quinta-feira, 22 de abril de 2010
Budismo e Psicanálise: Um caminho possível?
A dor que não vai embora
Quem já não se pegou dizendo: Não acredito que isso ainda me vulnerabiliza... já devia ter superado essa dor!
Quando dizemos que não aguentamos mais sofrer, estamos à beira de mudar. Mas, para nos libertarmos da dor que resta, há algo que ainda temos de fazer: permitir sua existência para que ela depois se vá.
A dor que não vai embora é aquela que não foi sentida, vista e reconhecida. Aquilo que dói revela em nós algo que não gostamos de olhar: não termos sido vistos da maneira que gostaríamos. Nem pelos outros, nem por nós mesmos!
A dor que não vai embora clama por atenção e empatia e, por isso, cresce diante de críticas e julgamentos. Para nos aproximarmos dela, teremos que deixar de lado o desejo de justiça dirigido ao passado e olhar para frente. Se continuarmos a carregar as mágoas do passado, estaremos fadados a reencontrá-las no presente ou no futuro.
Mas simplesmente racionalizar a dor não a faz partir. Pois há um certo caráter emocional que a nutre e a faz crescer. Teremos, então, que usar de método afetivo: amar a dor.
Não se trata de ter uma atitude masoquista, mas, sim, de aceitá-la. Ao reconhecermos nossa indignação diante da própria dor, estaremos mais próximos de nossa verdadeira condição interior.
Como diz Naomi Remen, em seu livro As bênçãos de meu avô: A dor que não é sofrida transforma-se numa barreira entre nós e a vida. Quando não sofremos a dor, uma parte nossa fica presa ao passado.
Muitas vezes, tememos entrar em contato com certas lembranças que nos fazem sofrer. No entanto, a resistência à dor mostra-se maior do que a sensação original. Temos medo de sentir e de sermos destruídos por ela, mas é ao senti-la que ela se dissolve.
O convite deste texto é lembrar que podemos penetrar na dor e sair dela melhor do que estávamos!
Cabe ressaltar que esta proposta de penetrar na dor não se refere a algo como mergulhar num precipício, mas, sim, de sentir a dor apenas para superar os preconceitos e resistências em relação a ela. Cada um, a seu tempo, sabe como fazê-lo para não se perder na dor outra vez. Para tanto, há um método a seguir: contornar a dor até que você esteja pronto para encontrá-la.
Assim, podemos rodear a dor, como os antigos footings, aos domingos nas cidades do interior, onde os rapazes e moças se cortejavam dando voltas na praça em direções opostas e só quando, então, estavam prontos para se aproximar é que sentavam nos bancos para se conhecer melhor. Como disse uma tia minha, a segunda volta era uma grande emoção, pois nela estava a chance da confirmação do encontro de olhares...
A cada volta, nos aproximamos mais de nossa meta. Aprimoramos nosso olhar. Suavizamos as angústias que surgem antes de entrar em contato direto com nosso alvo.
Quando estamos calmos, aproximamos-nos naturalmente nos aproximamos do centro, pois as barreiras de defesa, que criavam os contornos à sua volta já não serão mais tão sólidas. Menos resistentes, já não tememos tanto o que antes parecia tão ameaçador. Quando compreendemos a dor, não estamos mais à mercê dela. Podemos nos libertar da dor à medida que recebemos a mensagem que ela queria nos dar.
Um ditado budista diz: Não se apegue, nem rejeite, então tudo será claro. Podemos penetrar na dor sem nela nos perdermos. A idéia é poder tocá-la com uma atitude amorosa. Por isso, se ao sentir a dor começarem os discursos mentais de revolta a seu respeito, é hora de sair dela novamente. E de darmos mais voltas em torno da praça para deixar espairecer a ansiedade, esvaziar os excessos e criar coragem novamente.
Uma vez que nos aproximamos afetivamente de nossa dor, estranhamente, deixamos que ela parta.
sábado, 17 de abril de 2010
Cuidado com a energia sexual
O objetivo desse artigo não é julgar moralmente o praticante do sexo casual ou adeptos das demais modalidades sexuais ditas não "convencionais", mas resgatar do milenar ensinamento filosófico-religioso taoísta da China antiga, do também milenar conhecimento tântrico indiano e do secular espiritismo, algumas informações e tópicos que sejam compatíveis com o tema escolhido para o texto. É o que veremos a seguir.
O sexo, admirável fonte de felicidade e prazer, devido ao fácil apego que gera, sempre foi causa também de sofrimentos e deturpações. Prostituição e exploração sexual existem desde tempos imemoriais, mas atualmente adquiriram uma dimensão tal que o sexo, associado à propaganda, estimulado pela mídia e incentivado como uma maneira de viver, desviou-se totalmente da fonte de alegria e prazer que sempre foi.
A banalização do sexo veio como consequência da banalização do amor. Não deveria haver problemas ou proibições religiosas, exigências de celibato ou cobranças de fidelidade, mas como se perdeu a noção do que seja o amor e esse foi substituído pelo apego, gerando ciúmes, vinganças e desejos irrefreados de repetição do prazer sexual, o sexo acabou se tornando um problema a ser enfrentado e combatido.
SEXO, PERMUTA DE ENERGIAS
Sempre que corpos se unem num beijo, num abraço ou até num simples toque, ocorre uma troca de energias. Se a união é sensual, num beijo ou num ato sexual, a liberação energético-informativa hormonal que ocorre, estimula todas as células do corpo e torna a transferência energética muito mais intensa. A relação sexual é uma troca íntima de fluidos vitais, hormônios e energia sutil. O clímax, no orgasmo, é o ápice na formação de um vínculo energético entre os parceiros. Cria-se, então, uma memória energética celular comum, um evento que liga permanentemente os dois parceiros.
Desse ponto de vista não há sexo seguro, pois sempre há troca e vínculo energéticos que fazem com que o(a) parceiro(a) permaneça em nós. Dessa forma, como dentro da experiência sexual há uma troca química, hormonal e energética profunda, se o ato sexual é efetuado com pessoas fora de sintonia com a nossa frequência pessoal, todo o "lixo" daquela pessoa virá para desarmonizar a nossa vibração.
SEXO E AMOR
Toda vez que determinada pessoa convida outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo nesse sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais em regime de reciprocidade. Podemos questionar: Sem amor, por que querer nos ligar a alguém que pouco ou nada conhecemos?
O verdadeiro amor não é possessivo e não busca incessantemente o sexo, pois por si só já é desapegado e fonte inesgotável de prazer. Porém, atualmente, quando se fala de amor, fala-se de satisfação de carências do ego. Ama-se com o cérebro e não com o coração.
Ser atraente sexualmente e "livre" é a moda atual e vive-se em busca de valores sensoriais. Na falta de uma maneira mais profunda de se viver, mergulha-se no prazer dos sentidos como uma fuga, e o sexo é o maior desses prazeres. A sexualidade que deveria ser uma ponte em níveis mais elevados de consciência, perde-se no instinto e no apego sensorial, e erra o alvo correto que deveria ser a espiritualidade e a ligação espiritual/amorosa entre dois seres.
SEXO, FREUD E A MÍDIA
Desde o advento da psicanálise, com Sigmund Freud, o homem descobriu que entre os processos psicológicos havia uma interpenetração de fatores sexuais. Freud, entretanto, atribuía a esses fatores sexuais as causas dos processos psicopatológicos. O seu trabalho foi importante porque mostrou como o fator sexual pode entrar no homem, manipulando-o a vontade para fazer dele um indivíduo melhor, pela psicoterapia.
No entanto, como todo conhecimento humano é bem e mal utilizado, a grande onda de sensualismo que a mídia nos impõe, vem dessa manipulação. O interesse não é outro senão ganhar dinheiro e criar postos de poder, pois utilizam-se para isso, pontos da fraqueza humana que foram descobertos com finalidades terapêuticas para induzir o indivíduo à dependência psíquica, infelizmente. Como fizeram com a pólvora - inventada para fins úteis - em guerras, fizeram dos conhecimentos da sexualidade nos mecanismos psicológicos de Freud, máquinas de ganhar dinheiro e poder, usando manipulação e dependência.
SEXO E (AUTO)RESPONSABILIDADE
Se não dominarmos nossos impulsos sexuais, poderemos ser prejudicados pelas amarras cármicas por onde fluem sentimentos entre as pessoas conectadas pelas relações sexuais. Por exemplo, se dormirmos com uma pessoa mal humorada, com crises de depressão, ou com muita raiva, passamos a vivenciar essas pesadas emoções de nosso(a) parceiro(a). Muitas vezes, inclusive, começamos a apresentar o mesmo comportamento daquele(a)...
Seria mais inteligente de nossa parte escolher com cuidado nossos(as) parceiros(as). O estado emocional que experenciarmos na hora da relação, será o que iremos implantar em nossos(as) companheiros(as). Antes de nos envolvermos com alguém, devemos ponderar amorosamente o que isso vai gerar na outra pessoa e em nós mesmos. Por isso, conhecer o caráter dessa pessoa, torna-se importante em toda relação de entrega íntima.
Sexo é espírito e vida a serviço da felicidade e da harmonia do universo. Consequentemente, reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse. Por isso mesmo, o indivíduo precisa e deve saber o que fazer com com a sua energia sexual, observando como, com quem e para quem se utiliza de tais recursos, entendendo-se que todos os compromissos na vida sexual estão igualmente subordinados à Lei de Causa e Efeito; e, segundo esse exato princípio, de tudo o que dermos a outrem no mundo afetivo, outrem também nos dará.
CONCLUSÃO
Sem "fórmulas prontas" a respeito do comportamento sexual humano, o que na verdade não existe, deixemos que Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, conclua com a sensibilidade e a visão dos grandes mestres: "Diante do sexo não nos achamos à frente de um despenhadeiro para as trevas, mas perante a fonte viva das energias em que a sabedoria do universo situou o laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais mais intensos para a execução das tarefas que escolhemos, em regime de colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do aperfeiçoamento entre os homens".
Deixe que digam, que pensem...
"Pare de escutar as críticas dos outros e comece a dar ouvidos à sua voz interior. Ela, sim, fará você ser feliz de verdade".
Diante de uma crítica qualquer, muita gente se sente diminuída, ofendida, com a autoestima abalada. Aliás, você já reparou que vários elogios podem ser anulados por uma única crítica? Você pode até ser bajulada a todo momento... Mas basta alguém chegar e dizer que você deveria ser assim ou assado que tudo muda - mesmo que a pessoa diga isso de maneira delicada. Aquilo bate forte dentro do peito. Nossa, em situações como essa a gente fica totalmente desconcertada! E, automaticamente, adotamos uma postura defensiva.
É... os seres humanos são muito vulneráveis! Só de imaginar que vai ser criticada, você já muda a maneira de agir, já deixa de fazer as coisas como queria, não se coloca na vida como gostaria... E mais: tem gente que gasta uma vida inteira adotando posturas e atitudes falsas para evitar críticas. Então, preste atenção! Mesmo que você abra mão de ser espontânea para assumir diferentes modelos, jamais agradará a todos. Isso é impossível! E mais: você sempre será criticada por algum motivo.
Quero que você perceba que as críticas não terão esse efeito arrasador se você não der importância a elas. Isso mesmo! Se as pessoas fossem um pouco mais inteligentes, não escutariam crítica alguma. Ou escutariam, mas com muita reserva: "Fulano me disse tal coisa? Será que é verdade? É melhor eu verificar se o que ele disse faz sentido". Você deve tirar conclusões com base na sua própria observação. E o detalhe: sempre com a mente lúcida e tranquila, e com os pés firmes no chão.
O problema de receber críticas é quando a gente dá muito crédito à opinião dos outros. O que isso significa? Que você sempre se coloca em segundo plano.
Desde pequenina, dá o lugar aos outros (não importa se está muito cansada), não machuca os outros (não importa quais sejam seus sentimentos)... Tudo é para os outros. O outro vai entrando de tal maneira em nós mesmos que temos um departamento na nossa cabeça que se chama "Os Outros". Pode não haver ninguém controlando suas atitudes, mas você já está se justificando, dando satisfações. Que horror!
Você? Ah, você está sempre em segundo plano, vai ficando lá no fundinho. E é por isso que as críticas magoam tanto seu coração. O segredo é um só: ponha-se sempre em primeiro lugar. Não estou estimulando o egoísmo, mas a autovalorização e a autoestima. Quero que as pessoas deem importância aos próprios dons e escutem os próprios sentimentos e emoções.
Acredite! O sucesso vem quando a gente deixa de ligar para as opiniões dos outros. Se você cair na loucura de ouvir o mundo para se orientar, vai acabar se arrebentando. E essas pessoas que você tanto considera serão justamente as primeiras a lhe desprezar, a largar você no meio do caminho. Porque a lei é essa: você só pode dar valor a quem tem valor.
Por Luiz Antonio Gasparetto
Vergonha do passado refletindo na auto-estima
Vou detalhar como é que estes sentimentos baixam a nossa auto-estima.
Pare e pense nesse momento, se sua vida fosse completamente aberta e exposta, o que o deixaria envergonhado? Que eventos do passado você não desejaria que outras pessoas soubessem (amigos, pais, marido, mulher, filhos, sociedade em geral)?
A vergonha pode estar associada a coisas que você fez ou a eventos onde você foi a vítima. Pessoas que passaram por abuso físico, sexual ou moral normalmente vão sentir muita vergonha do que ocorreu.
Eventos que podem parecer bobagem para uns, tornam-se motivo de grande vergonha para outros. Outro dia estava fazendo *EFT (técnica para autolimpeza emocional, veja como receber um manual gratuito no final do artigo) online em um cliente que havia perdido parte da memória depois de um acidente. Já havia se passado vários anos do acidente, e ele escondia o fato de que não lembrava de muitas coisas do passado pra família e pessoas do trabalho. Quando os familiares começavam a relatar eventos do passado, ele simplesmente fingia lembrar. Se sentia envergonhado, com menos capacidade, medo que os outros o vissem como uma pessoa menos competente do que era antes. Cada um terá os seus motivos específicos para se sentir envergonhado.
Depois de descobrir os eventos que você sente vergonha, você pode tratar o sentimento com a EFT, para se sentir em paz. Faça um exercício mental: imagine que todo mundo descobriu, ou uma pessoa em particular, o que você jamais desejaria que soubessem. Se pergunte a você mesmo: Porque eu sinto vergonha? O que me dá mais vergonha? De quem eu sinto mais vergonha? Sinta tudo que virá à tona, todos os sentimentos e respostas. Com isso você terá um conteúdo emocional a ser trabalhado.
Aplique EFT de forma persistente para todo tipo de sentimento que surgir, até que você consiga se sentir em paz, mesmo pensando na possibilidade de ser descoberto, até que você tenha se perdoado totalmente e não sinta mais vergonha do que ocorreu.
Aplico sempre esse procedimento quando estou tratando alguém e os resultados são muito bons. Lembrando que não é necessário expor pra todo mundo o que ocorreu, é apenas um exercício para simular essa possibilidade que é um medo inconsciente.
Durante esse processo, muitas vezes surgirá o sentimento de culpa e arrependimento. A vergonha normalmente vem do fato de que você se sente culpado, da autocondenação, do julgamento de si mesmo, da não aceitação do erro cometido, de não ter se perdoado ainda completamente, além do medo do julgamento.
Não assumir os erros quando eles acontecem é um indício de pontos negativos na auto-estima. Tem pessoas que constantemente se esquivam, negam e não assumem os seus erros, mesmo quando estes são visíveis pra todo mundo.
No caso da vítima, mesmo racionalmente sabendo que não teve culpa do que aconteceu, ainda assim, a pessoa costuma se sentir culpada. Não basta avaliar o que a parte racional nos fala. É preciso sentir o que as emoções nos dizem, e elas podem estar indo totalmente contra a lógica.
O processo da EFT é justamente para tratar, eliminar e dissolver estes sentimentos negativos, não importando se eles são justificáveis ou se são completamente absurdos. É um processo para que você se sinta em paz, independente do que passou, do tamanho do erro ou de quem foi o culpado.
Pessoas que conseguem falar do passado, dar depoimentos, palestrar em cima de experiências negativas ou erros que cometeram, sem vergonha, culpa ou remorso, indicam com este comportamento ter amadurecido e se perdoado. Pelo menos me parece um sinal de que a pessoa está lidando de forma saudável com seu passado.
Vamos fazer uma comparação. Quando você era criança, certamente cometeu erros dos quais se envergonhou. Fez coisas que na época jamais teria coragem de admitir para seus pais, professores e amigos. No entanto, o tempo foi passando. Você se tornou um adulto. Amadureceu emocionalmente. E agora você consegue falar dessa experiência da infância com leveza, sem vergonha, às vezes até mesmo com bom humor. Isso ocorre porque você já superou completamente e se perdoou integralmente, e hoje você enxerga o fato de uma perspectiva totalmente diferente.
É dessa forma que deveríamos sentir ao lembrarmos de outros erros que cometemos na idade adulta: nos enxergar como uma pessoa que foi imatura no passado, que cometeu um erro, mas que isso ficou no passado e que agora é como se fossemos mais adultos emocionalmente e conseguimos olhar para trás de outra perspectiva.
Certamente que não é fácil se sentir dessa maneira. Muitas vezes queremos amadurecer e crescer, mas não conseguimos, é mais forte do que nós. A EFT é uma ferramenta que torna esse trabalho possível, e de uma forma muito profunda e rápida na maioria dos casos.
EFT - Emotional Freedom Techniques - É a auto-acupuntura emocional sem agulhas. Ensina a desbloquear a energia estagnada nos meridianos, de forma fácil, rápida e extremamente eficaz, proporcionando a cura rápida para questões físicas e emocionais. Você mesmo pode se auto-aplicar o método. Para receber manual gratuito da técnica e já começar a se beneficiar, acesse: http://www.eftbr.com.br/ e solicite o seu manual. Veja também sobre cursos, atendimentos terapêuticos online e muito mais.
Andre Lima é engenheiro civil graduado pela Universidade de Pernambuco em 2001. Ha três anos começou a se interessar por terapias holísticas e hoje trabalha com terapias energéticas como Reiki, e mais recentemente a EFT (Emotional Freedom Techniques). Devido aos resultados espantosos que esta última técnica possibilita, ela se tornou o principal instrumento de trabalho. Fobias e memórias traumáticas de todos os tipos e sentimentos negativos podem ser eliminados com relativa facilidade com a EFT. A técnica possilibita ainda tratamento por telefone ou online, via skype ou msn (utilizando o áudio) com resultados tão bons quantos as consultas presenciais. Para saber sobre a EFT e começar a aprender a técnica, você pode solicitar o manual gratuito pelo email: andrelimareiki@gmail.com Veja mais sobre a técnica no meu site: www.eftbr.com.br e assista também o vídeo introdutório legendado sobre o assunto.
Mudar mesmo quando não acreditamos na mudança
Todos nós sabemos o quanto é difícil mudar de atitude, mesmo que isso implique em seguir um caminho melhor.
O cérebro percorre automática e velozmente os caminhos neuronais já formados há muito tempo. Por isso, fazer o que nos é habitual é tão fácil. Mas quando se trata de formar um novo caminho neuronal, uma nova sinapse, é preciso tempo e esforço para seu aprendizado. É como quando aprendemos a dirigir. Primeiro, temos que prestar atenção em todos os detalhes, depois dirigimos sem ter de pensar no que estamos fazendo.
Assim também ocorre com as atitudes mentais, quando pensar e reagir de um determinado modo torna-se familiar e nossa reação é automática. Por exemplo, o hábito de sentir-se alvo de ataques externos. Por termos vivido muitas vezes agressões em relação à nossa pessoa, conhecemos o papel do bode expiatório. No entanto, nem sempre estamos sendo atacados, mas facilmente nos sentimos alvo das agressões alheias... Identificar quando isto está de fato ocorrendo e nosso hábito de nos sentir atacados é a primeira tarefa do autoconhecimento. A segunda se trata de aprender a sair cada vez mais rápido do campo de batalha! Seja ele real ou imaginário...
Pema Chödrön comenta numa palestra sobre Felicidade (veja True Happiness em www.amazon.com) sobre três estados que nos encontramos diante das mudanças.
O primeiro é quando já compreendemos que uma atitude mental nos faz mal, então, saímos dela automaticamente.
O segundo, quando já sabemos que nos faz mal, mas estamos parcialmente convictos de que somos capazes de mudar.
A terceira, quando sabemos que nos faz mal, mas acreditamos ser impossível mudar.
No primeiro estado, deixar de agir de um modo negativo já não exige mais esforço, pois se tornou uma escolha. Como desistimos de nos torturar, de nos sentirmos frustrados diante de certa atitude mental, toda vez que ela vem à tona naturalmente a identificamos e buscamos saídas efetivas para deixá-la.
Por exemplo, o ressentimento. Toda vez que percebemos que estamos ressentidos, lembramos de escolher deixar essa postura de nos sentirmos prejudicados. Esta lembrança é a sabedoria intuitiva que nos diz: Procure uma saída, dê um salto, caia fora.
No segundo estado, apesar de estarmos convictos de que determinada atitude mental é negativa, nos sentimos propensos a permanecer nela. Seja porque ainda temos a esperança de tirar algum proveito desta postura ou porque nos sentimos tão familiarizados com ela, isto é, ela faz tão parte de nós, que duvidamos se somos capazes de mudar.
Facilmente nos encontramos presos neste estado, pressionados pela expectativa de sermos quem idealizamos ser e a realidade na qual nos encontramos.
Podemos já ter entendido que cultivar a atitude de que deveríamos ou poderíamos fazer isso e aquilo nada adianta, se não a colocarmos em prática. Viver em constante estado condicional nos leva a nos distanciar de nós mesmos! Afinal, quando estamos sob a custódia de idealizações exigentes, deixamos de nos sentir reais para nós mesmos!
Mas, apesar de já saber que de nada ajuda nos culparmos, nos colocarmos para baixo, ainda não temos a capacidade de mudar.
Neste segundo estado mental, a saída encontra-se em buscar o caminho do meio: nem nos exigir demais, nem nos denegrir. Assim, este estado de meia confiança pode tornar-se um possível ponto de partida. Nele, começamos a desenvolver a autocompaixão. Deste modo, tornamo-nos mais flexíveis e empáticos em relação a nós mesmos e aos outros. Lenta, mas, suavemente, o caminho obstruído começa a se abrir.
Pema Chödrön ressalta que neste momento é importante lembrar que não importa se nos consideramos merecedores ou não da mudança, porque a escolha de mudar não é uma questão moral baseada no julgamento de ser ou não merecedor de felicidade, mas sim da escolha de melhorar e progredir, isto é, de dar o salto.
Por fim, temos o terceiro estado: quando entendemos que a mudança é necessária e poderia nos trazer algo positivo, mas, simplesmente, não acreditamos sermos capazes de mudar.
Ficamos presos neste estado enquanto ainda acreditamos que esta atitude vai nos trazer algum benefício, mesmo que passageiro. Há algo que nos conforta diante da idéia de não termos que nos esforçar para mudar. Desta forma, enquanto não nos sentirmos angustiados, iremos permanecer tal como estamos. No entanto, inevitavelmente, uma hora ou outra, seremos tocados pela dor de tal atitude mental negativa. Então, cada vez que nos sentirmos novamente desesperados, estaremos mais descrentes que podemos encontrar uma saída. É um círculo vicioso: sofremos, nos acomodamos com o sofrimento e sofremos novamente, mais e mais...
Por isso, não vale a pena cultivar este terceiro estado. Uma maneira de passar deste estado sem saída, para o segundo -o da meia confiança- é reconhecer os momentos, mesmo que fugazes, de bem-estar.
O antídoto é a autocompaixão: despertar o desejo de se resgatar do próprio sofrimento. Assim, gradualmente nos tornamos receptivos para receber ajuda, seja alheia ou de nós mesmos, isto é, quando reconhecemos que temos recursos internos que não estávamos usando.
Mesmo sendo difícil mudar um padrão negativo, não nos resta outra escolha se não quisermos continuar sofrendo!
Não estamos condenados a sofrer para sempre. Aliás, a única virtude da negatividade é que ela também é impermanente!
O tempo passou e me formei em solidão
*Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente,à noite.*
*Ninguém avisava nada, o costume era chegar de pára-quedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.*
*– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.*
*E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.*
*– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!*
*A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... Casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.*
*Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas*
*– e dizia:*
*– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.*
*Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... Tudo sobre mesa.*
*Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também.*
*Pra quê televisão? Pra quê rua? Pra quê droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... Era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...*
*Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa... A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... Até que sumissem no horizonte da noite.*
*O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:*
*– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.*
*Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.*
*Casas trancadas.. Pra quê abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos, do leite...*
*Que saudade do compadre e da comadre!*
José Antônio Oliveira de Resende é professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João Del-Rei
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