sábado, 25 de julho de 2009

Tolerância

Tolérance n'est pas quittance, que poderíamos traduzir por: ”Tolerância não é liberdade total...”.

Numa pequena cidade do interior, um deficiente físico, sem pernas, perambulava pela cidade com auxílio das duas mãos e o apoio do tronco. Durante anos, no seu trajeto, era debochado por um homem que dizia: -Vai gastar o ... Um dia ele perdeu a paciência e matou o homem importunador. Na justiça, o aleijado foi duramente atacado, e tido como assassino cruel. O advogado, ao iniciar a defesa, falou durante dez minutos elogiando a qualidade de cada membro do júri, até que o juiz interrompeu: -Se o senhor não iniciar a defesa, não permitirei que prossiga. Sabiamente, o advogado respondeu: - Meritíssimo, se o senhor não aguentou dez minutos de elogios, imagine a situação do réu que suportou anos de insultos....Nestes casos, pode valer o provérbio: “Não seja intolerante a menos que você se confronte com a intolerância.”

Tolerância é o respeito, a aceitação e o apreço da riqueza e da diversidade das culturas de nosso mundo, de nossos modos de expressão e de nossas maneiras de exprimir nossa qualidade de seres humanos. É favorecida pelo conhecimento, da abertura de espírito, da comunicação e da liberdade de pensamento, de consciência e de crença. A tolerância é a harmonia na diferença. A tolerância é uma virtude que torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma cultura de paz.

A tolerância é o sustentáculo dos direitos humanos. Implica a rejeição do dogmatismo (dogmatismo é toda doutrina que afirma a capacidade do homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível) e do absolutismo (é uma teoria política que defende que uma pessoa (em geral, um monarca) deve deter um poder absoluto,) e fortalece as normas relativas aos direitos humanos.

Tudo que é “perfeito” tem limites impostos pelo seu próprio ser ou estado de “perfeição”: um ser que manifeste as suas qualidades não o pode fazer sempre em todos os aspectos, isto é limite e não incompetência.

O homem é um ser social e possui uma individualidade. Não é perfeito, e portanto, sob diversos aspectos, limitado. Precisa viver consigo mesmo e com os outros, porém, as leis pessoais não são as mesmas que as sociais. Pelo valor que é a individualidade, alguns homens são melhores em certos aspectos; outros, em outros, e assim a sociedade se completa e a vida social é possível. Assim somos nós, com nossa individualidade, nos completamos.

Mas a moeda tem outra face e o fato das pessoas diferirem em tantos aspectos pode gerar atritos de valores. Os limites das pessoas também são diferentes. Neste ponto começa o limite entre o pessoal e o social.

Existem situações que podem ser ignoradas, passíveis de serem aceitas, em prol da sociedade, do bem comum. Mas o limite não é fixo, pode variar muito: toleramos algo numa manhã, mas se o mesmo assunto for apresentado à noite..., passa dos limites. Quereríamos que este limite fosse mais elástico, e de certo modo o é. O limite da tolerância tem por um lado à manutenção da individualidade e por outro a inclusão do individual no social. Se isto não ocorrer, alguns perdem sua individualidade e outros são excluídos e preferem se isolar do convívio social.

Nossas limitações são patentes. Não somos o que queremos, não fazemos tudo que sonhamos, não temos o dom de estar onde desejamos. Dentro destes limites é que nos movemos.

Conhecer os limites pessoais e os dos outros – pois somos seres que não se repetem – é uma tarefa que dura toda a vida. O limite também não é estático, as pessoas mudam. Logo, o sistema de comunicação entre as pessoas é algo dinâmico e tem suas “leis” próprias, que cabe a cada um descobrir em cada momento. Em vez de gastar tempo reclamando, que não existe comunicação, poderemos empregá-lo, verificando como estabelecer esta relação, com muito respeito.

Portanto, vamos promover a paz. Escutar mais uns aos outros, observar e respeitar, lembrem-se: o direito de um acaba quando o do outro inicia. A Oração de São Francisco é um grande ensinamento, mas não basta lê-la apenas, devemos praticar em nosso dia-a-dia e para com nossos próximo.

Temos tudo para sermos felizes e harmoniosos, aproveitemos a chance que Deus nos dá, a verdadeira felicidade bate à nossa porta uma única vez e precisamos reconhecer quando ela chega, sermos merecedores para então ela se fazer morada em nossas vidas, dentro do coração de cada um e poder germinar, florescendo nosso caminho.

Lembrem que a semeadura é opcional, porem a colheita é e sempre será obrigatória.


Namastê.

"Cheio de Larvas"

Os Italianos à epoca do grande império, senhores do mundo, tambem tinham algum espaço para as apreciações metafisicas. "cheio de larvas", é como acreditavam que o individuo louco estava.

Ouví outro dia, que o Vaticano está preparando grupos de padres exorcistas, e que estas praticas, me parece, será democratizada dentro da igreja Católica.

Já era tempo de tornar à luz, aquilo que eles sempre fizeram entre eles, veladamente, desde as primeiras igrejas Cristãs, ou primitivas.

Estes procedimentos na verdade, fazem parte do ritual de todas as igrejas e religiões de todos os povos. Hindus, Chineses, Caldeus, Persas, Babilonios, povos que nos ensinaram a pensar.

Os Gregos, que condensaram o conhecimento dos povos antigos tambem consultavam os seus oráculos, adoravam os seus espiritos ou divindades, se defumavam, purificavam os seus corpos com banhos de ervas apropriadas, e procuravam seus templos onde recebiam suas benzições.

A igreja catolica na verdade não quís perder o bonde da historia. Fez muito bem!

Uma coisa porem, me deixa profundamente encabulado: As igrejas evangélicas não "tradicionais", bitoladas e conservadoras, que conseguiram abrir seu espaço, criticando justamente estas práticas, hoje, a maioria delas ja recebe o "espírito santo" e falam linguas estranhas. Outras, recebem "anjos" e usam uma linguagem que ninguem consegue entender, só o pastor ou algum "iluminado", tem a dádiva de interpretar e outras, ja estão admitindo as seções de descarrêgo, passes maravilhosos, e tudo aquilo que a Umbanda dos nossos Índios, já fazem há centenas de anos atrás, ou milhares.

Estas igrejas imensas, templos grandiosos, vivem repletos do espirito santo; Os anjos descem em "legiões" e carregam para o inferno as forças demoníacas.

Não todos, mas boa parte para manterem seus privilégios, uma dose muito grande de fanatismo, ou total desinformação, caem de pauladas nas "tendinhas" de umbanda (pobrezinha da umbanda), quem vai defendê-la dos ataques destes imitadores boa parte impostores ou aproveitadores?

Bem verdade, é que boa parte destas "seitas", as que mais enriquecem, utilizam a matéria prima garimpada nos centros de umbanda, ou "casas de encôsto", é como eles apelidaram os centros espíritas umbandistas.

Ora, se quase toda doença é de fundo psicologico, é de origem espiritual, nada como o velho e bom caboclo "arranca tôco", ou o "sete encruza", disfarçado, de terno e gravata, para fazer a limpeza psíquica, ou retirada de "larvas".

O resto fica por conta da fé e do aparente status social.


Mas tudo isto é muito bom, e louvado seja Deus! Queria mil templos evangélicos na minha cidade, ao invés de uma "boca de fumo".

Minha cidade seria melhor desde que, com honestidade e muita humildade, estes dignos representantes de Cristo na terra, respeitassem a crença alheia.

A paz do senhor, irmão!


Às mães de santo do Brasil,

E à mão abençoada das benzedeiras de Minas Gerais!

Joao das Flores http://www.macacosecolibris.com/perfil.php

domingo, 19 de julho de 2009

As agressões que ignoramos


Muitas vezes, somos vítimas de agressões que nem sempre nos damos conta e que com muita freqüência acontecem entre pais e filhos, famílias, casais, pessoas que se amam, enfim, nas relações cotidianas. Muitas delas nos causam culpa, doenças, conflitos. Parece ser difícil perceber essas agressões e, principalmente, os ferimentos que causam, pois em geral só é enfatizada a violência física e explícita. As agressões silenciosas nem sempre deixam marcas externas, físicas e visíveis, mas conseguem deixar marcas eternas.

Muita violência velada é transmitida pelas famílias nas entrelinhas da comunicação diária, mediante conselhos, avisos e cuidados que nos impedem de entrar em contato conosco e com nossas necessidades. Quantas famílias, ainda nos dias de hoje, ensinam que sentir e expressar sentimentos é sinal de fraqueza? Quantas vezes não fomos ou somos comparados com o irmão que é mais inteligente e que tira as melhores notas? Ou ainda, as críticas sob o legado, que são construtivas e para nosso bem? Que bem é esse que nos lembra a todo o momento que tudo que fazemos é errado? Por que é tão difícil elogiar o outro, valorizando o que faz de bom? Talvez por que irá percebê-lo como melhor? É mais fácil e tão somente, criticar?

Quantas pessoas não percebem que continuamente agridem do mesmo modo que foram agredidas? E quantas outras não permitem ser agredidas mesmo adultas? Quantas pessoas por medo permanecem acorrentadas, sem motivação interior para mudar, preferindo o comodismo, conformismo, aceitação, ainda que isso traga muito mais sofrimento que a mudança em si? Por que as pessoas esquecem que ao nascer todos trazemos dentro de nós a potencialidade para ser feliz e viver em paz? O controle e as manipulações estão presentes para dominar as emoções do outro e, inconscientemente, limitar seu crescimento.

Será que as pessoas são conscientes do quanto foram ou são vítimas da agressividade silenciosa ou o quanto reproduzem essa mesma agressividade sem se darem conta? Digo vítimas, pois constantemente são feitas com crianças. Será que o agressivo percebe quanto destrói a si mesmo e todos que estão à sua volta? Muitas vezes são pessoas tão destruídas por dentro que nem se dão conta da própria dor ou agressividade, ignorando esses comportamentos por considerá-los normais.

As agressões silenciosas são sutis e nem sempre são fáceis de serem percebidas, e por isso, perigosas. Muitas vezes são simples gestos, olhares, que reprovam, censuram, julgam. Em muitos casos, podem gerar doenças e quase sempre aquele que adoece num grupo familiar, inconscientemente, revela a doença latente do próprio grupo, sendo freqüentemente aquele que procura ajuda, não por ser o mais doente, como muitos acreditam, mas sim o mais sensível. O perigo é reforçado pelo aspecto repetitivo das atitudes agressivas, fazendo com que os envolvidos se acostumem com tais atitudes, podendo ser consideradas normais tanto por quem faz como por quem as recebe. Muitas pessoas mantêm relacionamentos afetivos mesmo quando não há respeito, carinho, afeto, com total desinteresse pelo que faz e, principalmente, pelo que sente; da mesma maneira que foram tratadas durante suas vidas e acabaram se acostumando a essa realidade. Não conseguindo identificar a origem, os padrões se repetem, pois nem sempre há a consciência da agressão recebida. O que pode levar ao outro extremo, sentir-se agredido mesmo que não tenha sido, interpretando erroneamente alguns fatos e agindo também de modo agressivo.


Um exemplo muito simples é quando se referem a alguém como coitado, isso pode gerar um sentimento de alguém como incapaz de se defender. Ou ainda, quando ouvimos: fiz por você, ou não me separei por você. A princípio pode parecer uma frase de alguém preocupado com nosso bem-estar, uma aparente valorização, mas na verdade, revela uma provocação para que se sinta culpado, como se fosse: veja como me sacrifico por você. Ou quando foi fazer um desabafo e foi julgado em seus sentimentos, como se sentiu? Uma pessoa constantemente desvalorizada em tudo que faz, pensa ou sente, tratada com indiferença, desprezo, dificilmente acreditará em si mesma. E isso não é uma agressão silenciosa?

Há muitos outros exemplos, basta lembrarmos com atenção frases que ouvimos, gestos que observamos, perguntas ou comentários que nos constrangem ou nos induzem a não reagir ou nos defendermos. Tudo aquilo que nos fere, nos agride, ainda que não seja pela violência explícita, com tapas e berros, pode ser considerada uma agressão silenciosa.

Passe um filme mentalmente sobre sua vida e perceba quantas agressões silenciosas não gritam ainda hoje, talvez depois de anos, dentro de você. Perceba quantas vezes se sentiu agredido e por não reconhecer esse fato, ainda se permite ser. O conhecimento dessas agressões pode ser muito doloroso, mas não será mais doloroso e destrutivo manter esses padrões? Só identificando seu sofrimento poderá buscar soluções e mudar aquilo que acredita ser necessário mudar. A dor será muito menor do que continuar ignorando as agressões que viveu, ou ainda, se permite viver.


Rosemeire Zago é psicóloga clínica, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Desenvolve o autoconhecimento através de técnicas de relaxamento, interpretação de sonhos, importância das coincidências significativas, mensagens e sinais na vida de cada um, promovendo também o reencontro com a criança interior.

A capacidade de se auto-sustentar


A paz interior é um estado de equilíbrio que surge quando nossas forças ativadoras e nossa capacidade de relaxar estão em harmonia. Isto é, quando estamos sintonizados tanto com a nossa força de combate, como com a nossa capacidade de entrega.
Mas, em geral, permanecemos alertas até mesmo quando já podemos relaxar. É como se, ao afrouxarmos o controle sobre nós mesmos, alguma coisa ruim pudesse ocorrer.

Intuitivamente, buscamos sempre saídas que nos levam a uma qualidade de vida melhor. Isto é, com menos pressão e mais abertura, pois sabemos que ficar presos por nossa própria atitude interior é um modo de vida limitador.
No entanto, se não estivermos familiarizados com a capacidade de nos sustentarmos, estaremos constantemente buscando nos amparar fora de nós.

Mas, o que nos proporciona essa sensação de poder relaxar em nosso solo interior com confiança e soltura?
A capacidade de auto-sustentação surge à medida que nos sentimos disponíveis para nós mesmos: estamos à vontade exatamente com quem somos.

Quando paramos de nos defender de nós mesmos, naturalmente nos tornamos boa companhia.
Esta amizade interior não ocorre apenas no nível do pensamento, como se pudéssemos simplesmente dar uma ordem interna: seja amigo de você mesmo, aprenda a se bastar!.

A auto-sustentação não surge porque nos demos uma ordem, mas sim porque nos abrimos para nós nos recebermos tal qual como somos.
Auto-sustentação não quer dizer estar desconectado de qualquer fonte de nutrição e contar apenas com seus recursos.
È exatamente ao contrário!

Ela surge quando superamos o condicionamento de que somos seres solitários. Em outras palavras, auto-sustentar-se não quer dizer ser só eu, por mim mesmo, mas sim, em ser si mesmo no todo.
Este é um processo profundo, que requer um treinamento mental capaz de nos ajudar a desconstruir nossos hábitos mentais negativos.

No budismo, esse treinamento ocorre por meio dos ensinamentos (do Dharma) e da meditação: ambos nos ajudam a abandonar uma falsa visão sobre nós mesmos e a nos familiarizarmos com nossa natureza inata de uma mente saudável.

Independente do método que você possa encontrar, o que eu quero é alertar para a nossa necessidade de nos oferecer um modo de vida mais próspero e abundante.
Observo que muitas vezes já não lançamos mão de recursos externos porque estamos exageradamente presos à idéia de nos tornarmos emocionalmente autônomos. Não queremos ajuda!

Por isso, gostaria de ressaltar a diferença entre nos ampararmos nos outros e nos deixarmos ser por eles nutridos e inspirados.

Por exemplo, quando usamos uma bengala. Ela nos serve de apoio ou de estímulo? A força está na bengala em que nos apoiamos ou na nossa capacidade de usá-la?

Quando nos amparamos na força alheia, temos a intenção de que o outro faça esforço por nós, mas quando vemos os outros como fonte de nutrição e estímulo, temos plena consciência de que o esforço é nosso.

Por isso, apesar de ninguém poder de fato nos poupar da parte que nos toca, podemos receber toda a ajuda necessária sempre que ela estiver disponível!

Pequenas atitudes que estimulem positivamente nossos cinco sentidos também são sempre bem-vindas: boa música, um aroma agradável no ar, algo de saboroso para comer, um banho quente ou um creme para nos massagear e contemplar imagens que nos dão prazer pode ser de grande valia. Quando estamos desanimados ou tristes, nosso corpo precisa ser bem tratado, pois, afinal de contas, é ele que nos dá a base para nossa mente relaxar!

Bel Cesar é terapeuta e dedica-se ao atendimento de pacientes que enfrentam o processo da morte.
Autora dos livros Viagem Interior ao Tibete, Morrer não se improvisa, O livro das Emoções e Mania de sofrer pela editora Gaia.

Envelhecimento e auto-estima


Em tempos idos, em alguns países da Europa Oriental, havia um costume onde a partir de uma determinada idade os filhos adultos levavam os pais para um lugar longe de casa e os abandonavam à sua própria sorte para esperar a morte. A razão que originou tal costume era que os pais, já idosos e doentes, seriam um estorvo para os jovens que tinham de lutar por sua sobrevivência. Um dia, um filho chegou junto ao pai e levou-o embora. Ao chegarem ao lugar em que deveria ser abandonado, o pai abriu sua arca de madeira carcomida pelo tempo, e de lá tirou um bastão de ferro e um manto de lã de carneiro e os entregou ao filho. Estranhando os inusitados presentes, o filho perguntou ao pai do que se tratava, ao que o pai respondeu: “o bastão é para quando tu fores velho como eu e teu filho vier te trazer para ficares abandonado, tu o uses para manter afastados os animais que virão te acossar. E o manto, para que não sofras tanto frio até a hora da tua morte”. O filho, ao refletir sobre a situação, tomou o pai pelo braço e conduziu-o de volta para morrer em casa.

Em nossa sociedade, tenho observado duas situações interessantes que fazem com que não sejamos muito diferentes da sociedade daqueles países distantes. A primeira situação é aquela em que alguns jovens se mantêm ligados aos pais, casados ou solteiros, até uma idade bastante madura, usufruindo de sua ajuda financeira, moradia e outros confortos que não conseguiram criar para si mesmos, submetendo os pais em muitos casos a um esforço adicional e sacrifícios fora de época e lugar. Alguns filhos permanecem confortavelmente nessa situação até que os pais morram e eles continuem desfrutando dos bens que os pais conseguiram construir e deixar. A outra situação é aquela em que os jovens se casam, saem de casa e vão lutar pela sobrevivência, voltando sua atenção inteiramente para si e suas novas famílias. Sem tempo para oferecer aos seus velhos uma maior atenção, em determinado ponto eles são encaminhados para um asilo ou hotel de idosos e lá permanecem esquecidos esperando a morte, muitas vezes anos a fio. Os avanços da medicina e a mudança de paradigmas e estilos de vida em nossa sociedade estão aumentando o tempo de vida útil da humanidade de maneira drástica. Um avô de 55 anos dos anos 50, aquela figura idosa com bigode branco, de pijama e chinelos sentado numa cadeira de balanço ouvindo rádio, transformou-se num galã de cabelos nem sempre grisalhos, quem sabe já enfrentou uma plástica facial, e seja praticante de um esporte radical, ou costume freqüentar aquela discoteca do momento.

Sabemos que o envelhecimento é inevitável, pois começamos a envelhecer a partir do momento em que nascemos. Como ninguém aprecia ver que o tempo está passando não só para os outros mas também para si, e o espelho em dado momento começa a mostrar coisas que não gostamos de ver, a sociedade foi criando expressões com mecanismos que burlem psicologicamente esse processo, tais como: “terceira idade”, “melhor idade”, “maior idade”, não importa a expressão, o que se busca é amenizar os efeitos do tempo sobre nossa mente. O ponto a ser enfatizado é: não importa se estamos envelhecendo, nem mais cedo, nem mais tarde. O conceito de “terceira idade”, que se aplicava aos 50 anos, agora já passou a ser aplicado após os 60. Com certeza, dentro de mais alguns anos será aplicado após os 70 e a vida média se estenderá aos 100 anos. Peter Drucker um dos maiores consultores de administração continua ativo após os 90 anos, em plena produção mental, com o dobro da experiência de um consultor de 40 anos. Lasar Segal, aos 90 anos praticava o violoncelo de 4 a 6 horas por dia apenas para – em suas palavras - “sentir que estaria apresentando melhores concertos”. Como esses, Mandella, Roberto Marinho já falecido, e tantos outros nomes que continuaram ou continuam ativos muito tempo depois de terem entrado na “terceira idade”, são prova viva de que muita gente nunca se permitirá ser classificada ou engessada num conceito por causa da idade cronológica, pois a idade que temos é aquela que nos damos, ou a idade que sentimos que temos e que, como a auto-estima, está em cada um de nós.

Ao seu sucesso!!

Wilson Meiler é Psicanalista Didata e Clínico, Palestrante Motivacional e autor de vários livros sobre o Sucesso, Motivação e Auto-estima com cinco livros, dois bestsellers, possui vinte e Cinco anos de experiência em Marketing, Recursos Humanos e Operações Internacionais, em 22 países das três Américas, Europa e Oriente. Os notáveis resultados obtidos em sua carreira como Coach, têm feito de Wilson Meiler uma referência nacional em Coaching Executivo.

sábado, 11 de julho de 2009

Uma alma que chora


Quando um relacionamento termina os questionamentos são muitos. Nossa cabeça quer respostas e buscamos encontrar um culpado, alguém que se responsabilize por toda dor que sentimos. Nos perguntamos se erramos, onde erramos, onde nos perdemos. Olhamos para os lados e só encontramos um vazio, olhamos para dentro de nós mesmos e só encontramos dor.

Como conseguimos nos machucar tanto? Nos machucamos ao permitir que colocassem uma faca onde já existia uma ferida e, assim, não a deixamos cicatrizar, pois cada vez que pára de sangrar, recomeçamos a mexer na ferida, muitas vezes sem percebermos, e quando nos damos conta, já está sangrando novamente. E como dói! Por que insistimos tanto naquilo que nos faz mal, nos faz sofrer?


Será que nosso sofrimento não se torna tão intenso por negarmos a realidade dos fatos? No que realmente acreditamos, enquanto o relacionamento durou? Na pessoa como ela é ou naquilo que gostaríamos que ela fosse? Acreditamos no outro como ele se apresenta, ou na imagem que idealizamos que ele seja? Por que insistimos em mudar o que, ou quem, não quer ser mudado? Talvez a resposta seja que devemos enfrentar e aceitar a realidade dos fatos e não a realidade que gostaríamos que existisse. Sofremos não pela realidade em si, mas pela busca de nossa verdade. Ficamos esperando que o outro mude e quanto mais esperamos, menos reagimos e mais sofremos; adiando cada vez mais nossa capacidade em nos reconstruir; esperando que quem foi embora, volte para nos salvar.

Os motivos que nos fazem entrar em relacionamentos que acabam deixando muita dor podem ser muitos, e depois que estamos envolvidos emocionalmente, mais difícil ainda se torna sair dele ou aceitar seu fim. Enquanto se está junto de alguém é muito comum cedermos em valores que são importantes para nós e aos poucos, eles vão se somando, até que não conseguimos mais suportar conviver com quem se tornou um total desconhecido: nós mesmos! Pois chegamos em um ponto, que nem sabemos mais quem somos. Nos perdemos aos poucos e perdemos também quem amamos.

Somos abandonados porque muito antes disso, nos abandonamos na mesma proporção.

Quando esquecemos de nós mesmos, nos desvalorizamos, deixamos de nos cuidar, entre muitos motivos, por estarmos muito ocupados em fazer o outro feliz. É quando a outra pessoa faz exatamente o mesmo com nós, cuida de si mesma como se não existíssemos. Aos poucos e com o tempo, vamos perdendo a beleza, o brilho, a luz, a energia, a vontade, a conexão com nossos sentimentos e, principalmente, com nossa voz interior.

Quantos sinais recebemos que não daria certo, e sequer ouvimos? Nosso verdadeiro eu começa a ficar tão distante, que não conseguimos mais distinguir o certo do errado, o caminho a ser seguido e acreditamos estar sofrendo porque o outro nos deixou. Será que ficamos sem chão, sem ar, com o coração sangrando, a alma dilacerada, por que o outro foi embora ou por que perdemos a conexão com nós mesmos, quando aos poucos, fomos nos abandonando? Será que nosso sofrimento é mesmo por que o outro foi embora ou é nossa alma que chora há tempos pela nossa própria ausência?


Não podemos negar que uma separação dói e muito, mas a intensidade e a duração do nosso sofrimento, se é que podemos medir sofrimento, perdura de acordo com o tempo que levamos para nos aproximarmos de quem somos. Muitas pessoas entram em depressão.

A tristeza é tanta, que se torna crônica. Ficam deprimidas exatamente pela negação da realidade e sua dificuldade em enfrentarem sua própria verdade. A depressão nada mais é do que um convite para a reflexão, uma oportunidade de mergulharmos em nosso interior, já dizia Jung. Sofremos, mais do que o necessário, porque nos abandonamos, nos negligenciamos, nos perdemos de nós mesmos. E choramos pelo outro quando, na verdade, devíamos estar chorando por nós mesmos, e principalmente, pelo que permitimos que fizessem com aquilo que damos o nome de amor!

Demos tudo! Carinho, colo, ombro, respeito, verdade, amizade, cumplicidade, sinceridade, fidelidade, e tudo mais que um ser humano quando ama é capaz de doar. E o que recebemos? Desprezo, mentira, abandono, traição e tudo aquilo que dói em nosso coração. Amar é isso? Não, amar não é sofrer, se sofremos pode ser aquilo que insistimos em chamar de amor, ou o que pensamos que era amor, mas com certeza não é amor. Mas o que é então? É nossa necessidade em sermos amados, aceitos, aprovados, reconhecidos. É uma enorme necessidade que o nosso vazio seja preenchido com aquilo que não nos sentimos capazes de nos dar.

É uma carência da ausência, antes de tudo, de nós mesmos.


Quando sentimos dor é porque de alguma forma resistimos às mudanças, preferimos amar o outro, mesmo que tenha nos deixado, a ter que amar a nós mesmos e assim, sofremos. Se não podemos modificar alguém, nem torná-lo naquilo que gostaríamos, por que não começamos as mudanças dentro de nós? Por que continuar querendo se aproximar de quem se foi e se manter tão distante de si mesmo? Por que ficar esperando pelo amor do outro, quando há tanto amor dentro de si? Será que esse não é o momento de descobrir suas próprias verdades, satisfazer suas próprias necessidades, ouvir seu próprio coração e deixar que ele fale o que significa realmente amar?


Rosemeire Zago é psicóloga clínica, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Desenvolve o autoconhecimento através de técnicas de relaxamento, interpretação de sonhos, importância das coincidências significativas, mensagens e sinais na vida de cada um, promovendo também o reencontro com a criança interior.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mente limpa, coração aberto, espírito puro - Falando de obsessões


Mente limpa, coração aberto, espírito puro Essas seriam as condições ideais, os repelentes mais eficientes no combate as obsessões, sejam elas do plano mental/emocional ou espiritual.

Por essa ótica podemos compreender que ninguém está imune a esse tipo de influência negativa, afinal mente limpa, coração aberto e espírito puro não é um estado de consciência que seja fácil de se conquistar, mesmo para as almas mais evoluídas.

Esse comentário é necessário apenas para tentar simplificar esse tema tantas vezes debatido e imensamente pesquisado. Precisamos facilitar essa visão e compreender de forma mais profunda, em uma visão de contexto mais ampla.

Quando compreendermos os mecanismos da obsessão, estaremos a um passo da conquista da tão sonhada, debatida ou falada: Proteção Espiritual. Por isso, antes de aprofundarmos o conteúdo, vamos propor uma observação; a mente confusa, o coração fechado e o espírito impuro são imãs que atraem processos obsessivos, de toda ordem. Logo, toda obsessão indica falha em nosso padrão vibratório, que é resultante do universo de pensamentos, sentimentos e emoções.

Assim sendo, precisamos parar, refletir e olhar com novos "olhos" para todos os casos de obsessão. Não existem vítimas! Não existem vilões! Apenas atração magnética entre obsessor e obsidiado.

Nesse sentido, vamos tentar de forma rápida, refletir sobre o que é realmente uma pessoa espiritualizada.

Uma pessoa espiritualizada é alguém com a consciência expandida, principalmente dotada da capacidade de equilibrar suas emoções, evitando confusões ou conflitos. Engano nosso nos considerarmos evoluídos porque já deciframos o Tao Te Ching, interpretamos o Bagavad Ghita ou decoramos a Bíblia Sagrada. Nenhuma dessas obras divinas terão seus propósitos alcançados se suas mensagens não conseguirem nos levar a maiores níveis de compreensão de nossa existência, e, principalmente a maior capacidade de equilíbrio emocional.

Parece até estranho dizer, mas uma pessoa evoluída espiritualmente é alguém que domina suas inferioridades, torna-se equilibrada em suas emoções e consciente da missão de sua alma. Em resumo: é o indivíduo paciente, ponderado, que não julga, que sabe perdoar, que ajuda ao próximo, que não se fascina no mundo material, que faz sua parte para ajudar o Planeta a evoluir.

Esse estado pode sim ser conquistado em uma igreja, templo, centro, etc. Todavia pode ser alcançado de forma autodidata, no contato com a natureza, na oração, na meditação.

Nosso maior objetivo nesse texto é estimular que você possa ter aprendizados práticos na sua vida sobre essa questão. Poderíamos ficar definindo, exemplificando, explicando e até filosofando, contudo nossa meta é o aprendizado real e na realidade dos fatos, a vida, a física, os Grandes Mestres e tantas outras fontes nos mostram que: "semelhante atrai semelhante".

A sugestão é que sempre que a obsessão atingir alguém ao seu redor ou a você mesmo, que você não tenha foco apenas em "exterminar" o obsessor a todo custo. É importante que você compreenda o que em você o atrai. O que em você o aproxima? Quais afinidades existem entre você e ele (obsessor)?

O maior aprendizado e a maior evolução teremos quando ignorarmos culpados, vilões, vítimas ou algozes. É preciso nos concentrarmos em nós, em um sentido profundo de reflexão consciente para detectarmos nossas falhas e melhorarmos nossa sintonia a cada dia.

Lembre-se: mente limpa, coração aberto e espírito puro não atraem obsessões. Portanto, as influências perniciosas são geradas por impurezas de nossas almas, inegavelmente. Por essa visão podemos concluir: A obsessão é o indicador que avisa a necessidade latente de evolução.


Bruno J.Gimenes é escritor autor de 3 livros. Criador da Fitoenergética, palestrante, mestre de Reiki, Karuna Reiki e Sechim(Cura Egípcia).É graduado em Química industrial e Black Belt em Seix Sigma É co-fundador do Portal Luz da Serra.