo sentimento mais profundo do que este: solidão interior. Aquela solidão da alma. A constatação fria e inegável de que, não importa o quanto eu esteja cercada de coisas e pessoas, ou o quanto outras criaturas tenham contribuído com a minha caminhada, em minha consciência eu estou sempre só, comigo mesma. Enfim, sós... Eis que, em algum momento de minha existência, minha consciência me força à transformação, à total, profunda e sincera revisão de tudo em que vinha acreditando. Ela me faz olhar novamente para tudo o que fiz, construi e aprendi e, de forma implacável, me coloca frente à frente com tudo que sou, de verdade, e nem sequer imaginava.

Não há fuga possível, não há como ou onde esconder-me. É como se todas as máscaras caíssem ao mesmo tempo e eu fosse obrigada a olhar num espelho vivo e límpido, onde estão refletidas todas as minhas verdadeiras emoções, idéias, necessidades e tropeços. Meus medos e minhas carências.

E, ao me deparar com tanto da minha verdadeira essência que eu desconhecia e ignorava, é como se algo se rompesse dentro de mim e criasse um imenso vazio, que me engole e deixa sem chão e sem teto, flutuando, em completa suspensão. É como se eu vagasse dentro de meu próprio vazio interior.

As referências momentaneamente se confundem, como se, o tempo todo, eu estivesse seguindo um mapa falso, para um tesouro que idealizei, mas nunca existiu.


As crenças parecem diluir-se, como se não passassem de bonecos de açúcar, que criei apenas para me adoçar a existência, enquanto estava ocupada demais sonhando acordada.


As certezas se transformam em dúvidas, como se tudo o que eu sabia não passasse de um enredo destinado apenas a justificar a mim mesma. O que fazia sentido fica pálido e borrado, como se o meu universo fosse apenas o produto de uma imaginação muito fértil, ou a lembrança de um sonho muito vívido, ou uma alucinação.


E tudo o que tenho é apenas a mim mesma, em toda a minha realidade nua e crua. Nem mais, nem menos. Sou eu me despindo para mim mesma, como nunca havia feito antes... E, então, vem a dor... A dor de perceber que, talvez, essa solidão seja apenas reflexo de uma escolha, uma postura, uma crença equivocada. A dor de saber que quem se afastou fui eu mesma, num movimento de defesa infantil e inconsciente, numa fuga assustada por medo de sofrer, ou de perder, ou de ser esquecida. A dor de me dar conta de que, o tempo todo, fugi apenas de mim mesma e que os outros apenas respeitaram a minha fuga, deixando-me fugir.


E a dor, às vezes, é tanta e tão grande, que faltam forças para sair do lugar, falta energia para fazê-la parar ou mesmo para olhar para ela. Ela dói no corpo e na alma, dói por dentro e por fora, dói pesado e profundo. Não pretendo anestesiá-la, não pretendo também ignorá-la. Não desta vez. Quero experimentá-la até a última gota, se possível, se eu suportar. Quero abraçá-la para que ela se transforme em luz, a luz que ainda não tive coragem de buscar para me orientar em meus caminhos.


Não quero apenas passar por ela, mas passar com ela, caminhar com ela, compartilhar seus segredos, conhecer sua história. A minha história. No entanto, eu e ela estamos no mundo. E, estando no mundo, caminhamos com outras pessoas. Pessoas que estão em outros momentos, pessoas que têm outras necessidades, pessoas que só conseguem ver em mim o que já conhecem, sem conseguir, nem de leve, suspeitar do que também sou, e elas não conhecem e não conseguem perceber e compreender. E nem mesmo eu conheço bem...


E não há como explicar. Não há como colocar em palavras essa solidão que dói em meio a tanta gente, essa solidão plena que me faz sentir única como nunca me senti, essa solidão que me afasta de tudo e de todos e, ao mesmo tempo, quer desesperadamente estar em meio a outros que possam, ao menos, acolhê-la, exatamente como ela é. Não há como decifrar, não há como abrir o peito e mostrar o que está acontecendo bem ali dentro, onde a dor decidiu se instalar. Não há como mostrar o coração que dói, ao lado daquele que bate, pois só eu o sinto. Só eu sinto o que ele sente...


E, na nossa dor, somos cúmplices um do outro, nessa solidão que é triste, mas não é tristeza. Essa solidão que assusta, mas não é medo. Essa solidão que machuca, mas não deixa ferida. Uma solidão que é mais que estar sozinho, pois é solidão da alma.



Maísa Intelisano é terapeuta holística com formação em Terapia Regressiva, Abordagem Transpessoal, Florais de Bach, Reiki nível II e Bioeletrografia, com consultório em São Paulo. Mantém também cursos práticos de bioenergias, estados ampliados de consciência e percepção extra-sensorial. Visite seu site em www.maisaintelisano.com.br

Como ter compaixão por aqueles que nos fazem sofrer


Como vimos em postagem anterior, não é tão difícil de reconhecer um psicopata: eles são narcisistas, pensam muito e sentem pouco. Tomam decisões com base em como podem ser beneficiados com prazer, auto-satisfação, poder, status e diversão. O livro Mentes Perigosas, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, revela-nos uma realidade difícil de ser assimilada: uma pessoa pode ter uma limitação biológica que a faz sedutora, inteligente e nada empática.

Em geral, o termo psicopatia nos leva a pensar numa pessoa de mau caráter, como os criminosos, estupradores e golpistas. Por isso, temos de ser cuidadosos ao reconhecer as características de uma pessoa que sofre de psicopatia leve: ela pode não ser uma pessoa com intenções negativas, mas será, sim, um narcisista em busca de satisfazer apenas os seus prazeres imediatos. Vai mentir e manipular. Com as desculpas mais nobres, justificará seus atos, tornando-se uma vítima declarada diante de qualquer circunstância.

É muito duro conviver com pessoas que não são capazes de se responsabilizar por seus atos conscientes, porém, inconseqüentes. Afinal, eles sabem o que fazem, mas como não sentem culpa, remorso, nem temem punição, seguem em frente agindo por interesse próprio, justificando seus atos, racionalmente. Aliás, alguns costumam pedir desculpas quando são flagrados. Eles gentilmente dizem: Você tem razão, desculpe. Mas eles não mudam! Continuam sendo descaradamente como são: abusivos.

Se admitirmos que certas pessoas são assim e não vão mudar, cabe a nós mesmos reconhecer os limites de uma relação baseada na falta de trocas afetivas e ter atitudes coerentes com essas constatações. Por exemplo, uma vez que já sabemos que elas não vão cumprir suas repetidas promessas, temos de parar de lhes dar novas chances.

Em outras palavras, temos que agir conforme a realidade se mostra possível. Portanto, seja realista quanto ao que esperar de uma pessoa que não sabe se colocar no seu lugar e pede constante atenção.

A vida não é um mercado livre. É preciso ter clareza do quanto somos capazes de oferecer sem trocar. De fato, muitas vezes damos sem pensar em receber algo em troca. É natural ser generoso e compartilhar o que temos para oferecer. Mas isto só é possível e saudável enquanto não estivermos sendo prejudicados, nem prejudicando outras pessoas ao nosso redor em prol de uma pessoa que não mede seus atos inconseqüentes.

O fato é que temos de lidar com a frustração de que esta não é, nem será, uma relação equilibrada. Conforme o grau de envolvimento e proximidade, muitas vezes temos que aceitar esta limitação, pois não há como nos afastarmos totalmente das situações geradoras de frustração.

A frustração é um sentimento decorrente do não recebimento de uma gratificação esperada. Ela apaga nosso impulso de vida, uma vez que gera sentimentos de incompetência, desvalor, vulnerabilidade e uma percepção de fracasso iminente.

Por isso, temos que conhecer muito bem a natureza da situação na qual nos encontramos, para não identificarmos suas limitações como sendo de nossa própria pessoa.

Não podemos resolver tudo! Não podemos ser aquele que sempre cede e nega suas necessidades porque pensa que fazendo assim, tudo estará resolvido.

Se quisermos continuar evoluindo internamente, não podemos ficar paralisados pela dor da frustração. Então, o que fazer?
O budismo nos inspira a sermos guiados pela sabedoria da compaixão. Yongey Rinpoche, em seu livro Alegria de Viver (Ed. Campus), escreve: Quanto mais claramente vemos as coisas como são, mais dispostos e capazes nos tornamos de abrir nossos corações a outros seres. Ao aprender a ver de onde a outra pessoa está vindo, qual é sua real condição, teremos menos chances de nos envolvermos num conflito, pois a clareza de saber distinguir as nossas limitações das limitações criadas pela outra pessoa irá nos proteger de não continuarmos a agir unilateralmente.

O budismo nos ensina que, para cultivarmos a compaixão, temos que seguir um caminho gradual. Ir percorrendo gradualmente três níveis de evolução. O nível Um envolve aprender a desenvolver um tipo de atitude compassiva em relação a si mesmo, assim como aos outros ao seu redor. O nível Dois significa desenvolver uma bondade amorosa baseada no altruísmo. O nível Três trata de cultivar uma compaixão suprema, baseada no reconhecimento de que este é o potencial mais puro de um ser humano.

Por enquanto, vamos praticar o nível Um. Para ter compaixão, é preciso sentir algo de positivo que você queira compartilhar. Ou seja, só podemos dar felicidade com felicidade. Por isso, o primeiro passo é reconhecer a sua própria força.

Yongey Rinpoche explica que a palavra sânscrita para ser humano é purusha, que basicamente significa algo que tem força. Esta é a base do nível Um: despertarmos nossa força para realizarmos algo que queremos muito: continuar evoluindo interiormente. Para tanto, Rinpoche sugere uma meditação:

Após alguns momentos repousando sua mente na meditação sem objeto, faça um rápido ‘exercício de escaneamento’, observando gradualmente, seu corpo físico. À medida que escaneia seu corpo, permita-se reconhecer como é maravilhoso ter um corpo, bem como uma mente capaz de escaneá-lo. Permita-se reconhecer como esses fatos são básicos de sua existência são magníficos, como você tem sorte de ter os dons deslumbrantes de um corpo e de uma mente! Repouse nesse reconhecimento por um momento e então, gentilmente, inclua o seguinte pensamento: ‘Como seria bom se eu pudesse sempre desfrutar esse senso de bem-estar. Como seria bom se eu pudesse sempre desfrutar esse senso de bem-estar e todas as causas que me levam a me sentir feliz, tranqüilo e bem’. Então, somente permita que sua mente repouse, aberta e relaxada. Não tente manter essa prática por mais de três minutos se estiver praticando formalmente ou mais de alguns segundos durante sessões de meditação informal.

Parece óbvio, mas não é: a base da compaixão está em nossa capacidade de reconhecer nosso bem-estar. Em geral, focamos nossa mente nos problemas. Mas, ao treinar a compaixão, iremos aprender a focar as soluções!

Depois que desenvolvemos a compaixão por nós mesmos, somos capazes de sentir o que os outros sentem, ao mesmo tempo em que nos mantemos fiéis à nossa base de equilíbrio. Assim, podemos acolher o outro sem nos desconectarmos da sensação básica de bem-estar. Ajudar sem nos auto-anular é bom para ambas as partes.


Bel Cesar é psicóloga e pratica a psicoterapia sob a perspectiva do Budismo Tibetano.Trabalha com a técnica de EMDR, um método de Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares.


quinta-feira, 13 de maio de 2010

Almas Gêmeas - a serviço da Luz!


Navegando pelo site STUM, deparei-me com um significado de almas gêmeas com uma visão astral maravilhosa, vale a pena conferir.

Hoje, depois de muito tempo, finalmente consegui não ficar angustiado, preocupado com a responsabilidade de escrever o quinzenal, mesmo que faltem poucas horas para o momento de apertar a tecla "enter" que dispara de forma irreversível este texto para o éter, a pessoas queridas e em sintonia vivendo em toda parte do nosso planeta. A intenção ao digitar é séria, decente, honesta: transmitir algo que seja válido, útil, que ajude a nos sentirmos ainda mais unidos, confiantes, capazes de enfrentar com renovado ânimo e equilíbrio a jornada que nos levará de volta pra Casa.
Sou somente um mensageiro, um humilde carteiro que sabe que tudo fará sentido somente se conseguir me conectar com a Fonte, com os amados Guias, com o plano espiritual. Não conseguiria tocar suavemente a alma de quem lê se fosse buscar a inspiração e a informação no pequeno eu que, isolado, limitado, somente sabe produzir, ou melhor, reproduzir, aspectos já conhecidos e batidos.

É agora um período de grande calma interior, o mar das emoções está calmo, consegui relaxar bastante no momento em que pedi ajuda e entreguei toda a responsabilidade ao Universo, que me passou -como que psicografada-, uma curta e singela mensagem para ser usada como um mantra:
"A partir deste momento meu coração e minha mente estão somente a serviço da Luz".
Pronto... o alívio foi imediato; somente manifestei o desejo de fazer parte desta corrente que quer transmitir/receber amor, beleza, paz, serenidade e reafirmar sem parar o conceito de Unicidade na Unidade; de lembrar que somos parte importante, indispensável do Todo, de tudo que existe nos muitos planos e reinos; indivíduos imortais, carregando por todo o sempre a Divindade no coração.

Sei que reproduzo frequentemente estes conceitos. Na realidade, sinto que precisamos lembrar deles com carinho, com perseverança e determinação, sem que tantos chamarizes, apelos, ruídos intensos e permanentes do mundo exterior interfiram em nossa sintonia, em nossa capacidade de mantermos alinhado o centro interno, assim como a conexão sutil, mesmo nas condições mais desfavoráveis e complicadas de nossa existência.
É como se fosse indispensável repetir à exaustão um mantra sagrado, uma frase ou um pensamento que nos coloque e mantenha em um nível de realidade onde os sentimentos são os do amor incondicional e a vibração da Luz nos carrega suavemente, permitindo-nos agir de forma iluminada, abençoada em qualquer situação que se nos apresente, seja em casa, no trabalho, em nossos relacionamentos, sempre.

Esta capacidade de lidar de forma positiva e consciente com tudo que planejamos e realizamos faz toda a diferença; a atmosfera à nossa volta clareia, transforma-se, afetando positivamente o ambiente, transformando-o em um recanto onde a harmonia, a paz e a criatividade encontram sua morada. Conseguimos sentir em nosso peito algo que podemos chamar de bem-aventurança, paixão pela vida e fé, aquela profunda, sadia, sem culpas ou pecados originais, escorada em tantos episódios, fatos e experiências de vida que hoje nos balizam, esclarecem, sustentam, deixando claro que somos responsáveis por nosso plantio e colheita, os únicos donos de nossa vida e nos dando ainda a clara percepção de que tudo que importa já está à nossa disposição e se encontra guardado em nosso interior. Não precisa buscar fora, tudo já nos foi entregue ao nascer; as ferramentas, os instrumentos e também a mestria específica para utilizar cada aparelho.

Sim, este é mais um convite para continuarmos focados e confiantes, mesmo que -aparentemente-, as coisas não fluam ainda como desejaríamos.
Na realidade, se conseguirmos silenciar nossa mente, observar e perceber a beleza e a perfeição da Criação, mantendo a vibração amorosa de Unidade, estaremos acima das perturbações da terceira dimensão, fortalecidos, livres, entrelaçados energeticamente com a Fonte que nos alimenta o corpo emocional, o mental, o espiritual e, consequentemente, o físico. Está tudo em nossas mãos... sempre esteve. Precisamos lembrar, que é preciso e é bom demais abrir nossa caixa de ferramentas da Luz. Sempre que for necessário ou sentirmos vontade.

Às vezes é suficiente colocar o foco em nossa respiração; procurando realizar ciclos mais demorados, mais profundos, segurando o ar, utilizando toda nossa capacidade pulmonar empregando o diafragma, o abdômen, algo simples e muito relaxante que pode fazer uma grande diferença em nosso dia-a-dia.
- Outra técnica preciosa que pode ser realizada em qualquer momento e ambiente para melhorar nosso ânimo e nos ajudar em um sem-número de problemas... a EFT, técnica que já foi tema de umespecial e que consiste em dar batidinhas com a ponta dos dedos sobre pontos energéticos específicos de nosso corpo, enquanto falamos ou mentalizamos o aspecto que desejamos curar ou expandir.
- Para aliviar o fardo, enviar energia de cura à distância, perdoar e pedir perdão, utilizo sem parar o Ho´oponopono, que também entrou pra valer em minha vida e agora é como o ar que respiro: indispensável. É o Universo em ação direta que responde e atua quando o "Sinto muito, te amo, sou grato", finalmente é proferido e dirigido ao destino correto.
Existem muitas, muitíssimas outras formas de saltar para um estado de conforto imediato; é difícil de entender como seja possível esquecer ou deixar de lado algo tão bom e tão simples que o Universo coloca literalmente em nossas mãos -ou em nossos dedos, no caso da EFT-, para aliviar ou resolver de vez nossas desarmonias e ajudar nossos semelhantes, como no caso do Ho"oponopono.

Estamos todos a serviço da Luz, basta reconhecermos isso, aceitando que os Guias atuem através de nós com seus raios, suas cores, seus dons e faculdades. Para facilitar a parceria, no entanto, é indispensável sermos autênticos, coerentes, conscientes daquilo que somos na realidade. Não importa quantas fraquezas ou falhas nossa personalidade ainda manifeste se aplicarmos em nossa vida as leis naturais,os valores reais, perenes. Se o coração for puro conseguiremos crescer e influenciar ainda a vida de tantos que entrarem em contato conosco, inspirando-os de forma suave e duradoura, mesmo eles se encontrando nas atividades mais mundanas.

E finalmente... o que tudo isso tem a ver com a questão da Alma Gêmea?
Simplesmente tudo!
O que está escrito até aqui sobre precisarmos evoluir mais e mais, deixando para trás características problemáticas de nossa personalidade, aliviando o fardo, perdoando, libertando grilhões que aprisionam sentimentos verdadeiros e nos mantinham na infelicidade, é a chave para encontrar -ou reconhecer-, a alma companheira.
Os Guias lembram que somente estando abertos, com a mente em paz e o coração sereno, livres de posse, de egoísmo, de preconceitos e turbamentos, manifestando aquele amor incondicional sublime, altruísta, que irradia luz, que atrai, aconchega, ajuda e ampara outros seres, somente então estaremos aptos a chamar, encontrar, reconhecer e viver por fim em harmonia com o ser magnífico que está nos esperando. Só isso. E tudo isso!
Um prêmio do Universo? Sim.
Milagre? A própria vida é um milagre em si.
Então, vamos fazer nossa lição de casa? Que tal melhorar um pouco a cada dia, limar as arestas de nossa personalidade, alimentar de Luz a nossa alma, aliviar nosso coração, viver em sintonia com a Fonte...
Vamos amar e respeitar nosso próximo como a nós mesmos? Sempre, a cada passo, a cada palavra, a cada respiração?
Este é o Caminho.



Uma visão diferente do dia das mães...

Navegando no blog do filósogo Ghiraldelli Jr encontrei uma visão interessante sobre o "dia das mães", vale a pena conferir não só a matéria abaixo como entrar em seu blog e se deleitar com as idéias desse filósofo.

by Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo.

"Falam em “instinto materno”. Não à toa. Quem experimentou o impulso espontâneo para dar amor a um filho e torcer pela sua felicidade, como uma força que não passa por nenhuma deliberação racional, sabe do que estou falando. Instinto materno é um instinto descabelado. A cobrança da espécie ao indivíduo? Seja lá o que for, mas que não tem eira nem beira, isso não tem mesmo!

Essa energia para cuidar de um rebento, humano ou animal, que muitas mulheres sentem, é tão poderosa que faz algumas, que optaram por não se encaminharem para a função materna, serem chamadas de “mulheres sem natureza”. É claro que isso é um erro e uma enorme injustiça. Não se deve censurar ninguém por não ser mãe, por não querer ser mãe – ao menos no sentido tradicional do termo. O que é necessário entender é que a tal força para cuidar de criança ou filhote, quando surge, é avassaladora. Quando ela vem, não há represa que a segure.

Os filhos são pais e são mães – mais cedo ou mais tarde, chegam nisso. Infelizmente, para vários, quando isso ocorre e eles reconhecem o tal instinto materno (ou paterno) neles próprios, já é tarde para eles poderem se voltar para o pai ou para a mãe para, então, confessarem: “só agora eu entendi você”.

Muitos filhos acreditam que, como se trata de instinto ou algo que assim possa ser chamado, e que, portanto, não passa por deliberação, não pode ser valorizado. Eles imaginam que se é um impulso, torna-se algo impositivo para a mãe. Raciocinam assim: já que não se delibera, que é algo, digamos, espontâneo, então não há nenhum sacrifício nele e, por isso, o que a mãe faz por um filho nada é que aquilo que ele tem o direito de cobrar.

No limite, a sociedade pensa um pouco assim, ainda que diga o contrário. Basta uma moça, em desespero, abandonar uma criança, e o mundo cai sobre ela. “Mãe desnaturada” é uma frase que equivale a uma sentença de morte. Em alguns lugares, ela é levada a cabo. Em outros a frase é agregada a tudo que existe de pior no ambiente do preconceito e da injustiça: “nem puta abandona o filho” – e eis que surgem mil histórias de mulheres que sustentaram os filhos antes com o suor da vagina que do rosto, ainda que no ato sexual o suor do rosto é o que apareça mais. Essa sentença sobre a mulher é a pior das ditaduras: você está condenada à maternidade e, se foi “premiada por Deus por ter um filho” e o abandonou, pecou contra toda a humanidade. A forma como a humanidade diz que se pecou contra ela é, neste caso, uma bela enganação.

Não raro, filho injustiça a mãe e, com mais freqüência ainda, o pai. Caso a mãe ou o pai fiquem viúvos, são proibidos de casar. Caso se divorcie, o pai é logo punido com a inimizade. Quando é a mãe que toma a iniciativa, é acusada de ser uma provocadora da desonra e coisa assim. Uma vez que pais cedem uma mão, logo eles são convocados para cederem o pé. Filho é um saco sem fundo, um eterno querer. Até aí tudo bem. O pior é quando se tornam um eterno exigir.

Até mesmo o Dia das Mães passa, então, a ser negociado. A mãe tem de ficar disponível no Dia das Mães. Ela ficou disponível o ano todo e, neste dia, é decretado mundialmente que ela deve ficar disponível para todos – filhos e não filhos. Tem de ir às festinhas de escola em sua homenagem e, propriamente no domingo, agüentar familiares que ou aparecem em sua casa para colocá-la na cozinha – principalmente quando dizem que não vão fazer isso – ou para levá-la para almoçar onde eles querem, sem perguntar para a mãe se é ali que ela deseja ou não. Os presentes, então, são um martírio. Tudo que a mãe não precisa aparece nesse dia. É pior que o Natal da mãe.

Na segunda feira, terminado o Dia das Mães, começa tudo de novo: todas as mulheres novamente são condenadas a serem mães. Mesmo com o tal instinto materno funcionando, não há quem agüente isso sem capa e espada."


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sombra e Escuridão



Sono povoado de sonhos, vultos e sombras espreitam minha luz, caminho por entre vales sob um manto sóbrio e a cada passo meu uma luz fulgura marcando o chão por onde piso.

Ando
placidamente, a cada passo uma certeza, a cada certeza um sinal que se ilumina pelo caminho de retorno.

Caminho por entre as
sombras, silenciosa e serenamente, apenas um pulsar mais forte de meu coração, anunciando minha fragilidade terrena, sigo por uma estrada escura, sem traços e vida.

Resgate de almas, resgate da própria
alma, resgate de nós mesmos, busca consistente de si, busca infinita do eu.

Olho
em volta, olho os vultos e lágrimas de dor mergulham dentro de mim, pedaços que se foram, pedaços do espelho que um dia refletiram o que fui.

Metade de mim,
fragmentos de outrora.


Por Bel Bezerra

Linda mensagem de meu filho Cesar no Dia das Mães !









Cesar Filho

sábado, 8 de maio de 2010

Relaxing Piano Music / Butterfly Images

Clair de Lune - Debussy

Esta manhã encontrei o teu nome



Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos e o teu perfume a transpirar na minha pele.

E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves de verão e a tua boca deixou um rastro de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração que era o resto da vida - como um peixe respira na rede mais exausta.

Nem mesmo à despedida
foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem.

Sentei-me na cama
e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.




De Maria do Rosário Pedreira