domingo, 30 de julho de 2017

A bagunça pode estar atrapalhando o seu casamento



A BAGUNÇA PODE ESTAR ATRAPALHANDO SEU CASAMENTO

Por Priscilla Saboia

Se uma xícara fora do lugar já foi motivo de briga, este texto é para você.

Escutar todos os dias a mesma pergunta: "querida, você sabe onde está a chave do carro?" ou "amor, você viu a chave de casa?" não é bem o que a gente quer nesse mundo, que já nos exige tanto, não é verdade?

Um relacionamento, seja ele namoro ou casamento, já é complicado por si só. Duas pessoas que vêm de famílias e criações diferentes resolvem "juntar as escovas de dente" e, de repente, tudo muda. Os hábitos de cada um vêm à tona e é preciso muito jogo de cintura para fazer tudo dar certo.

É certo que precisamos de muito entendimento desde o início do relacionamento para que tudo dê certo. As conversas têm que ser constantes e o respeito muito grande. Mas se tem uma coisa que eu vejo acabar, literalmente, com muitos casamentos é a bagunça de um dos parceiros, ou mesmo dos dois.

Sabe o que acontece? A gente vai abrindo mão e não fala nada porque acha que tem que precisa ceder a tudo. Até que uma hora resolvemos explodir porque uma xícara está fora do lugar.



O QUE VOCÊ PRECISA ENTENDER ANTES DE PARTIR PARA ORGANIZAÇÃO


Bom, vamos por partes... Primeiro é muito importante, sim, respeitar que cada um tem um jeito, que um pode ser mais organizado que o outro e que as coisas levam tempo para se ajustarem. Você não pede para uma pessoa mudar os hábitos e ela já acorda organizada no dia seguinte.

Segundo, é importante que todos os moradores entendam que a casa tem tarefas que são do lar como um todo - e não da mulher ou do homem. Vocês podem até decidir que um faz isso e outro aquilo, mas o objetivo é que ambos façam sua parte para ter um lar mais agradável, para que cheguem em casa e tenham vontade de realmente ficar juntos e ver uma televisão, por exemplo.



POR QUE A FALTA DE ORGANIZAÇÃO ATRAPALHA AS RELAÇÕES?


Abrir mão, se ajustar um pouco ao outro e ceder fazem parte do vocabulário do casamento. Por isso mesmo já vi muitas mulheres e homens chegarem aos meus cursos ou me chamarem para organizar suas casas com a seguinte frase: "essa é nossa última tentativa, se ele (a) não se organizar, a gente vai se separar".

Na maioria das vezes eu chego e vejo coisas do tipo: pessoas que trabalham em casa e acabam invadindo o espaço do outro porque não têm mais onde colocar livros, roupas ou objetos - e acham que está tudo bem o outro ter um espaço menor do armário. Casais que muitas vezes perdem o prazer de conviver porque cozinhavam juntos e hoje a cozinha é um caos que eles acham que não tem jeito. Ou mesmo casais que simplesmente têm pouco tempo juntos por causa dos filhos e, quando conseguem um momento a sós, simplesmente não conseguem ter uma relação sexual porque não encontram o preservativo.



QUANDO VOCÊ TIRA A BAGUNÇA, ENCONTRA A PESSOA PARCEIRA


Bom, a primeira coisa que eu falo é que não adianta um dos dois querer resolver através da organização, se o outro não estiver completamente aberto ao processo. A organização de uma casa pode trazer, sim, um ambiente mais gostoso, mais harmonia e muito mais felicidade, mas cabe aos dois quererem mudar. Um aceitando um pouco mais o outro, entendendo que leva tempo; e o outro querendo participar da organização e de todo o processo não só como um resgate do casamento e da relação, mas do amor-próprio, de sua própria vida e das suas coisas.

Olha, quando isso acontece é mágico. Já vi cada coisa incrível acontecer após um processo de organização... Muitas vezes o que ocorria era que a bagunça estava ali no meio dos dois e eles já não se viam mais, não se entendiam.

E quando a gente tira a bagunça, os dois se encontram novamente.

Já vi, inclusive, casais que não conseguiam ter filhos, mesmo após várias tentativas (inclusive de fertilização), e que após a organização do tal quartinho que seria do bebê, mas que sempre esteve entulhado de coisas, conseguiram engravidar. Antes, não havia "espaço" para um novo ser naquela casa.

O que eu quero dizer é que a organização da sua casa faz toda a diferença na energia do lugar que vocês moram, então, conversem sobre isso. Não deixem pra depois. É um processo que vem aos poucos, então comece hoje. Depois me conta o resultado.

O perigo nos relacionamentos obsessivos

O perigo dos relacionamentos obsessivos





O PERIGO DOS RELACIONAMENTOS OBSESSIVOS

Não confunda amor com sentimento de 

Por Vansessa Mazza


Muitas pessoas enxergam o amor como sendo algo arrebatador, que chega a doer em seus peitos, ao ponto de não conseguirem aguentar esperar para rever seus amados. Por isso, costumam abandonar relacionamentos duráveis e sólidos, mas calmos, por momentos de grande excitação gerados por estas pessoas idealizadas. Pensam que não importa se outros as consideram loucas ou que estão apenas "vivendo uma aventura". O importante é sentirem que estão no "topo da onda", vivendo o maior amor do mundo. Infelizmente, o que não percebem é que, ao fazerem isso, na maioria da vezes podem trocar um amor real e palpável por algo que apenas tem aparência de amor, mas carece de substância.

Digo isso porque nada fica no auge ou no declínio por tempo perpétuo e, logo, aquilo que parecia fantástico (amor cheio de reviravoltas emocionantes), se torna uma união corriqueira ou as incompatibilidades passam a se amontoar no dia a dia. Daí vêm os arrependimentos e o sentimento de culpa, até porque muitos abandonam vidas feitas, filhos, carreiras, país para viverem este novo relacionamento.

Para mim, viver em polvorosa, com medo de perder seu amado, agindo insensata ou irresponsavelmente não é amor, é apego e ilusão, geralmente provocados pela dificuldade em lidarmos com as frustrações e obstáculos do dia a dia


E a origem do erro está justamente no fato de educarmos nossas crianças com exemplos equivocados - como afirmar que meninos que nos batem quando pequenas o fazem porque, secretamente, nos amam e não sabem lidar com isso - e de confiarmos no modelo romântico à moda Romeu e Julieta, que é repetido exaustivamente na televisão, cinema e literatura.

Ora, podemos chamar de amor o que os dois adolescentes criados por Shakespeare viveram, levando-os ao suicídio? Que diferença isso tem de uma notícia recente sobre um casal de jovens que se jogou em frente ao trem, fazendo um pacto de morte? E os casos nos quais a mulher ou o homem se torna um "stalker", perseguindo e invadindo a privacidade do seu suposto(a) amado(a), com a desculpa de que ama demais ao ponto de não conseguir manter distância? Ou que faz grandes demonstrações públicas, nem sempre desejadas, colocando a pessoa em situação incômoda?

Para ter mais clareza se você está conseguindo ou não manifestar amor, reflita que, quando amamos:

temos a tendência a sermos mais abnegados. Assim, fazer exigências ou cobrar exageradamente não é sinal de amor;


*queremos ver o outro feliz; Assim, se o que ele deseja é que fiquemos longe, ficaremos longe;
*não fazemos nada para prejudicar o outro, como criar calúnias para nos vingarmos, caso não tenhamos recebido a devida atenção;
*não constrangemos o outro ou o colocamos em situações negativas apenas para saciar nossa necessidade por carinho ou aceitação;
*não tomamos decisões importantes pelo outro, sem consultá-lo ou dar tempo para fazer suas reflexões;
*não impomos ultimatos, principalmente do tipo: ou sua família e / ou sua carreira ou eu;
*não desejamos que a pessoa queira viver à nossa sombra ao invés de ter vida própria;
*não mantemos um caso extraconjugal, caso a pessoa em questão esteja casada;
*não deixamos a pessoa em questão ser nossa amante, sem tomarmos decisões que a dignifiquem, como ficarmos disponíveis para nos comprometermos de verdade;
*não obrigamos nosso parceiro a ter um filho, se não é isso que ele/ela deseja;
*não queremos que o outro se sacrifique ou perca sua identidade por nós;
*não traímos em hipótese nenhuma, nem temos vontade de fazê-lo;
*queremos ser melhores a cada dia e geralmente superamos vícios, dificuldades e debilidades que tenhamos;
*aceitamos que o outro discorde de nós e que nem sempre faça nossa vontade, pois respeitamos a individualidade;
*não barganhamos favores, nos sabotando para depois usar isso como arma, cobrando retribuições no futuro;
*conseguimos viver nossas vidas normalmente e sermos felizes, mesmo que não fiquemos com a pessoa. Sua lembrança nos aquece a alma e podemos até lamentar que assim seja, mas não sofremos;
*não invadimos as contas pessoais de email e redes sociais "só para saber se outro está vendo ou conversando com outras pessoas".
Assim, antes de "cair de cabeça", lembre-se que amor tende a perdurar e resistir ao tempo. Você não precisa fazer muita coisa para que o outro continue lhe amando. Afinal, se ele ou ela se apaixonou por você, foi pelo que você já é. É claro que você sempre pode melhorar e se desenvolver, mas isso deve vir da sua vontade e não para manter a outra pessoa perto de si.

Então, procure por estas características quando estiver amando: tranquilidade, paz de espírito, aceitação, compreensão, serenidade, atração nos momentos adequados, saudade e ciúmes toleráveis, preocupação normal com o bem-estar do outro, respeito, lealdade, integridade, sinceridade, generosidade e confiança.

Estes sentimentos listados acima não podem ser mantidos quando se está obsessivo por alguém. Tal como uma compulsão qualquer, seu objeto de desejo precisa ser absorvido, dominado, subjugado. Se não for, você fica em desespero, descontrolado, sofre e sente raiva, muitas vezes querendo "quebrar" este mesmo ser que minutos atrás era adorado e reinava num pedestal. Isso explica porque num momento a pessoa obsessiva pode abraçar e beijar loucamente o ser amado e, em seguida, se ele lhe desagradar, começar a gritar e a bater nele. O que parece uma bipolaridade, a princípio é apenas sintoma de um relacionamento afetivo que tem tudo, menos amor.