quarta-feira, 1 de setembro de 2010

São tantas as causas do desamor


Olha, minha amiga, se você está colocando uma vassoura atrás da porta do seu coração para espantar a visita da tristeza e da angústia, desista! Este pode não ser um bom caminho. Busque outras atitudes. Uma delas é não ter medo de buscar um outro amor. Tente outra vez. Troque o vestido, coloque brilho no seu olhar e vá em busca da sua felicidade.

Sabe, eu e tantos outros psicoterapeutas temos cinzas que podem cobrir as brasas que queimam o seu coração. Mas somente você e Deus podem tirar as brasas.

Não importa de onde surgiu essa brasa que está aí latejando em seu peito: vidas passadas, negligência, inveja... São tantas as causas do desamor! Mas a causa de um grande amor é uma só: sua vontade e decisão de ser feliz!

Abra a cortina do seu quarto, jogue fora ou queime fotos e cartas do passado. Reinvente um jeito para você se reapresentar no palco da vida.

Se a lembrança de um grande amor insiste em mergulhar em seus pensamentos, coloque num copo de sonhos gotas das imagens que você guarda no coração e beba esse remédio.

Como se diz, popularmente, é o veneno da cobra que cura o ferimento que o réptil peçonhento colocou em seu sangue. É também verdade que para a cura de um grande amor perdido, só um novo amor intenso pode suavizar e refazer a alegria em seu coração.

Já pensou... há quanto tempo você jaz aí debruçada nas lembranças, na raiva e na solidão? Você merece isso? É o melhor que você tem pra você?

Ora! Saia dessa situação... Uma morte, um abandono, uma atitude ruim e injusta não podem ser maiores que o amor que você devota a si mesma!

Preste atenção, Deus lá do alto está observando você e aguardando o momento oportuno para lhe ajudar e tirá-la dessa situação.

Dê o primeiro passo. Há um belo caminho à sua frente.
Uma cliente, uma vez me disse que se ela saísse de casa com o coração nebuloso, só via casais brigando; gente com o semblante fechado. Mas se ela saía feliz, tudo à sua volta ganhava cor e luz.
Tente esse caminho, você pode ser feliz!
Observe como está se vestindo, que adereços está colocando em seu corpo.

Deus nos inventou para sermos feliz. E esculpiu em nosso corpo detalhes importantes de sua própria divindade em nós. Seus olhos podem brilhar como pérolas; suas mãos podem tocar com carinho o rosto de alguém; sua voz pode suavizar almas e seu corpo pode ancorar a felicidade da sua própria alma se transformando num templo de luz...


Por Wilson Francisco - Terapeuta Holístico, escritor e médium espírita. Desenvolve o Projeto Mutação, um processo em que faz a leitura da alma da criatura e investigação do seu Universo, para facilitar projetos, sonhos e decisões, descobrindo bloqueios, deformidades e medos que são reprogramados energeticamente.


Caminhando de Volta


Sendo frutos do Amor e o tendo em nós, como essência, por que está ficando tão difícil amar, neste mundo de desencontros e de tanta tristeza? Corremos de um lado para o outro, numa carreira desenfreada atropelamos os outros, não sabendo nem quem são, falamos coisas que não sentimos, esquecemos o que importa, continuamos correndo... Para onde, por quê? Para não sentirmos a dor do vazio que está em nós, para nos esquecermos de nós mesmos e do grande amor que está a nos pedir que paremos... e o sintamos?

Vivemos a nos ocupar, todo o tempo. Mas que qualidade tem o que fazemos? Com que objetivo vivemos desta, ou de outra forma? Quais são os nossos objetivos -será que estão claros- e se estiverem, será que são reais?
Lutamos, fazemos grandes sacrifícios em nossas vidas, para conseguir realmente o quê?

Se pudesse me transformar numa fada, com uma varinha de condão sairia pelo mundo, unindo as pessoas que verdadeiramente se amam, para que se amando elas trouxessem mais alegria e felicidade reais para este nosso mundo tão triste, nos dias que correm. Pois só o verdadeiro amor ilumina os olhos e dá vigor e força às nossas ações! Concordando com isto, por que não aproveitamos todas as oportunidades que a vida nos oferecer, para amar? Os amigos, os filhos, os companheiros, o trabalho que fazemos -tudo que temos o privilégio de possuir- sim, mesmo as coisas materiais, ditas inanimadas se transformam quando tocadas de forma amorosa.

Por que será tão difícil sermos quem verdadeiramente somos? Centelhas divinas, amor puro procurando se expressar, cada um de sua forma particular? Talvez a dificuldade de vivermos, hoje em dia, esteja justamente aí - na tentativa complicada de esquecermos quem somos para vivermos sem o nutriente que nos vitaliza: o amor!

Por que precisamos viver a nutrir de energia os traumas sofridos tanto tempo atrás? Por que continuamos a vivenciar as mesmas dores, tão antigas? Vamos viver de agora em diante, procurando sempre lembrar que os desvios do caminho não devem nos afastar por muito tempo dele, ou demoraremos muito a chegar onde queremos: à felicidade, à paz, à harmonia, à beleza!
Se nos maltrataram tanto, se sofremos tanto, que tal esquecermos e perdoarmos? Foram obstáculos, mas não devem ser barreiras instransponíveis que nos impeçam de chegar onde ansiamos e merecemos estar...

Amar, expressar este amor, de todas as formas possíveis, em todos os locais, de manhã, de tarde e à noite. Utopia? Não, acreditem, é a saída, é a forma de se viver para ser feliz! Acima de termos razão sempre, vamos falar com o coração?
Vamos apertar a mão do outro com calor, olhar nos olhos de quem se aproxima, trocando alguma coisa que contenha a verdade? Vamos perdoar quem erra, lembrando-nos que todos nos equivocamos, de vez em quando?
Vamos acordar com o coração vibrando amor e vamos nos deitar relembrando os momentos felizes que vivenciamos, nos doando...

Falar para dizer alguma coisa, não apenas para passar o tempo... Olhar em volta para apreciar a beleza de cada pequeno detalhe que nos rodeia. Fazer de cada encontro uma possibilidade de união, de compreensão, de contato com outro coração.

Acendendo a luz que somos, iluminaremos em nossa volta e estaremos passando a cada instante, para frente, uma tocha olímpica de amor que pode ir, silenciosa, mas alegremente, modificando este nosso mundo que teima em ser tão triste, quando poderia estar sempre em festa, colorido e amoroso.

O Amor é o Caminho, o Mestre, a Cura e o objetivo de nossas vidas. Foquemos esta meta e vamos em frente! O momento é propício às grandes transformações - está escrito pelos planetas, alinhados como estão. VAMOS ACORDAR E, FINALMENTE, VAMOS AMAR. A tudo e todos. Onde estivermos. Na realidade, o caminho não é de ida, mas de volta ao centro de cada um de nós, onde reina soberano o Amor que somos. Através do outro, retornaremos a nós mesmos, ao Amor que nos criou e a tudo, pois somos todos Um.


Por Maria Cristina - STUM




Aceitar o fim



Resistir à mudança é uma atitude bastante comum nos seres humanos. Tendemos a querer permanecer numa zona de conforto, onde só experimentamos o que é conhecido, embora não necessariamente bom.

Aceitar que tudo na existência tem um tempo de duração, - não apenas a nossa vida -, é uma lição que precisamos aplicar, a cada minuto da jornada no planeta, se quisermos deixar de sofrer.

A metáfora da morte se repete em inúmeras situações de nosso cotidiano, no emprego que já não nos faz felizes, no relacionamento que já não preenche nossa necessidade de afeto, e muitas outras circunstâncias.

Entretanto, seguimos nos recusando a deixar ir o que já não nos serve, numa teimosia que tem suas raízes no medo do desconhecido. Por que insistimos tanto em olhar para os novos desafios como uma ameaça?

Talvez porque não nos consideremos capazes de dar conta do recado e enxergamos em cada situação inesperada uma armadilha que nos levará para o abismo.

Entregar-se confiantemente aos acontecimentos que fogem ao nosso controle, a respeito dos quais nada podemos fazer, é a maneira mais sábia de fluir com a corrente da vida, que sempre nos leva para a evolução e o crescimento interior, por mais que duvidemos disto.

Sem confiança, a aceitação é apenas um discurso vazio, que não encontra eco em nosso coração, mas apenas repete conceitos assimilados pela mente, que não se sustentam por muito tempo.

Enquanto nos mantivermos resistentes a toda forma de renovação em nossa vida, seguiremos como robôs, apenas repetindo velhos programas que já não se harmonizam com nosso presente, movidos pelo medo de deixar vir uma nova experiência.

"...Você deve estar pronto! É isso que eu chamo de meditação: você deve estar pronto. Quando algo se vai, você deve estar pronto! Deve deixar que vá. Não deve reclamar. Não deve fazer uma cena - quando alguma coisa foi embora, foi!

Você amou uma mulher, amou um homem e, então, chega o momento da despedida. Esse momento mostra o homem real. Se você reclama, reluta, tem má vontade, sente-se raivoso, violento, destrutivo, você não amou absolutamente essa pessoa. Se você a amou, a despedida será um belo fenômeno. Você se sentirá gratificado. Chegou a hora de partir e você pode dizer adeus de todo o coração - se você amou a pessoa se sentirá gratificado!
Mas você nunca amou - pensou sobre o amor, fez de tudo, menos amar. Agora chegou o momento da despedida e você não pode dar um belo adeus, porque agora você compreende que perdeu a oportunidade, que perdeu tempo - nunca amou, e o homem ou a mulher está partindo. Você sente raiva, torna-se violento, agressivo.

... Enquanto você estiver com alguém, ame, pois ninguém conhece o próximo passo, e o momento da despedida chega. Se você amar alguém realmente, a despedida será bela. Se você amou a vida, se despedirá dela de um modo bonito também. Sentirá gratidão.

... Houve misérias, mas houve bênçãos também. Houve sofrimento, mas houve felicidade também. E se você viveu as duas coisas, saberá que o sofrimento só existe para que você seja feliz. A noite existe para lhe dar um novo dia."

Osho - A Harmonia oculta.


Por Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga,
Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.


Semente de fúria



Uma nova teoria sobre as raízes da agressividade humana abala tudo o que já foi dito sobre a violência: ela pode ter origem na auto estima e no amor-próprio.

Lembra de Patrick Bateman, o protagonista de Psicopata Americano, uma extraordinária mistura de sátira, drama e terror exibida em fevereiro passado nos cinemas brasileiros? Pois bem, qualquer semelhança com a vida real não é mera coincidência.

Patrick, representado pelo ator Christian Bale, é um jovem executivo de Wall Street, vaidoso e obstinado, cuja rotina diária de cuidados com a aparência incluem 1 000 abdominais, esfoliante de amêndoas no corpo, creme calmante de menta para o rosto. No início da manhã, Patrick se delicia com a própria imagem diante do espelho. No resto do dia, disputa com os colegas a primazia de ostentar os símbolos de status mais cobiçados – dos sapatos e ternos de grife às melhores mesas em restaurantes chiques. Que ninguém ouse superá-lo. Este homem de voz modulada e gestos estudados transforma-se em um monstro sangüinário cada vez que a sua sensação de superioridade é ameaçada. Nessas ocasiões, a carnificina não tem limites. A machadadas ele esquarteja um colega, a golpes de serra elétrica destrói amantes, com uma faca afiada assassina o mendigo que o incomoda com sua indigência. O sangue jorra da tela a cada metamorfose desse cavalheiro bem-sucedido que é o estado da arte do egocentrismo, da ambição e do narcisismo.

Freud explica Patrick? Não exatamente. Aliás, nem a psicanálise nem qualquer outra vertente da psicologia conseguiu até hoje esclarecer todo o mistério que envolve a violência. O que transforma uma pessoa aparentemente normal e bem-sucedida em uma bomba de efeito retardado cuja agressividade fere e, às vezes, mata? O executivo de Psicopata Americano parece talhado para justificar a mais recente teoria sobre a agressividade humana, resultado de estudos realizados por Roy Baumeister, doutor em psicologia social pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e seu parceiro Brad Bushman, da Universidade Estadual de Iowa. Segundo os dois pesquisadores, a causa dessas explosões de violência está – pasme! – justamente na elevada auto-estima, no senso de amor-próprio que, supõe-se, move as pessoas em direção ao sucesso e à auto-realização. Esse raciocínio levou Baumeister a escrever o livro Relation of Threatened Egotism To Violence And Agression: The Dark Side Of High Self-Esteem (Conexão entre o egoísmo ameaçado e violência e agressão: o lado escuro da alta autoestima), ainda inédito no Brasil.

Excesso de auto-estima pode transformar um sujeito dócil num psicopata:
Trata-se de um balanço que atinge em cheio tudo o que se pensou e escreveu até agora sobre as raízes da violência. Afinal, os estudos sobre comportamento humano são praticamente unânimes em afirmar que indivíduos altamente agressivos agem assim, movidos, entre outros fatores, por uma auto-imagem negativa, um nível baixíssimo de auto-estima que os coloca permanentemente em situação de inferioridade diante de outras pessoas. A crença de que isso é uma verdade irrefutável é tão forte que, nos últimos anos, tornou-se moda em muitas escolas americanas a prática de uma divertida dinâmica grupal. Alunos são convidados a listar os motivos que os fazem sentirem-se pessoas especiais e admiráveis e, em seguida, entoam músicas de autocelebração. O objetivo do exercício é massagear o ego da garotada, fortalecer a auto-estima de crianças e adolescentes e, com isso, ajudá-los a controlar a agressividade e a integrarem-se socialmente. Com a nova teoria de Baumeister e Bushman, essa prática deixa de ter sentido.



“Inflar o ego de alguém pode ampliar substancialmente as chances de que ele cometa agressões”, diz Baumeister. Ao estudar indivíduos anti-sociais – como membros de gangues de rua e criminosos cumprindo pena –, e aplicar testes para medir a agressividade de gente comum, o pesquisador observou que pessoas com imagem negativa de si mesmas são confusas e costumam fugir de situações de risco. Por causa disso, deduziu, quase sempre elas se preservam de atitudes violentas contra o próximo. Entenda-se: ataques agressivos são genuinamente ações de risco para a integridade do agressor e pessoas com baixa auto-estima procurariam poupar-se de ameaças do gênero. Quando tais indivíduos falham, eles culpam a si mesmos, não aos outros, exatamente o oposto do que acontece com pessoas dotadas de auto-estima exagerada, com toques de narcisismo.

Assassinos, estupradores e outros marginais violentos em geral descrevem a si mesmos como seres superiores e especiais, merecedores de tratamento privilegiado. Membros de gangues de rua, por sua vez, costumam se apresentar como os melhores, os imbatíveis, e reagem agressivamente quando se sentem ameaçados em suas posições.

Tais ilações não significam que basta uma auto-imagem positiva para alguém tornar-se necessariamente um agressor em potencial. Baumeister cruzou os dados da sua pesquisa com os de um estudo parecido realizado há 20 anos por Michael Kernis, da Universidade da Georgia, e encontrou evidências de que a relação entre amor-próprio e violência é influenciada por outro fator: a estabilidade do padrão de auto-estima. Em geral, a auto-imagem de uma pessoa quase não muda ao longo de uma vida normal. As oscilações no dia-a-dia não têm maior significado e, mesmo que o sujeito enfrente um infortúnio, a alteração costuma durar pouco tempo. Só em casos de transição profunda no estilo de vida e situações traumáticas, o padrão de auto-estima tende a mudar efetivamente. Ocorre que esse modelo não funciona para certas pessoas, cujas flutuações no nível de amor-próprio são freqüentes e amplas – e é exatamente nesse grupo que se encontram os casos que supostamente validam a hipótese de Baumeister e Bushman. No universo pesquisado, as pessoas com auto-estima elevada, porém instável, eram as mais hostis. Já indivíduos com auto-estima elevada e estável ou mesmo baixa auto-estima estavam entre os menos agressivos. Em outras palavras, o germe da violência seria uma forma de egoísmo ameaçado.

Com base nessa suposição, Baumeister chega a afirmar que é um erro encorajar pessoas depressivas a reconhecerem em si mesmas méritos que não possuem. Fortalecer assim a auto-estima de alguém poderia transformar um indivíduo dócil em uma criatura agressiva e imprevisível quando ela se sentisse ameaçada em sua condição imaginária. Em vez de tentar mudar o perfil das pessoas portadoras de baixa auto-estima, diz o psicólogo, é preferível atuar para conter a megalomania daquelas que se sentem superiores às demais e necessitam que essa crença seja freqüentemente confirmada pelos outros.

Há controvérsias. “Nem sempre uma baixa auto-estima equivale a depressão ou falta de iniciativa”, diz Júnia Vilhena, doutora em psicologia e pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. “Nesses casos, ao contrário, o movimento de agressão contra o próximo pode ser maior, uma vez que o outro costuma representar tudo o que o portador de baixa auto-estima não é ou não tem.” Além disso, lembra Júnia, mesmo nos casos de depressão existe um nível alto de violência oculta que, muitas vezes, é direcionada contra o próprio sujeito, sob a forma de suicídio e outros tipos de autopunição.

Numa época em que a violência urbana ganha ares de doença contagiosa, também não faltam pesquisas que tentam explicar o fenômeno sob o ponto de vista fisiológico, como é o caso dos estudos que relacionam mediadores químicos, os chamados neurotransmissores, às explosões de agressividade, à depressão e ao prazer. Um dos mediadores mais influentes é a serotonina, substância presente no cérebro e no líquido da medula espinal. Diversos estudos constataram deficiências na produção dessa substância em homens impulsivos e violentos e em suicidas. Já a aplicação de drogas que controlam a produção de serotonina em animais demonstrou que aquelas que inibem a produção da substância provocam aumento da agressividade dos bichos enquanto as que ampliam a concentração de serotonina os tornam mais dóceis.

Ultimamente pesquisas centradas na genética procuram a causa da agressividade em características dos genes, mas quase não há progresso nessa área. Há sete anos, por exemplo, um estudo com uma família holandesa, cujos membros do sexo masculino envolveram-se em crimes violentos, mostrou que todos eles apresentavam uma anomalia no gene que codifica a produção da enzima MAOA, responsável pela quebra das moléculas de vários neurotransmissores. É uma temeridade, no entanto, deduzir daí que comportamentos complexos, como a violência, decorrem de um único gene ou mesmo que são resultado apenas de padrões cromossômicos. O mais provável é que a agressividade seja fruto da interação entre fatores genéticos e ambientais, como sugere a maioria das observações científicas.

“As raízes da violência freqüentemente começam no útero e se fixam na idade pré-escolar”, afirma Robin Karr-Morse, terapeuta familiar em Portland, nos Estados Unidos, e co-autora com Meredith Wiley do livro Ghosts In The Nursery: Tracing The Roots Of Violence (Fantasmas na creche: investigando as raízes da violência, ainda inédito no Brasil). “Os hormônios do estresse produzidos pela mãe em explosões de medo ou raiva podem influenciar profundamente o desenvolvimento cerebral do feto”, diz a terapeuta. Como a formação do cérebro humano só se completa muito após o nascimento, Karr-Morse entende que a experiência emocional da criança até os três anos é decisiva para o estabelecimento de seu padrão comportamental na fase adulta. Meninos submetidos nessa fase a abusos ou negligência têm boas chances de desenvolverem anomalias cerebrais, como resultado das respostas do organismo a estímulos externos.

A influência do estado emocional da mãe durante a gravidez e o tipo de atenção e tratamento que a criança recebe na infância seriam também a explicação plausível para uma velha questão que intriga o senso comum e a ciência: por que crianças nascidas dos mesmos pais e criadas na mesma casa costumam exibir comportamentos tão diversos, a ponto de uma ser extremamente agressiva e outra não? “O investimento emocional dos pais nunca é o mesmo para todos os filhos”, diz Júnia. “É um mito achar que eles amam seus filhos da mesma maneira.” A diversidade na relação com os filhos, que na vida real pode oscilar entre demonstrações do mais puro afeto à indiferença e à crueldade, acabaria por contribuir para a formação de perfis psicológicos absolutamente díspares dentro de um mesmo lar.

Qualquer que seja o ângulo do qual se observe o fenômeno ou a teoria que explique suas causas, o xis do problema da violência parece ser a adoção de medidas preventivas no âmbito da família e, em especial, durante os primeiros anos da infância. A velha fórmula da relação saudável com a garotada, com base em afeto e atenção, é aparentemente o caminho mais prático para evitar que marcas traumáticas ajudem a transformar a criança de hoje no psicopata de amanhã.

Por Jomar Morais - maito: jmorais@abril.com.br

Pesquisa: Dra. Elaine Marini.

Resgate da auto-estima



A melhor maneira de viver bem

Muito se fala sobre auto-estima, mas poucas pessoas entendem o seu verdadeiro significado. Cuidar de sua auto-estima vai muito além de visitar o cabeleireiro ou comprar aquela roupa nova. Aliás, estas nem são condições necessárias para o cultivo da auto-estima.

Todos conhecemos, em tese, a definição básica de auto-estima: é a estima que tenho por mim mesmo, ou seja, o quanto me valorizo. O quanto me quero bem e me aceito.

Vamos aperfeiçoar esta definição, dizendo que a auto-estima é um ato de amor e de confiança consigo mesmo. Precisamos entender bem que são as duas coisas juntas: o "amor próprio" e a "autoconfiança". Faltando um destes ingredientes, não teremos uma auto-estima verdadeira.

Amar a si mesmo sem confiança nos seus atos ou pensamentos não resolve. Neste grupo temos as vítimas, aquelas pessoas que desejam algum "bem" para si, mas se lamentam por não terem condições de consegui-lo.

Confiança em seus projetos ou na sua capacidade de conquista sem o amor próprio também não traz felicidade. Neste último grupo, vemos a maioria das pessoas mergulhadas no estresse social, preocupadas em ter e poder, mas esquecendo de ser.

Infelizmente, trazemos uma tremenda dificuldade em cultivar estes dois ingredientes da auto-estima (o amor próprio e a autoconfiança), por eventos que se manifestaram desde a nossa criação. Quantas vezes, por medo do egoísmo, deixamos de lado nossa própria vontade para fazer tudo o que o outro queria. Só que auto-estima não tem nada a ver com o egoísmo. O egoísta é um ser vazio e solitário que precisa cada vez mais de coisas e pessoas que o preencham. Gente com boa auto-estima, apenas reconhece que, como qualquer ser humano, tem o direito valorizar e satisfazer suas vontades.

Mas, aprendemos a cultivar uma "personalidade ideal" e, portanto, tivemos que engolir nossos sentimentos. Em nome de Deus, da moral ou da boa educação, o importante era "fazer a coisa certa", mesmo que aquilo estivesse contrariando nossa natureza.

Pior ainda quando passamos a desejar um "corpo ideal". O ideal é apenas um sonho, uma projeção. Com isto, vivenciamos um estado profundo de angústia, pois comparamos nosso corpo com "modelos" e percebemos o quão diferente somos daqueles seres perfeitos e maravilhosos que deveríamos ter sido.


Na verdade, a cultura, a mídia e até mesmo nossos familiares contribuíram fortemente para gerar este quadro: "Está na moda quem usa tal roupa"; "Sem estudo você não é nada"; "Você será aceito somente se fizer isto e não aquilo...". É claro que, muitas vezes, isto aconteceu por ignorância, e não por maldade. Se tivessem acesso a determinadas informações, certamente as atitudes de nossos pais seriam diferentes.

DESENVOLVENDO SUA AUTO-ESTIMA

O resgate da auto-estima acontece quando você decide que só precisa ser quem você é. Você pode confrontar as opiniões, e não ficar preso a um único ponto de vista. Mas descobre que, se no passado era importante ouvir e respeitar as ordens dos adultos, hoje você pode ser dono (ou dona) de seu próprio destino. Passa a respeitar mais suas próprias idéias, porque, automaticamente, está se ouvindo mais. É por esta razão que gente que tem uma boa auto-estima nunca se sente sozinha, pois solidão é a distância que se tem de si próprio.

Entenda que você não veio a este mundo para corresponder às expectativas dos outros, por mais que você os ame. Se fizer isto, nunca será o "bastante", nunca sentirá que conseguiu. Você não é propriedade de ninguém, assim como não precisa mais assumir "o outro" como propriedade sua. Assumindo que você não é responsável pela felicidade alheia, também não responsabilizará ninguém pela sua própria felicidade. Os outros estão em sua vida para fazer companhia e não para se aprisionarem emocionalmente.

Cultivando sua auto-estima, será uma pessoa mais consciente, mais responsável por seus atos. Sentirá que está mais íntegro e que é alguém valioso para si mesmo. Perceberá que tem todo o direito de honrar suas necessidades e vontades que considerar importantes. Aprenderá que merece ter atitudes de carinho consigo mesmo, como, por exemplo, preparar a mesa do café, mesmo quando está sozinho, ou permitir-se ir ao cinema, ainda que ninguém queira lhe fazer companhia. Você é a sua grande companhia, e, se entender isto, poderá iniciar uma das melhores fases de sua vida.


fonte:www.maisde50.com.br
*Chris Almeida é filósofo e psicoterapeuta

Pesquisa: Dra. Elaine Marini.